Alckmin: ‘Governo Temer sofre de ilegitimidade’
Governador de São Paulo cumpre agenda de viagens e fala como candidato em 2018
Conhecido por rodeios e esquivas em entrevistas, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), falou pela primeira com rara clareza nesta quinta-feira sobre a gestão Michel Temer e seus planos para o ano que vem. À Rádio Gaúcha, instantes antes de embarcar de Brasília para São Paulo, o tucano apresentou-se como candidato à Presidência da República, definição que, segundo ele, ocorrerá em dezembro, e disse que o governo Temer “sofre de ilegitimidade” porque não foi respaldado pelas urnas. “O governo sofre um grande problema de falta de legitimidade, o que dificulta a governabilidade”, disse. “Eu era vice do Mário Covas, fui governador sem voto (Covas morreu em 2001). Depois fui três vezes eleito, é muito diferente”, arrematou.
Questionado sobre a disputa ao Palácio do Planalto no próximo ano, Alckmin disse que “vai trabalhar para unir o Brasil”, que pretende buscar alianças “com quem não tiver candidato” — “menos com o petismo” — e deixou no ar uma negociação com o PMDB. também criticou o “distritão”, um dos pontos da minirreforma política em curso no Congresso. “É um grande equívoco porque enfraquece os partidos.”
Depois de Brasília, o tucano seguirá rodando o país: nesta sexta, vai a um evento em Porto Alegre, e, no sábado, a Florianópolis.
Programa do PSDB — Alckmin torceu o nariz quando questionado sobre a peça do PSDB que vai ao ar neste final de semana na linha de autocrítica partidária. “Não participei da elaboração do programa. Acho polêmica e chama atenção para o fato (o erro)”, disse. Em seguida, quando a radialista perguntado se um exemplo de erro seria a conduta do senador Aécio Neves (MG), Alckmin não titubeou: “Tanto é que ele já se afastou da presidência do partido”.
Com a intensa movimentação de João Doria, que circulou pelo país e fez gesto de aproximação com Temer, Alckmin resolveu marcar posição no campo contrário.