Condenado a 19 anos e 10 meses de prisão por abusar sexualmente de suas pacientes, o médico Hélcio Andrade dá expediente dentro das dependências de Tremembé 2, onde cumpre regime fechado. Ele atende presos do complexo. Foi dele, inclusive, um dos laudos que atestaram que Roger Abdelmassih tem “doença cardíaca crônica”. O laudo consta dos autos do processo de execução penal de Abdelmassih, condenado a 181 anos de cadeia por também abusar sexualmente de pacientes em sua clínica. Abdelmassih ganhou o regime domiciliar graças ao seu estado debilitado de saúde — decisão revogada por liminar na sexta-feira.

A Secretaria de Administração Penitenciária de São Paulo confirmou que, não só Hélcio, mas a maioria dos médicos que cumpre pena está incluída em um projeto no qual são autorizados a realizar atendimento médico dentro das celas. A cada três dias de trabalho, abatem um dia da pena. Uma consulta feita por VEJA no site do Conselho Regional de Medicina de São Paulo atestou que o registro de Hélcio (45.890) ainda está ativo. (por Ullisses Campbell)

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