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Por Coluna
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O PSDB enfrenta um dilema, de novo

Os tucanos cabeças brancas tendem a prevalecer: o partido tende a ficar no governo

Por Maílson da Nóbrega 9 jun 2017, 11h11

O PSDB criou a fama de ser um partido que tem dificuldade de tomar decisões cruciais. Os tucanos costumam, por isso, “ficar em cima do muro” nos momentos em que precisam fazer uma opção.

Este parece ser o caso do novo dilema: os tucanos continuam no governo de Michel Temer ou desembarcam? Os membros mais experientes do partido, os cabeças brancas, sinalizam que a opção prudente é ficar. Assim deixou claro Fernando Henrique, em declaração lembrada pelo editorial do Estadão de hoje. “Quem porventura pretenda resolver a presente crise por meio de um conchavo, encontrará na força das instituições e no ativismo da mídia e na indignação do povo barreira às soluções inventadas, por mais engenhosas que sejam”.

Outro é o pensamento da ala jovem do PSDB, os cabeças pretas, que pressionam em favor do desembarque. Os que integram o diretório de São Paulo são os mais ardentes defensores da tese. Apelidados jocosamente de “cabeças ocas” pelos mais maduros, os integrantes dessa ala parecem achar que a saída do governo os livrará do contágio da impopularidade do governo Temer, o que tenderia a prejudicá-los nas eleições de 2018. Seria uma ação oportunista. A senha para a saída seria a decisão do TSE sobre o processo de impugnação da chapa Dilma-Temer.

No momento em que escrevo este post, parece que a chapa será absolvida. O TSE resolveria o dilema dos tucanos, e não eles mesmos. A angústia dos cabeças pretas renasceria no próximo capítulo da crise, que se iniciaria com a provável denúncia de Michel Temer pela Procuradoria Geral da República por crimes de corrupção passiva, obstrução da Justiça e participação em organização criminosa. A denúncia, tudo indica, será apresentada ao STF nos próximos dias.

Se o STF aceitar a denúncia, pedirá autorização à Câmara para abrir processo criminal contra o presidente da República. Seriam necessários 342 votos para aprovar a autorização. Temer sobreviveria se conseguisse 172 votos, o que parece ser o cenário mais provável, inclusive porque, além de sua já provada capacidade de articulação e do apoio do PMDB, o maior partido da Câmara (e também do PSDB), ele sairia fortalecido com a absolvição pelo TSE.

Sem, todavia, a certeza da sobrevivência de Temer no eventual processo de impeachment por crime comum, os cabeças pretas ficariam de novo num dilema: ficar ou desembarcar? Acontece que, à falta de novos e graves incidentes ao longo dos próximos meses, Temer tende a preservar o seu mandato. Os tucanos desceriam do muro. Teria prevalecido, desde o início, a posição dos que já se acostumaram a decidir.

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