Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Maílson da Nóbrega Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Coluna
Blog do economista Maílson da Nóbrega: política, economia e história
Continua após publicidade

O PSDB não tem como se livrar da associação com Michel Temer

O partido tem chances de voltar ao poder e de ampliar as reformas do atual governo, mas pode desperdiçar a oportunidade caso não recupere o rumo

Por Maílson da Nóbrega Atualizado em 15 nov 2017, 17h58 - Publicado em 15 nov 2017, 17h57

O PSDB vive uma de suas muitas crises e indecisões. Pode voltar ao poder em 2018, mas parece trabalhar contra si próprio. Sem rumos, sem liderança clara e imerso em disputas internas, pode desperdiçar a oportunidade que tem pela frente.

Os dois pretendentes ao cargo preenchem os requisitos que, a julgar por eleições passadas, fazem a competividade do candidato: nome nacional, tempo de TV, estrutura partidária e regional, e o mínimo de carisma. Geraldo Alckmin, a mais provável escolha, seria hoje o candidato mais competitivo para disputar a Presidência.

Acontece que o PSDB se embaralha com o mote de sair da base do governo. Aécio Neves surpreendeu ao destituir Tasso Jereissati da presidência interina. Muitos tucanos interpretaram a decisão como parte de um plano, combinado com Temer, para evitar a eleição de Jereissati à presidência do partido e eleger Marconi Perillo, que defende a permanência no governo. Como explicar que Aécio agora defenda a saída? Confuso, não?

A justificativa para a saída seria dissociar o PSDB de um governo coalhado de pessoas envolvidas nos escândalos de corrupção. A ideia, qualificada de “hipocrisia moralista” em editorial da Folha de S. Paulo de domingo último, só convence os seus defensores.

Continua após a publicidade

A cruzada moralista esquece que tucanos estão igualmente encalacrados nas denúncias, inclusive o próprio Aécio. Ao se digladiarem em público, eles protagonizam o que o editorial do Estadão de sábado intitulou de “reality show”.

Fique ou não no governo, o PSDB não tem como se livrar da associação com Michel Temer. Participou das articulações políticas para o impeachment de Dilma, embarcou no governo na primeira hora e apoiou todas as medidas de reforma.

Se era para sair por razões moralista-eleitorais, deveria tê-lo feito imediatamente à publicação da conversa de Michel Temer com Joesley Batista no Palácio do Jaburu, que minou a já baixa popularidade do presidente. A negação da Câmara ao pedido do STF para abrir processo criminal contra Temer teve o voto de metade dos deputados tucanos.

Continua após a publicidade

Se o PSDB acredita que os eleitores vão esquecer que integrou o governo Temer desde o início, seus adversários se encarregarão de refrescar a memória deles. Fique ou não na base parlamentar, sua participação no governo está indelevelmente registrada.

O PSDB corre o risco de nada ganhar com o abandono da base parlamentar do governo e perder prestígio perante um eleitorado sensível a aceitar a pecha de oportunista que Lula e Bolsonaro vão buscar impingir-lhe. E pode perder a chance de ter o PMDB em sua coalizão, o que agregaria tempo de TV e capilaridade nos municípios.

A volta do PSDB ao comando do país pode assegurar a continuidade e o aprofundamento das reformas estruturais de Temer, incluindo um novo esforço de privatização e de abertura da economia, as quais ampliarão o potencial de crescimento e de geração de emprego e renda. É difícil acreditar que o partido possa imolar-se e jogar fora essa chance.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.