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Por Coluna
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“Gringo”: quando filmes ruins acontecem para gente boa

Charlize Theron, Joel Edgerton e David Oyelowo numa roubada

Por Isabela Boscov Atualizado em 3 Maio 2018, 21h21 - Publicado em 3 Maio 2018, 20h33

Em Gringo: Vivo ou Morto, Charlize Theron e Joel Edgerton são sócios numa farmacêutica que bombou com a maconha medicinal. Agora querem vender a empresa e ficar com a grana. Mas, para a transação sair, é preciso antes dar uma arrumada nos seus laboratórios no México, que eles vinham usando como fonte extra de caixa – repassando drogas de lá para os cartéis. O chefe da divisão mexicana tenta explicar a eles que, bem, fornecimento para cartel não é coisa que se possa interromper assim impunemente. Dito e feito: por umas e outras, David Oyelowo, que acredita ser amigão de Edgerton (ei, ele até lhe deu um emprego legal na farmacêutica), entra de “pato” na história, ficando no meio da bagunça criada entre seus patrões, o narcotraficante Pantera Negra, os policiais da Agência Antidrogas, um par de “mulas” etc. Harold, o personagem de Oyelowo, é um saco de pancadas nato. Está habituado a ser trapaceado pelo chefe, pelos amigos e pela mulher (Thandie Newton, completamente desperdiçada), e nunca reage. Mas agora se encheu, e tem um plano para trapacear a todos. Pode até parecer divertido – mas não, não é. É muito ruim. É crasso, cansativo e confunde grosseria pura e simples com incorreção política. Os personagens de Edgerton e Charlize, em particular, são um horror. Ele faz um boçal que se acha o máximo, ela faz uma bisca. Nenhum dos dois acerta o tom, e é constrangedor ver dois ótimos atores enfiando assim os pés pelas mãos.

Gringo: Vivo ou Morto
(Diamond/Divulgação)

Joel Edgerton costuma ter critério para escolher o que faz e, quando empresta cacife para levantar uma produção modesta, em geral é muito esperto (por exemplo, assumindo a direção de O Presente e a produção de Ao Cair da Noite). Mas compreendo que ele não poderia escapar desta: esse pastiche de comédia de ação é dirigido por seu irmão, Nash Edgerton (que tem longa carreira como dublê e como diretor de vídeos para Bob Dylan), e por um irmão encara-se muita coisa. Por que Charlize entrou nessa roubada, aí já não faço ideia – mas, além de atriz, ela é coprodutora. E o ótimo Oyelowo, de Selma, não merecia mais essa depois de Rainha de Katwe, Paradoxo Cloverfield e Uma Dobra no Tempo; outro fiasco desses, e está na hora de ele começar a duvidar das intenções do seu agente. O curioso é que o roteiro vem assinado por Anthony Tambakis, que escreveu os bem decentes Em Busca da Justiça e Guerreiro (estrelado por Joel Edgerton, que o deve ter chamado aqui na tentativa de minimizar o desastre). Desta vez, porém, Tambakis trabalhou em parceria com Matthew Stone, que já conseguiu fazer até o praticamente infalível Tommy Lee Jones passar vergonha (em O Homem da Casa). Mas nem é o caso de atribuir a responsabilidade a fulano ou sicrano. Em Gringo, tem culpa de sobra para dividir por todo mundo.


Trailer

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https://youtu.be/gitQhLBzYxw

GRINGO: VIVO OU MORTO
(Gringo)
Estados Unidos/Austrália, 2018
Direção: Nash Edgerton
Com David Oyelowo, Charlize Theron, Joel Edgerton, Thandie Newton, Amanda Seyfried, Harry Treadaway, Yul Vazquez, Melonie Diaz, Carlos Corona, Theo Taplitz, Alan Ruck, Kenneth Choi
Distribuição: Diamond

 

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