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O tabagismo no mundo e no Brasil

Apesar da redução do tabagismo em países desenvolvidos e também no Brasil, o cigarro ainda é o grande mal do mundo moderno

Por Fernando Maluf
13 jun 2017, 13h00

O tabagismo, dentre todos os fatores ambientais do século, certamente representa o mais vil e ameaçador de todos, representando o maior fator de risco para o desenvolvimento de tumores malignos (um terço de todos os casos), doenças pulmonares, doenças cardiovasculares, doenças cerebrais entre outras. Calcula-se que 100 milhões de mortes foram causadas pelo tabaco no século XX segundo dados da Organização Mundial de Saúde. Paradoxalmente, é o único produto legal que causa a morte da metade de seus usuários regulares. Isto significa que de 1,3 bilhão de fumantes no mundo, 650 milhões vão morrer prematuramente por causa do cigarro.

Panorama mundial

Em vários países do mundo como China, Índia, Estados Unidos e Rússia, o tabagismo, tem alta prevalência. Calcula-se que a mortalidade mundial aumentou cerca de 5% nos últimos anos. Estima-se que um em cada quatro homens e uma em cada 20 mulheres fumem hoje em dia. Aproximadamente 80% dos tabagistas vivem em 24 países, sendo dois terços em países de baixa e média renda onde a carga das doenças e mortes tabaco relacionadas é ainda mais frequente. Estima-se também que os fumantes atuais consumam cerca de seis trilhões de cigarros todos os anos. O consumo de tabaco no mundo vem crescendo em países em desenvolvimento e reduzindo em países desenvolvidos.

O tabagismo no Brasil

No Brasil, felizmente os números, ainda alarmantes, vem diminuindo ao longo dos últimos 25 anos. Neste período, a percentagem de fumantes diminuiu de 29% para 12% entre os homens e de 19% para 8% entre as mulheres. Vários fatores explicam a menor proporção de homens e mulheres brasileiras que aderiram ao cigarro. Impostos mais altos, restrição ao tabaco em lugares fechados (lei antifumo vigente há mais de 5 anos), e os alertas e informações sobre os efeitos deletérios do cigarro em escolas, universidades, mídia, e nos próprios maços de cigarro são ações positivas que melhoraram as estatísticas nacionais. Ainda assim, o Brasil representa o oitavo lugar no ranking de número absoluto de fumantes (7,1 milhões de mulheres e 11,1 milhões de homens).

Outro dado positivo é a diminuição em 34% nos últimos cinco anos dos fumantes passivos. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2013, o tabagismo passivo foi a terceira maior causa de morte evitável no mundo, perdendo apenas para o tabagismo ativo e para o consumo excessivo de álcool. No Brasil, a proporção de pessoas de 18 anos ou mais de idade não fumantes expostos ao tabagismo passivo foi de 14,7% em casa e 14,4% no trabalho em ambientes fechados. Entre os gêneros, a proporção é maior entre as mulheres em casa (11,7%) e nos homens no trabalho (16,9%).

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Esta mesma tendência positiva se observa em relação a diminuição nas taxas de tabagismo entre a população jovem brasileira com melhora nos indicadores de experimentação e aumento da idade média da experimentação. Contextualizando, pesquisas nacionais indicam que o uso de tabaco ocupa o segundo lugar no ranking de drogas mais experimentadas no país. A idade média de experimentação de tabaco entre os jovens brasileiros é de 16 anos de idade, tanto para meninos quanto para meninas, sendo maior entre estudantes da rede pública de ensino. Importante mencionar que este é o grupo no qual grandes investimentos devem ser feitos pois 90% dos fumantes iniciam seu consumo antes dos 19 anos de idade, faixa em que o indivíduo ainda se encontra na fase de construção de sua personalidade.

Ou seja, o tabaco é sem dúvida o grande mal do mundo moderno, e a melhora dos números no nosso país serve de motivação para aumentarmos e intensificarmos as campanhas (principalmente nas escolas), o governo aumentar cada vez mais a restrição do seu uso através de mais acentuada elevação dos impostos, limitação à propaganda, e restrição ao hábito em âmbito social, além de proporcionar maior investimento em programas anti-tabagismo para que brasileiros e brasileiras consigam com segurança parar de fumar de forma definitiva. Eu diria que neste momento uma batalha foi vencida, mas com certeza a guerra ainda não.

 

(Ricardo Matsukawa/VEJA.com)

 

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