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Obama deu a vitória ao Irã. Veja 16 razões

As opiniões sobre acordos, relatórios e estudos publicadas na imprensa ignoram, com frequência, o conteúdo de cada um deles. Este blog procura esmiuçar as fontes originais sempre que pode, como fez aqui, ou conferir a análise de quem realmente já o fez para trazê-la aos leitores. O implacável David Horowitz esmiuçou como ninguém o acordo nuclear do governo Obama […]

Por Felipe Moura Brasil Atualizado em 31 jul 2020, 00h56 - Publicado em 15 jul 2015, 20h32

IrãAs opiniões sobre acordos, relatórios e estudos publicadas na imprensa ignoram, com frequência, o conteúdo de cada um deles.

Este blog procura esmiuçar as fontes originais sempre que pode, como fez aqui, ou conferir a análise de quem realmente já o fez para trazê-la aos leitores.

O implacável David Horowitz esmiuçou como ninguém o acordo nuclear do governo Obama com o Irã e apontou 16 razões pelas quais ele representa uma vitória iraniana e uma catástrofe para o Ocidente, além da culminação de uma sequência de mentiras desmascaradas neste blog, por exemplo, aqui e aqui.

Veja abaixo a tradução do artigo de Horowitz e pare de acreditar na imprensa esquerdista.

Relembro em seguida o vídeo educativo da Prager University sobre o assunto.

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Na terça-feira, o presidente do Irã, Hassan Rouhani, previsivelmente anunciou o acordo nuclear fechado com as potências mundiais e encabeçado pelos Estados Unidos, e zombou dos “fracassados” esforços dos “bélicos sionistas”. A alegria dele, a alegria do Irã, é facilmente compreensível.

O acordo torna legítimo o programa nuclear iraniano, permite que o país mantenha usinas nucleares, permite que as pesquisas prossigam em áreas que vão acelerar exponencialmente a aquisição da bomba, caso a nação decida ignorar o acordo, mas também permite que ele aguarde o fim de tais restrições e continue a se transformar em um estado às portas do poder nuclear com total legitimidade internacional.

Eis como:

1. [Pergunta:] O regime iraniano foi intimado, como condição para o acordo, a revelar as antigas dimensões militares do programa nuclear – confessar as violações – de forma tanto a garantir reais inspeções de todas as usinas relevantes quanto a destruir a mentira por ele espalhada de que jamais violara as obrigações para com a não proliferação? Não.

(Essa falha, possivelmente o pecado original da abordagem das negociações pelo Ocidente, é habilmente detalhada aqui por Emily B. Landau.)

Em vez de exibir as violações do Irã, o novo acordo cerimoniosamente declara que o Tratado de Não-proliferação que o Irã não honrou “permanece como uma pedra fundamental” dos continuados esforços para evitar a propagação das armas nucleares. O acordo oferece um mecanismo para “abordar problemas passados e presentes relativos ao programa nuclear iraniano,” mas o Irã deu um jeito de se esquivar de tais esforços por anos, e o acordo não dá muitas esperanças de mudanças nessa área, displicentemente antecipando que “encerrará o assunto” nos próximos meses.

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2. O regime iraniano foi intimado a interromper todo o enriquecimento de urânio, inclusive nas milhares de centrífugas girando na principal usina de enriquecimento em Natanz? Não. O acordo especificamente dá legitimidade ao enriquecimento sob certas limitações desgastadas.

3. O regime iraniano foi intimado a lacrar e desmontar o reator de água pesada e a usina produtora de urânio em Arak? Não. Ele vai converter, mas não vai desmontar a usina, um processo altamente complexo. Mesmo que o Irã respeite essa cláusula, o compromisso de “não montar mais reatores de água pesada e nem acumular água pesada no Irã” vai expirar em quinze anos.

4. O regime iraniano foi intimado a lacrar e desmontar a usina de enriquecimento subterrânea construída secretamente em Fordow? Não. (Converter, não desmontar.)

5. O regime iraniano foi intimado a encerrar o adiantado desenvolvimento de mísseis? Não.

6. O regime iraniano foi intimado a deter a pesquisa de desenvolvimento das centrífugas mais velozes que permitirão que o país consiga fabricar a bomba muito mais rápido do que atualmente? Não. O acordo especificamente dá legitimidade à permanente pesquisa e desenvolvimento sob certas limitações desgastadas. Ele especificamente permite, por exemplo, que o Irã comece a testar o veloz “IR-8 em máquinas centrífugas únicas e em suas intermediárias em cascata” assim que o acordo for efetivado e que “começará a testar até trinta centrífugas IR-6 e IR-8 após oito anos e meio.”

7. O regime iraniano foi intimado a aceitar inspeções “em qualquer lugar, a qualquer hora” em toda e qualquer usina suspeita de praticar atividades nucleares ilegais? Não. Em vez disso, o acordo descreve em grandes detalhes um processo muito minucioso de alertas prévios e “consultas” para esclarecer dúvidas.

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8. A comunidade internacional estabeleceu procedimentos que determinem como ela reagirá a diferentes espécies de violações iranianas para garantir que possa atuar com rapidez e eficiência suficientes de modo a impedir a fabricação da bomba? Não. 

9. O regime iraniano foi intimado a parar de armar, financiar e treinar o exército terrorista do Hezbollah no sul do Líbano? Não. (Esse tipo de problema não-nuclear não foi debatido nas negociações.)

10. O regime iraniano foi intimado a entregar aos tribunais os membros da liderança colocados em uma lista de vigiados da Interpol por suposto envolvimento na explosão de um homem-bomba do Hezbollah no centro comunitário judeu da AMIA de Buenos Aires em 1994, que resultou na morte de 85 pessoas? Não. (Esse tipo de problema não-nuclear não foi debatido nas negociações.)

11. O regime iraniano se dispôs a fechar cerca de 80 de seus “centros culturais” na América do Sul a partir dos quais ele supostamente patrocina redes terroristas? Não. (Esse tipo de problema não-nuclear não foi debatido nas negociações.)

12. As lideranças iranianas concordaram em parar de estimular o ódio do povo contra Israel e os Estados Unidos e parar com o implacável clamor pela aniquilação de Israel? Não. (Esse tipo de problema não-nuclear não foi debatido nas negociações.)

13. O regime iraniano concordou em parar com as execuções, atualmente da ordem de três ao dia, a maior taxa em vinte anos? Não. (Esse tipo de problema não-nuclear não foi debatido nas negociações.)

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14. O acordo nuclear despedaça o regime de sanções dolorosamente montado que obrigava o Irã a se sentar à mesa de negociações? Sim.

15. O acordo promoverá uma nova era de relacionamentos comerciais em nível global com o Irã, reanimando a economia iraniana e liberando recursos financeiros que o Irã usará para incrementar as forças armadas e redes terroristas? Sim.

16. O acordo nuclear recrudescerá no poder o regime iraniano repressor e voraz? Sim.

Está na cara por que Irã e aliados estão festejando. Ninguém mais deveria estar.

* TRADUÇÃO: CLAUDIA COSTA CHAVES para o blog de Felipe Moura Brasil, em VEJA.com.

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** Relembre no blog:
Obama mentiu sobre bomba. Netanyahu estava certo
O preço de não ouvir os “coxinhas”: depois de permitir massacre, Obama manda 450 militares para o Iraque
Dilma contra “pessimistas”, Obama contra “cínicos” – e a realidade contra ambos

Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

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