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Por Coluna
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Segredos de um Crime

Um suspense que vale ouro para garimpar na Netflix

Por Isabela Boscov Atualizado em 21 jun 2017, 16h34 - Publicado em 20 jun 2017, 17h04

Na cena de abertura, com a câmera correndo pelo imenso armazém atrás dos agentes e especialmente atrás do detetive Malcolm (Joel Edgerton), enquanto eles perseguem um bando de criminosos em fuga, pode-se até ter a impressão de que este é um clássico filme de policiais versus bandidos. Mas o território deste suspense australiano escrito pelo próprio Joel Edgerton é outro: um tremendo dilema moral. Que, enquanto progride e se desdobra, vai arruinando vidas.

Segredos de Um Crime
(California Filmes/Divulgação)

Durante a batida no armazém, Malcolm toma um tiro no abdômen. É salvo pelo colete a prova de balas. Mas, entre o hematoma e o susto, é compreensível que, de noite, ele exagere nos drinques de comemoração com os colegas. Dirigindo alcoolizado e com sono de volta para casa, Malcolm sem querer dá um peteleco com o retrovisor do carro numa bicicleta, e fica atordoado quando percebe que o ciclista, um menino de 9 anos, foi ao chão com uma fratura no crânio. Malcolm chama a ambulância – mas, quando a atendente da emergência pergunta se ele foi parte do acidente, ele vacila e diz que não, que apenas achou o garoto. Daí para a frente, o rolo só aumenta, com a entrada na questão de dois outros policiais muito diferentes entre si. O detetive veterano Carl (Tom Wilkinson), um alcoólatra sóbrio de terno sempre amarrotado, cheio de desencanto, imediatamente entra em modo de controle de danos quando chega ao local do acidente e vê que Malcolm está envolvido. Já seu parceiro, Jim (Jai Courtney), um novato caxias, acha que a coisa toda não se encaixa, e não quer largar do osso – inclusive porque está encantado com a mãe da vítima e quer entregar alguma justiça a ela. E o garoto, enquanto isso, continua em coma, à morte.

Segredos de Um Crime
(California Filmes/Divulgação)

Esse é só o ponto de partida da história – e ela tem tanto a ver com investigação e acobertamento quanto com culpa, negação e racionalização. No íntimo, Malcolm está desabando sob o peso da tragédia que causou, mas as ramificações dela evoluíram de tal maneira que talvez já não seja possível voltar atrás. Tenso, cheio de eletricidade, valorizado pelos ótimos desempenhos centrais (inclusive o de Courtney, que às vezes é um ator meio duro) e muito bem dirigido por Matthew Saville (de ótimas séries australianas como Please Like Me), Segredos de um Crime é uma daquelas descobertas que compensam o garimpo na Netflix.

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Segredos de Um Crime
(California Filmes/Divulgação)

E uma palavrinha sobre Joel Edgerton: dois anos depois de escrever este roteiro, ele estreou na direção, em 2015, com outro suspense muito bacana, O Presente, que também escreveu e no qual também atua. Está trabalhando em um novo filme como diretor, Boy Erased, com o excelente Lucas Hedges, o garoto de Manchester à Beira-Mar. E nesta semana vou voltar a falar dele por conta da estreia do terror/suspense Ao Cair da Noite, que ele produziu e no qual tem o papel principal. Está com cara que Edgerton está seguindo, e muito bem, os passos de Clint Eastwood na carreira: faz de tudo, bem-feito e com pulso firme.


Trailer

SEGREDOS DE UM CRIME
(Felony)
Austrália/Estados Unidos, 2013
Direção: Matthew Saville
Com Joel Edgerton, Tom Wilkinson, Jai Courtney, Sarah Roberts, Melissa George
Onde: na Netflix

 

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