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O papel dos robôs nos centros cirúrgicos

Mais precisas e seguras, as intervenções robóticas ganham espaço ao redor do mundo e no Brasil, que passa a contar com dois centros de treinamento na área

Por Claudio Lottenberg
Atualizado em 4 ago 2017, 12h00 - Publicado em 4 ago 2017, 12h00

Ainda ignorado pelo Instituto Karolinska, da Suécia, responsável pela escolha dos vencedores do Prêmio Nobel de Medicina, o francês Jacques Marescaux, hoje com 68 anos, garantiu presença entre os gigantes das ciências da saúde de todos os tempos em 7 de setembro de 2001. Naquela sexta-feira, ele e a sua equipe realizaram uma bem-sucedida remoção minimamente invasiva da vesícula biliar de uma paciente internada no Centro Hospitalar Universitário (CHU) de Estrasburgo, no extremo leste da França.

O detalhe é que Marescaux estava em Nova York, a 6.200 quilômetros de distância. Tendo ao seu lado o doutor Michael Gagner, do Centro Médico Mount Sinai, de Nova York, e contando em Estrasburgo com os doutores Joel Leroy e Michelle K. Smith, a postos para qualquer eventualidade, ele executou a extração à distância por intermédio do sistema Zeus, composto por três braços robóticos. A cirurgia entrava na era dos robôs.

Mais precisão e confiança

Conhecido como “Operação Lindbergh” – em referência ao norte-americano Charles Lindbergh (1902-1974), o primeiro homem a cruzar o Atlântico pelos céus –, o feito de Marescaux, fundador e presidente do Instituto de Treinamento em Técnicas Minimamente Invasivas e Cirurgia Robótica (IRCAD), abriu perspectivas promissoras para a medicina. A nova tecnologia garantirá mais precisão e confiança aos cirurgiões, propiciando maior eficiência e resolutividade aos sistemas de saúde e, também, maior segurança e conforto aos pacientes, permitindo altas hospitalares mais rápidas.

Desde a “travessia” inaugural, em 2001, esses procedimentos de vanguarda evoluem de forma contínua. O próprio Marescaux, por sinal, voltou a inovar na área em abril de 2007, quando se valeu de duas mínimas incisões para retirar a vesícula biliar de uma paciente pela vagina, em uma inédita cirurgia que não deixou cicatrizes visíveis a olho nu. O especialista aposta que, num horizonte de 20 a 30 anos, as operações se tornarão ainda menos invasivas com o uso de robôs cirurgiões. Esses equipamentos, acredita, terão até a capacidade de tomar decisões, cabendo aos médicos a supervisão do processo.

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O Brasil está inserido nessa revolução tecnológica

A boa notícia para os brasileiros é que o nosso país já figura no mapa mundi dessa revolução tecnológica. No fim de junho, o Dr. Marescaux veio ao Brasil para inaugurar o Centro de Treinamento Edson Bueno, no Rio de Janeiro, que abriga o IRCAD Rio. Trata-se do segundo centro de qualificação da instituição europeia no país e do terceiro fora da França. Os outros dois são o Instituto Asiático de Telecirurgia, em Taiwan, aberto em 2008, e o Instituto Americano de Telecirurgia, que iniciou suas atividades há seis anos, em parceria com o Hospital do Câncer de Barretos, no interior de São Paulo.

Instalado na Barra da Tijuca, o IRCAD Rio demandou investimentos de R$ 32 milhões, dos quais R$ 7 milhões foram destinados à aquisição de equipamentos de última geração. O centro de treinamento, que abrirá inscrições no próximo mês, terá capacidade para atender 2.000 médicos por ano em cerca de 38 cursos em diversas áreas e será o primeiro polo oficial de capacitação da Intuitive (fabricante do robô cirúrgico da Vinci) no Brasil.

As cirurgias do futuro ganham, assim, cada vez mais espaço entre os profissionais brasileiros. É um sonho antigo que está se tornando realidade a cada dia, para a alegria de todos.

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(Lailson Santos/VEJA)

 

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