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Por Coluna
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Ettore Scola

Por Isabela Boscov Atualizado em 11 jan 2017, 16h06 - Publicado em 20 jan 2016, 16h05

Um cineasta à parte.

Escolhi esta foto para homenagear Ettore Scola, morto ontem, dia 19 de janeiro, aos 84 anos, porque esse é o Scola que eu imagino: o que nunca acredita no primeiro olhar e sempre reexamina suas impressões.

Scola foi um cineasta entre-gerações; artisticamente, estava situado a meio-caminho entre os neo-realistas de Vittorio de Sica e o povo “cabeça” de Michelangelo Antonioni. Via com a mesma medida de incredulidade a Itália que sucumbira ao fascismo de Benito Mussolini nos anos 30 e 40 e a Itália que, na década de 60, queria viver cada dia como se fosse o último. Na Itália dos anos 70, sacudida pelos movimentos trabalhistas, foi investigar a camada mais subterrânea dos seus compatriotas – a sordidez da família de favelados liderada por Nino Manfredi em Feios, Sujos e Malvados, de 1976. Curiosamente, esse clássico da iconoclastia está ensanduichado entre alguns dos filmes mais líricos do cinema italiano: Nós que Nos Amávamos Tanto (o filme mais lembrado de Scola, de 1974), o terrivelmente melancólico Um Dia Muito Especial (1977) e O Baile (1983), em que toda a história do século XX europeu transcorre, sem diálogos, em um salão de baile.

O cinema italiano atravessou uma fase criativamente árida nas décadas de 90 e 2000, mas mesmo durante esse período Scola fez alguns filmes que considero memoráveis, embora em tom menor: A História de um Jovem Homem Pobre, de 1995; O Jantar, de 1998; e Concorrência Desleal, de 2001. A favor dele, Scola tinha não só esse desgarramento das principais correntes cinematográficas de seu tempo, mas um humanismo verdadeiro – desconfiado, abalado, desassombrado, e por isso mesmo mais legítimo. Para conferir, é só assistir a Aquele que Sabe Viver (1962), de Dino Risi, para quem Scola escreveu um de seus primeiros e mais soberbos roteiros.

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