O impacto da alimentação no câncer de mama
Estudos mostraram que uma alimentação rica em fibras, com alto consumo de legumes e frutas, principalmente na adolescência reduz o risco de câncer de mama
Tem se observado um crescente interesse em pesquisas que avaliam os padrões alimentares dos adolescentes e dos adultos jovens versus o risco de câncer de mama. Os tipos de alimentos consumidos, sua frequência e a sua proporção na dieta têm sido analisados em diversos países.
Consumo de fibras é benéfico
Nos Estados Unidos, um grande estudo populacional envolvendo mais de 95.000 mulheres concluiu que o consumo de uma boa quantidade de fibras dietéticas (frutas, vegetais e grãos integrais) está associado a um risco significativamente inferior de câncer de mama: 13% menor por 10 g/dia de aumento de fibra durante o início da idade adulta e 14% de redução de risco por 10 g/dia de incremento de fibra durante a adolescência.
Outros estudos estimaram uma redução mais modesta do risco: – 5% para cada 10 g/dia de incremento na ingestão de fibras, mas ainda sim significativo.
A importância da adolescência
Estudos anteriores quase não foram significativos, mas vale ressaltar que nenhum deles examinou a dieta durante a adolescência, período em que os fatores de risco para o desenvolvimento da neoplasia parecem ser particularmente importantes uma vez que o tecido mamário apresenta maior taxa de proliferação.
De uma forma relevante, estes estudos, acrescentam aos poucos, fatores de risco potencialmente modificáveis para a diminuição das chances de se ter o diagnóstico de neoplasia mamária.
Padrão “prudente” é o mais indicado
Outro estudo avaliou os padrões alimentares dos adolescentes e a incidência de câncer de mama na pré-menopausa. Três principais padrões alimentares foram identificados: o padrão “prudente” foi caracterizado pela alta ingestão de legumes, frutas, peixes e aves; o padrão “ocidental” foi caracterizado por ingestão regular de grãos refinados, carnes vermelhas e processadas e o padrão de “fast food” foi caracterizado por ingestão farta de pizza, batatas fritas, doces e refrigerantes.
Em conclusão, não foi observada uma associação entre os padrões alimentares “ocidentais” ou de “fast food” e o risco de neoplasia na pré-menopausa. Entretanto, observou-se um benefício significativo entre o padrão dietético “prudente” e o menor risco de se desenvolver a doença. Os benefícios de um padrão alimentar mais saudável durante a adolescência pareciam se estender às mulheres mesmo após a menopausa.
Há a necessidade de novos estudos sobre a dieta e o risco de câncer de mama nesta faixa etária, pois este pode ser um período crítico para a redução dessa grande fonte de morbidade e mortalidade. Na prática, o que observamos é que a incidência de câncer de mama está aumentando em todas as idades, inclusive nas mulheres jovens, e a mudança comportamental alimentar, com alimentos de menor qualidade nutricional, parecem influenciar este risco.
Quem faz Letra de Médico
Adilson Costa, dermatologista
Adriana Vilarinho, dermatologista
Ana Claudia Arantes, geriatra
Antonio Carlos do Nascimento, endocrinologista
Antônio Frasson, mastologista
Artur Timerman, infectologista
Arthur Cukiert, neurologista
Ben-Hur Ferraz Neto, cirurgião
Bernardo Garicochea, oncologista
Claudia Cozer Kalil, endocrinologista
Claudio Lottenberg, oftalmologista
Daniel Magnoni, nutrólogo
David Uip, infectologista
Edson Borges, especialista em reprodução assistida
Fernando Maluf, oncologista
Freddy Eliaschewitz, endocrinologista
Jardis Volpi, dermatologista
José Alexandre Crippa, psiquiatra
Ludhmila Hajjar, intensivista
Luiz Rohde, psiquiatra
Luiz Kowalski, oncologista
Marcus Vinicius Bolivar Malachias, cardiologista
Marianne Pinotti, ginecologista
Mauro Fisberg, pediatra
Miguel Srougi, urologista
Paulo Hoff, oncologista
Paulo Zogaib, medico do esporte
Raul Cutait, cirurgião
Roberto Kalil – cardiologista
Ronaldo Laranjeira, psiquiatra
Salmo Raskin, geneticista
Sergio Podgaec, ginecologista
Sergio Simon, oncologista