880 x 54
Em 7 anos, a doação que você e eu fazemos aos partidos políticos terá engordado 880%, 16 vezes mais do que a inflação.
Custei a acreditar. Fiz e refiz as contas várias vezes. Consultei a calculadora oficial do Banco Central.
É isso mesmo: 881%.
Leio no Globo que, em 2011, você e eu demos aos partidos políticos R$265 milhões.
E que, no ano que vem, daremos R$2,6 bilhões, incluído o recém-nascido fundo eleitoral de R$1,7 bilhão.
Levei um susto. Resolvi conferir qual foi a evolução da inflação, bem como do salário mínimo, no mesmo intervalo de tempo.
Entre janeiro de 2011 e dezembro de 2017, os preços com os quais lidamos no orçamento nosso de todo dia terão aumentado, na média, uns 54% (embute, claro, a estimativa para este último trimestre).
E o salário mínimo, 78%.
Em 2011, o salário mínimo valia R$545,00. Em 2018, deve ficar em torno de R$970.
Não contentes com 240%
Detalhe: não fosse o novo fundo bilionário, o aumento de dinheiro público drenado para os partidos já seria fantasticamente maior do que os dois índices que menciono acima: 240% (R$265 milhões em 2011, e R$900 milhões no ano que vem).
Sim. Também essa conta precisei fazer e refazer, para nela acreditar.
A reportagem do jornal O Globo é sobre a bandalheira que prevalece na (não) prestação de contas desses fundos partidários.
Segue o link que me fez arregalar os olhos:
https://m.oglobo.globo.com/brasil/com-17-bilhao-para-usar-em-2018-partidos-tem-contas-reprovadas-21947700