Após criticar decisão, Dallagnol bate boca com advogado de Aécio
Coordenador da Lava Jato diz que mineiro pode acabar com operação após voltar ao Senado; defensor do tucano diz que ele fala ‘bobagem’ e procurador retruca
O procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba, está inconformado com a restituição do mandato de senador a Aécio Neves (PSDB-MG) pelo ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, na sexta-feira.
Tão inconformado que bateu boca até com o advogado do tucano, Alberto Zacharias Toron, que, em entrevista ao site Congresso em Foco, disse que o procurador estava falando “bobagem” ao dizer que o senador, de volta ao mandato, poderia colocar fim à Lava Jato. No Twitter, Dallagnol postou: “Havia razões para estar preso, mas influenciará leis que governam nosso país. Livre inclusive para articular o fim da Lava Jato e anistia”.
Após Toron dizer que ele falava bobagem e agia com “leviandade” e “terrorismo punitivo”, Dallagnol voltou ao Twitter. “Basta ler o pedido de Janot [procurador-geral da República, Rodrigo Janot] ou a reportagem inteira pra ver quem está falando bobagem. A diferença é que o advogado é pago por essa bobagem”, escreveu.
Segundo ele, a alegação de Marco Aurélio Mello de que Aécio era um político com “carreira elogiável” e que havia recebido mais de 51 milhões de votos na eleição presidencial de 2014 era um motivo a mais para mantê-lo fora do Senado. “Ter recebido muitos votos e a confiança da sociedade só agrava a traição de que é acusado perante o STF”, postou.