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Por José Benedito da Silva
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Adriana Ferraz. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Em áudio, ministros do Supremo são citados em diálogos desconexos

Nomes de Ricardo Lewandowski, Carmem Lúcia e Gilmar Mendes são mencionados, mas em contexto pouco claro

Por Da Redação Atualizado em 5 set 2017, 16h32 - Publicado em 5 set 2017, 13h53

Pelo menos quatro ministros do Supremo Tribunal FederalGilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Edson Fachin e a presidente, Cármen Lúcia – são citados no áudio com as gravações da conversa entre o empresário Joesley Batista, dono da JBS, e Ricardo Saud, um dos diretores da companhia, entregue à Procuradoria-Geral da República na última quinta-feira. Há também uma citação a “Marco Aurélio”, mas é possível concluir que não se trata do ministro Marco Aurélio Mello.

As citações, no entanto, não trazem nenhuma informação concreta ou evidência de que os magistrados pudessem estar implicados em alguma irregularidade. Os diálogos são desconexos – começam a falar de alguém, logo depois mudam de assunto – e há muitas partes inaudíveis.

Há também citações ao Supremo como um todo, na maioria das vezes atrelada a algum comentário sobre o ex-ministro José Eduardo Cardozo (Justiça). Em um deles, eles dizem que a advogada Fernanda (aparentemente Fernanda Tórtima) “surtou” quando foi levantada a possibilidade de arrastar o ex-auxiliar de Dilma Rousseff (PT) para as delações.

“Ela [Fernanda] surtou porque sabe que, se nós entregarmos o Zé, nós entregamos o Supremo (…) Eu falei para o Marcelo [Miller, ex-procurador da República, que se demitiu para trabalhar para a JBS]: você quer pegar o Supremo, pega o Zé”, afirma Joesley em um trecho da conversa.

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Em outro momento, eles voltam a falar de Miller, mas a conversa acaba voltando para o ex-ministro Cardozo e o Supremo.  “Vai deixar pra cumprir depois” [parece falar sobre as condições impostas pelo acordo de colaboração], afirma Saud. Joesley responde: “Não, tem que ser um tchau e não voltar aqui mais nunca. Não tem negócio de vir depois. Nós vamos fazer um serviço tão bem feito que não vai precisar chamar nós (sic). Está tudo gravado aí.” Saud afirma: “Essa parte o Marcelo tá….(inaudível). Joesley diz: “Vamos ver, vamos devagar”. Saud afirma: “A não ser que o Zé entregue o Supremo inteiro”. Joesley completa: “O Zé vai entregar. B é isso, o C é isso. Por onde a gente chega, bota tudo na conta do Zé.”

Em um determinado momento, Ricardo Saud diz que “o cara’ falou que tem cinco ministros do STF nas mãos, mas não fica claro a quem ele estava se referindo – aparentemente, também é ao ex-ministro Cardozo. “O cara falou que tem cinco, cinco ministros do Supremo na mão dele.  Inclusive muitos conversado e outros não, é só palavreado, não escrito, tal”, diz. Ele falou “cinco ele não tem não… ele tem… ah, só se eles, só se eles contam Lewandowski até hoje”. Ele falou, falei ah, daí eu não sei, não deu nome não… Mas se contar Lewandowski, pode ser sim…”, disse.

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Neste momento, ainda no contexto das falas sobre Cardozo, Saud diz que Cármen Lúcia tem bastante proximidade com Dilma. “Porque ele falou da Cármen Lúcia, (parte inaudível) da Carmen Lúcia que vai lá falar do (parte inaudível) com a Dilma e tal, os três juntos [Dilma Lewandowski e Cármen Lúcia], tal tal, tal. “Ah, então ele [Lewandowski] tem mesmo essa intimidade? (parte inaudível)”.

Em outro trecho, há uma referência ao ministro Gilmar Mendes, feita por Saud, também confusa, sem deixar claro a que ele estava se referindo. “Então vamos esquecer aquele trem da briga do Gilmar. E vamos nesses três ministros do Supremo”, diz. Joesley diz:  Como? Esquecer a briga?”. Saud completa: “O trem do Gilmar que virou briga lá entre ele e a (parte inaudível). Vamos esquecer isso e vamos pegar os três, eu falei.”

Ao longo da conversa, o relator da Lava-Jato no Supremo, Edson Fachin, também é citado. Na conversa, Joesley e Saud dão indicativos de que têm imagens pelo menos de um senador recebendo propina, mas o dono da JBS disse que não será preciso recorrer a esses vídeos. “Sabe porque eu não fico nervoso? Tenho certeza de que nós não vai precisar disso. Nós não vai usar nada disso. Penso assim, vamos pensar assim, ai depois…”, diz Joesley. Neste momento, é interrompido pelo diretor da JBS Ricardo Saud. “Vamos fazer igual o Fachin agora. Se encontrar…”

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Mais uma vez Joesley impede o interlocutor de concluir o raciocínio e afirma: “tem uma jantona pra nois. Tem jantona que o Marquinhos fez pra nós. Vou até fumar um charuto aqui”.

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