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Análises irreverentes dos fatos essenciais de política e cultura no Brasil e no resto do mundo, com base na regra de Lima Barreto: "Troça e simplesmente troça, para que tudo caia pelo ridículo".
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O jornal Extra matou o jornalismo a facadas

O jornal Extra matou o jornalismo a facadas com a capa que transformou o suspeito de assassinar o médico Jaime Gold em vítima de duas tragédias anteriores, como se as supostas faltas de família e escola fossem as verdadeiras responsáveis pelo crime e equivalessem a um assassinato. Detalhes: – O bandido morava num apartamento do Minha Casa […]

Por Felipe Moura Brasil Atualizado em 31 jul 2020, 01h19 - Publicado em 23 Maio 2015, 15h43

O jornal Extra matou o jornalismo a facadas com a capa que transformou o suspeito de assassinar o médico Jaime Gold em vítima de duas tragédias anteriores, como se as supostas faltas de família e escola fossem as verdadeiras responsáveis pelo crime e equivalessem a um assassinato.

EXTRA canalha

Para o Extra, a escola era a “outra barreira de proteção do menor” suspeito de assassinato, que, no entanto, “também desistiu dele”. O jornal, na prática, legitima moralmente o crime

Detalhes:

– O bandido morava num apartamento do Minha Casa Minha Vida, supostamente responsável por melhorias sociais.
– A família que o Extra diz tê-lo abandonado era a dona do apartamento e recebia Bolsa-Família.
– Ele frequentava um Ciep, onde tinha atividades e estudava de graça.
– Lutava judô gratuitamente também.

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Tudo com o dinheiro dos nossos impostos.

Mesmo assim, apresento ao jornal Extra os casos de:

Suzane Von Richthofen, que estudou no Colégio Humboldt, cursou Direito na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e tinha pais comprovadamente esmerados em sua educação, até decidir matá-los a golpes de barra de ferro, em parceria com o namorado rejeitado por eles e o irmão do dito-cujo.

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– Guilherme de Pádua, então ator da maior emissora de TV do país quando decidiu apunhalar até a morte a atriz Daniella Perez, seu par romântico na novela. Os pais do ex-ator que ganhou bolsa na PUC Minas após cumprir pouco menos de 7 anos de prisão “sofreram demais” com o crime, segundo ele próprio.

Em ambos os casos, como em milhares de outros, tratavam-se de assassinos…

– COM FAMÍLIA,

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– COM ESCOLA,

…que, assim como o suspeito de matar Jaime Gold, fizeram uma escolha (i)moral pela qual têm de ser responsabilizados.

Apresento ainda:

– o caso da menina de 12 anos estuprada neste mesmo mês NA ESCOLA Estadual Leonor Quadros, no Jardim Miriam, Zona Sul de São Paulo, por TRÊS ALUNOS DA MESMA ESCOLA.

O Extra também vai lamentar que ela “desista” deles?

Sem falar nos inúmeros casos de pobres que venceram na vida, apesar de todas as dificuldades, como o campeão da matemática Ricardo Oliveira, filho de lavradores do interior do Ceará e portador de uma doença rara; ou Thompson Vitor Marinho, filho de pasteleiro e catadora, que passou em 1º lugar em escola federal estudando com livros que a mãe trazia do lixão.

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Lá mesmo, onde deveria estar – mas felizmente não estava – essa edição do Extra.

* Relembre aqui no blog:
A cultura do crime

Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

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