Temer e Trump juntinhos. Contra o ar que respiramos.
Empenhado em agravar o aquecimento global, governo segue baixando medidas que envolvem multa e licença ambientais, índios e mineração.
Poderia e deveria ser tipificado como crime contra a humanidade: o conjunto de medidas tomadas pelo presidente mais impopular da história do Brasil contra a qualidade do ar que respiramos e a favor de desastres climáticos.
Mineração (eu nem sabia o que era Renca até a ameaça contra a reserva de cobre da Amazônia, revogada a duras penas só por causa da pressão da opinião pública), terras indígenas, trabalho escravo (tudo a ver com os interesses especialmente de alguns que empreendem no campo), pressa na concessão de licenças ambientais, e, na semana passada, a redução de multas por crimes ambientais.
O que mais Temer conseguirá fazer contra o meio-ambiente?
À frente dessa fértil interlocução entre o presidente e os líderes do desmatamento, sempre ele, Romero Jucá, senador pelo PMDB de Roraima há 22 anos.
A carreira de Jucá como inquirido no Supremo Tribunal Federal começou há 13 anos. É densa, como sabemos.
Algumas das palavras chave são: Banco da Amazônia, Frangonorte, Belo Monte (hidrelétrica do Pará) e Angra 3.
Mas começou numa pequena cidade de Roraima, Cantá, a capital do abacaxi. Em maio do ano passado, escrevi sobre essa insólita estreia dele na condição de acusado: https://lillianwittefibe.com/2016/05/24/da-capital-do-abacaxi-a-lava-jato/
Também abundam na biografia do senador os embates com os índios. Ele foi presidente da Funai. Em 1986!
E projetos para “desburocratizar” a vida de mineradoras e de madeireiras.
Só Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, que é contra o acordo de Paris e contra o desarmamento nuclear do Irã, rivaliza com Temer quando o assunto é a ruína do meio-ambiente.
Não duvido nada que Temer se eleja deputado no ano que vem. Afinal, o foro privilegiado vale ouro.
Depende de você.
A propósito, caro cidadão de Roraima, tenho lido que Jucá sairá candidato também a deputado.
Os dois dependem de você.