Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Maílson da Nóbrega Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Coluna
Blog do economista Maílson da Nóbrega: política, economia e história
Continua após publicidade

PSDB sem rumos se contradiz (uma vez mais)

Ao não aceitar que Bonifácio de Andrada seja o relator da denúncia contra Temer, o partido mostra que não tem rumo nem estratégia

Por Maílson da Nóbrega Atualizado em 5 out 2017, 12h34 - Publicado em 5 out 2017, 12h28

O PSDB, vira e mexe, se enreda em suas próprias contradições. O drama agora é se aceita ou não que um de seus filiados, o deputado federal Bonifácio de Andrada (MG), seja o relator do processo em que o STF pede autorização para processar o presidente Michel Temer com base em denúncia do ex-procurador da República, Rodrigo Janot.

O líder do partido na Câmara, Ricardo Tripoli (SP), pediu a Bonifácio que renunciasse à indicação, o que não foi aceito. Ele também rejeita licenciar-se do partido. A Tripoli restaria substitui-lo como representante do PSDB na Comissão de Constituição e Justiça, o que significaria clara retaliação e ato provavelmente inédito na história da Comissão.

Parece pirraça, mas não é. Tudo indica que Tripoli teme os efeitos, nas próximas eleições, de um parecer pela rejeição do pedido do Supremo, que se afigura praticamente certo. Isso porque Bonifácio votou no mesmo sentido na denúncia anterior e já insinuou que essa será sua decisão.

Tripoli imagina, ao que parece, que a contribuição de um filiado para a absolvição de Temer na Câmara possa respingar na imagem do PSDB e no seu desempenho eleitoral em 2018. Apoiar o mais impopular presidente dos últimos tempos resultaria em perdas nas próximas eleições.

Aos olhos de um observador estrangeiro, é estranha a atitude do PSDB. O partido integra a base parlamentar de Temer. Tem quatro ministros no governo. Apoiou quase todas suas iniciativas, incluindo uma medida rejeitada por membro influente, como foi o caso da oposição do senador José Serra (SP) à medida provisória que criou a Taxa de Juros de Longo Prazo (TLP).

Continua após a publicidade

Para um observador brasileiro mais atento aos acontecimentos políticos, também é difícil decifrar os motivos da resistência de Tripoli à indicação de Bonifácio. Como se sabe, a indicação é prerrogativa do presidente da Comissão, particularidade que o líder do PSDB deveria conhecer.

O mesmo observador achará a situação confusa quando verificar que o PSDB não tem como se desvincular da impopularidade de Temer. Afinal, integrou as articulações políticas para aprovar o impeachment da presidente Dilma Rousseff e foi companheiro de primeira hora na formação do atual ministério, para o qual forneceu membros qualificados de seus quadros parlamentares.

Para o dito observador, Tripoli poderia ter-se incomodado com a indicação de Bonifácio se o PSDB estivesse na oposição. Chegou-se a discutir a hipótese, mas hoje ela é questão vencida, segundo líderes do porte do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Em outras palavras, o PSDB desistiu de desistir de fazer parte do governo Temer. Até porque o eleitorado mais consciente poderia interpretar a decisão como movida exclusivamente por oportunismo político.

Assim, o mesmo observador somente poderia ter uma conclusão: O PSDB se tornou um partido sem rumos e sem liderança clara e insofismável. Custa a crer que possa correr o risco de desperdiçar, por questões pouco relevantes e por contradições internas, suas efetivas chances de voltar a eleger o presidente da República. É também um sinal de falta de estratégia.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.