Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Letra de Médico Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Orientações médicas e textos de saúde assinados por profissionais de primeira linha do Brasil
Continua após publicidade

Pedra na vesícula, devo operar?

As pedras da vesícula não são naturalmente expelidas pelo corpo e devem ser retiradas cirurgicamente, junto com o órgão, para evitar problemas de saúde

Por Ben-Hur Ferraz Neto
Atualizado em 19 mar 2017, 12h00 - Publicado em 19 mar 2017, 12h00

“-Descobri que tenho uma pedra na vesícula! Tenho mesmo que operar?!” Esta é uma pergunta muito comum no consultório de um gastro-cirurgião, além de ser absolutamente compreensível. Enquanto sabemos que as pedras nos rins podem ser quebradas e eliminadas pelas urina, por que as pedras da vesícula devem ser retiradas cirurgicamente, junto com o órgão?

Vamos lá, existe explicação clara e lógica para isto.

Quando ocorre a formação de cálculos biliares na vesícula, isto por si só determina que o órgão, a vesícula biliar, não está trabalhando de forma adequada. Podem ser vários cálculos ou um único, podem ser grandes ou bem pequenos, conhecidos como microcálculos. O fato é que, ao contrário dos cálculos renais, temos que torcer para que eles fiquem “quietinhos” dentro da vesícula. Caso contrário, estaremos diante de possíveis complicações desta doença que podem se transformar em situações muito graves.

Para que possamos entender estes riscos, precisamos conhecer um pouco a função e a anatomia da vesícula biliar e do sistema que drena a bile entre o fígado (seu produtor) e o duodeno (primeira parte do intestino fino).

Ao produzir a bile, o fígado a envia para a vesícula biliar (uma espécie de bexiguinha que fica embaixo dele), para que lá seja armazenada. Os canais de bile que saem de dentro do fígado se unem com o canal da vesícula biliar e juntos formam um único ducto que leva a bile até o duodeno através de um pequeno orifício chamado papila (por onde o canal da bile desemboca no intestino fino).

Continua após a publicidade

Talvez os leitores já tenham imaginado o que pode acontecer caso as pedras da vesícula saiam de dentro dela… Isso mesmo, elas podem obstruir estes canais, desde o canal da vesícula biliar até o ducto principal que chega no duodeno. Em qualquer uma destas condições, a bile tende a se infectar por não ser drenada. Este entupimento leva a um processo infeccioso agudo. Isto agrava muito uma possível cirurgia, agora emergencial, que poderia ter sido realizada de forma eletiva e muito mais segura.

Para piorar um pouco a situação, na papila (onde desemboca o canal da bile), também desemboca o canal do pâncreas e, assim, o entupimento de ambos pode levar também a uma pancreatite aguda, situação clínica muito grave e que pode até levar a morte do paciente.

Mais uma razão para ser operado da vesícula sempre que for diagnosticado cálculos biliares, é o fato de que a cirurgia é muito segura e, atualmente, realizada, em praticamente 100% das vezes, por via videolaparoscópica, ou seja, através de pequenos orifícios na pele. Isto permite rápida recuperação, com índices muito pequenos de complicações. Muitas vezes, pode-se até receber alta hospitalar no mesmo dia da cirurgia.

Mas atenção, podem existir situações onde a retirada da vesícula é discutível ou mesmo contra-indicada, como por exemplo, naquelas pessoas com idade muita avançada, outras comorbidades, com apenas um cálculo grande e assintomático. Sempre uma avaliação médica poderá esclarecer se o caso é de exceção e não deve ser operado.

Continua após a publicidade

Por isso, não fique esperando que as coisas compliquem, trate eletivamente seus cálculos biliares e viva com mais segurança.

 

(Felipe Cotrim/VEJA.com)

 

Quem faz Letra de Médico

Adilson Costa, dermatologista
Adriana Vilarinho, dermatologista
Ana Claudia Arantes, geriatra
Antônio Frasson, mastologista
Artur Timerman, infectologista
Arthur Cukiert, neurologista
Ben-Hur Ferraz Neto, cirurgião
Bernardo Garicochea, oncologista
Claudia Cozer Kalil, endocrinologista
Claudio Lottenberg, oftalmologista
Daniel Magnoni, nutrólogo
David Uip, infectologista
Edson Borges, especialista em reprodução assistida
Fernando Maluf, oncologista
Freddy Eliaschewitz, endocrinologista
Jardis Volpi, dermatologista
José Alexandre Crippa, psiquiatra
Luiz Rohde, psiquiatra
Luiz Kowalski, oncologista
Marcus Vinicius Bolivar Malachias, cardiologista
Marianne Pinotti, ginecologista
Mauro Fisberg, pediatra
Miguel Srougi, urologista
Paulo Hoff, oncologista
Paulo Zogaib, medico do esporte
Raul Cutait, cirurgião
Roberto Kalil – cardiologista
Ronaldo Laranjeira, psiquiatra
Salmo Raskin, geneticista
Sergio Podgaec, ginecologista
Sergio Simon, oncologista

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.