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Por Coluna
Blog do economista Maílson da Nóbrega: política, economia e história
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As chances de Lula em 2018

Nunca se pode dizer que o líder petista esteja definitivamente fora do jogo

Por Maílson da Nóbrega 11 abr 2017, 12h20

Lula vai concorrer à Presidência em 2018. E está confiante. Em comício na cidade de Monteiro (PB), em 19/3/2017, ele desafiou os adversários. “Eles peçam a Deus para eu não ser candidato. Porque se eu for é para ganhar e trazer de volta a alegria deste país. Eu sei colocar o povo para sonhar com emprego e salário”. Reforça esse cenário o fato de o PT precisar ter candidato, no mínimo para continuar “dono” da esquerda. Não pode, por isso, ser coadjuvante, apoiando um nome de outro partido. Perderia o lugar.

Lula tem a preferência de 20% a 25% do eleitorado. São os que compõem a legião de seguidores fieis. Se for candidato, deve chegar ao segundo turno. Se a situação econômica e social do país piorar (por exemplo por causa da rejeição da reforma da Previdência), ele pode surgir como salvador e arrebanhar milhões de votos de desempregados e desesperançados. Uma plataforma populista impulsionaria a candidatura.

Em condições normais, a candidatura seria impugnada ou Lula não seria competitivo em um segundo turno. A primeira barreira seria a Operação Lava-Jato. Se for condenado à prisão em primeira e segunda instância, virará ficha-suja e ficará inelegível. A segunda barreira seria o STF. Já há maioria de votos, em processo em curso, para decidir que réus não podem estar na linha de sucessão do presidente da República. A medida visa aos presidentes da Câmara e do Senado, mas se aplicaria logicamente ao próprio candidato. Cidadãos, associações ou partidos buscariam impugnar a candidatura.

A terceira barreira seria a queda de prestígio do PT, que era o partido de preferência de mais de um terço do eleitorado e agora tem apenas 9% de simpatia, ainda que Lula mantenha pessoalmente seus 20/25%. Isso explica a surra que o partido levou nas eleições municipais de 2016, quando caiu do segundo para o nono lugar em número de prefeitos eleitos. Essa dificuldade tende a aumentar à medida que a imagem de Lula se desgasta com as investigações e mais casos em que vira réu.

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Adicionalmente, é provável que as regiões Sul e Sudeste sejam mais relevantes do que antes na definição dos resultados da disputa presidencial de 2018. Nessas áreas, a rejeição de Lula é altíssima e superior à de seus concorrentes, conforme levantamento do Instituto Ipsos: 71% no Sudeste e 83% no Sul.

Lula ainda é, provavelmente, o maior líder popular do Brasil, mas está longe de reunir as condições que o levaram à vitória em 2002 e 2006. Nunca se pode dizer que ele está definitivamente fora do jogo, mas suas chances de recuperar a Presidência da República são baixas e provavelmente declinantes. Ficará cada vez na dependência de um acaso ou de algo que piore o ambiente, como a citada rejeição da reforma da Previdência. Não é à toa que Lula, o PT e as centrais sindicais controladas pelo partido lideram os protestos contra a reforma. O anseio de volta ao poder não os faz perceber que herdariam os escombros dessa verdadeira guerra.

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