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Dor de barriga é muito comum na infância

A dor de barriga em crianças nem sempre necessita de tratamento. Tentar entender a causa do problema é essencial para evitar intervenções desnecessárias

Por Mauro Fisberg
23 jan 2017, 12h40

A dor de barriga ou dor abdominal é um sinal muito frequente na criança e adolescente. Apesar de bastante comum, nem sempre necessita de tratamento, e tentar entender a causa do problema é muito mais importante para evitar medicamentos ou intervenções de longo prazo sem necessidade.

A cólica do recém-nascido pode aparecer muitas vezes logo após o nascimento e, apesar de ser considerada um fato normal para o desenvolvimento da criança, assusta muito os pais e muitas vezes, também o pediatra. Quase a metade das crianças tem espasmos e cólicas, gases frequentes e irritabilidade. A ansiedade dos pais pode agravar o problema e, se as crises forem repetitivas, levam o profissional de saúde a mudar o esquema de alimentação dos bebês. Já vimos até a retirada do aleitamento materno por causa de cólicas mal manejadas. Se a criança está tomando leites artificiais, começa o troca-troca de produtos, sem diagnóstico clínico adequado. Existem hoje inúmeras fórmulas lácteas que foram desenhadas pela indústria para modificar a ocorrência de gases, cólicas, regurgitação, fezes amolecidas ou endurecidas. Essas fórmulas não são mágicas, e o pediatra deve entender o que está ocorrendo, antes de modificar a alimentação do bebê.

Devemos lembrar que, na linguagem popular, a cólica ou dor de barriga é muitas vezes associada ao funcionamento do intestino, tanto a diarreia como a constipação. É frequente, quando a criança reclama de dor de barriga, que os pais sugiram que ela “vá ao banheiro, que passa…”.

No entanto, a dor abdominal aguda pode ter muitas causas, desde uma simples alteração do ritmo intestinal, com cólicas associadas, até doenças mais importantes, de condição cirúrgica. Devemos prestar atenção a todos os outros sinais e sintomas que estão presentes juntamente com a dor. É essencial anotar a frequência, em que local ou atividade acontece a dor, se há febre, alterações de pele, do ritmo do intestino, sinais de alergia, náusea e vômitos, perda de peso e outros. Faz parte da história clínica ver investigar se mais alguém da família tem queixas abdominais, como úlceras, constipação intestinal, diarreias e outros sinais. Pode haver uma herança genética ou uma cópia de comportamento dos pais por parte das crianças. Se algum dos sintomas acima estiver relacionado a dor abdominal, o pediatra deve ser acionado imediatamente.

As dores funcionais são bastante frequentes, e podem aparecer em 15 a 20% das crianças maiores e adolescentes. Quase sempre os exames bioquímicos ou radiológicos são normais, e as dores resistem a sintomáticos. Muitas vezes na vigência de uma dor crônica mal diagnosticada, recorre-se à retirada total de grupos de alimentos, sem uma justificativa clara. Assim, a retirada de derivados lácteos, glúten (proteína dos cereais mais comuns) ou outros alimentos acaba acontecendo, restringindo ainda mais a dieta das crianças.

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Cabe ao pediatra fazer o primeiro diagnóstico do que está ocorrendo, lembrando que algumas situações podem estar acontecendo sem sinais claros. Uma infecção urinária em crianças pequenas pode estar ocorrendo sem a presença de queixas de dor ou modificação da cor, volume ou aspecto da urina. A enorme quantidade de crianças ou adolescentes que tem dor de barriga de forma crônica obriga o profissional de saúde a pensar em uma triagem mais ampla de problemas, que vão desde uma queixa apenas para que a criança falte à escola ou a alguma atividade social, até doenças mais complexas. Quando esgotadas as possibilidades, um especialista, quase sempre o gastroenterologista pediátrico, deve ser consultado. Busca-se com isso afastar a presença de doenças e pensar nas situações funcionais, que vão exigir muitos cuidados de orientação e seguimento, para impedir que as queixas tenham grande duração e que possam impedir a vida normal da criança ou adolescente.

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