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Análises irreverentes dos fatos essenciais de política e cultura no Brasil e no resto do mundo, com base na regra de Lima Barreto: "Troça e simplesmente troça, para que tudo caia pelo ridículo".
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Massacres escancaram fronteiras abertas para crime e hipocrisia

Blog comenta atuações de Lula, Dilma, Cardozo, Temer, Moraes e facções

Por Felipe Moura Brasil Atualizado em 6 jan 2017, 19h34 - Publicado em 6 jan 2017, 19h31

Cobertura em notas e tuitadas:

– Durante o recesso, bandidos armados assumiram no noticiário o protagonismo dos bandidos políticos. É o revezamento da bandidagem brasileira.

– É sintomático que no país onde 60 mil pessoas são assassinadas por ano só haja maior preocupação com criminalidade e fronteiras quando 60 bandidos morrem.

– Recordar (de novo…) é viver:

– Só para registrar:

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a) Estreei no site Mídia Sem Máscara, em 2010, com um artigo sobre as fronteiras, “Mandem a gasolina para o Lula“.

b) “Quem se importa com as fronteiras do Brasil?” foi título de um post meu de 11 de agosto de 2014. Resposta atual: quem despertou com a morte de 60 bandidos no maior presídio do Amazonas.

c) Relembro também “As continentais e incontroladas fronteiras brasileiras” (31/01/2015) e TCU mostra “abandono” das fronteiras brasileiras e complica ainda mais Dilma Rousseff (1/09/2015).

d) Em 21 de julho de 2016, publiquei o vídeo abaixo “Ninguém bate o Brasil em indiferença às fronteiras“, no qual comentei, entre outras coisas, o assassinato do narcotraficante Jorge Rafaat Toumani, de 56 anos, fator detonador da atual guerra entre os antigos aliados PCC (Primeiro Comando da Capital) e CV (Comando Vermelho), este último agora aliado da FDN (Família do Norte), responsável pelo massacre contra membros do PCC em Manaus.

A emboscada ao “rei do tráfico” na fronteira com o Paraguai foi atribuída ao PCC que, segundo investigações do Ministério Público Estadual (MPE), não dividiu em seguida o domínio do tráfico, o que motivou o racha com o CV e, em consequência, rebeliões em presídios de Boa Vista (Roraima) e Porto Velho (Rondônia), em outubro, que resultaram em 18 mortos.

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– Nada contra o foco nos problemas mais graves do Brasil após novos massacres de bandidos. Só lamento que seja assim, até para evitar que, passada a comoção, os problemas fiquem novamente de lado.

– Trinta dos 33 detentos mortos na madrugada desta sexta-feira (6) na maior penitenciária de Roraima foram decapitados. Alguns deles tiveram o coração arrancado. O banho de sangue continua, como se vê.

– O presídio tem 700 vagas, mas abrigava 1.475 detentos, mais que o dobro; e, no momento do massacre, apenas 15 agentes estavam de plantão, ou seja: 1 para cada 98 presos. Bandidos fazem a festa no recesso de verão.

– Enquanto o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, nega guerra de facções, vingança do PCC e perda do controle prisional, outro ministro, Osmar Terra, do Desenvolvimento Social e Agrária, solta o verbo no Twitter:

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– Moraes negou, em novembro, um pedido urgente de socorro da governadora de Roraima, Suely Campos, “em virtude das proporções dos últimos acontecimentos no Sistema Prisional do Estado”. O documento desmente o ministro que – embora menos pior que José Eduardo Cardozo e Eugênio Aragão – quanto mais fala, mais se enrola.

– O dilmês era mil vezes pior, sem dúvida, mas Michel Temer, ao usar a palavra “acidente” para descrever o massacre em Manaus, parece ter feito um cursinho de comunicação com Moraes, o ministro improvisado do governo de improviso.

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– Título de matéria da BBC Brasil: “‘A questão não se resolve com construção de presídios’, diz Gilmar Mendes sobre crise penitenciária“. Na verdade, o ministro do STF falou isso sobre “agora” e, em seguida, o oposto.

Eis o trecho da entrevista (com grifos meus):

Gilmar Mendes

“A questão não se resolve agora com construção de presídios. É óbvio. Até porque um presídio para ser construído ele vai levar três, quatro anos, com todos os incidentes que ocorrem, licitações e tudo o mais.

É evidente que tem que se construir presídios e tem que melhorar a situação dos presídios atuais. Mas tem que ter ação imediata nesses presídios que estão por aí.

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Um juiz na execução penal narrou a situação do Presídio Central de Porto Alegre. A unidade é administrada pelos presos, pelas organizações criminosas. Os carcereiros não entram lá depois de uma determinada hora.

Essa realidade precisa ser enfrentada. E, claro, quando você tem superlotação, é mais difícil o controle.”

Sobre a superlotação, foi exatamente o que comentei aqui.

Sobre presídios, é claro que, antes das eventuais construção ou concretização de novos, é preciso levantar dados, organizar e melhorar os existentes, sem soltar bandido à toa.

Gilmar também reconhece o problema de que falei em vídeo sobre a demora da Justiça no julgamento dos crimes dos presos provisórios:

“O Judiciário não sai ileso disso. Quando ele demora para julgar os casos, óbvio que ele tem responsabilidade.”

– O cúmulo do absurdo brasileiro seria povo arcar com a indenização de famílias de bandidos mortos por outros bandidos sob a guarda do Estado.

– Lula em 2009: “Se índio e metalúrgico podem chegar à Presidência, por que alguém das Farc, disputando eleições, não pode?” Seria a chapa da FDN.

– Lula sugeriu às Farc criar partido para chegar ao poder, como quem não vê problema em narcoterrorista no governo, e PT resmunga contra mim.

– Já imaginaram se hoje Temer sugerisse à FDN disputar eleições para chegar ao poder? Cairiam PT e o resto do mundo em cima dele. Mas eram Lula e Farc…

– Militantes petistas demonizam autor e afetam indignação com títulos porque são incapazes de desmentir fatos públicos e notórios descritos nos textos.

– Petistas se sentem acusados de massacre se você mostra relações políticas do PT com grupo ligado a fornecedor dos criminosos. Não sabem ler.

– Parte da esquerda brasileira sempre se identificou com as Farc como resíduo e resistência da luta armada comunista. Narcoterror é detalhe…

– O PCB, por exemplo, traduziu e reproduziu no fim de 2013 a “Saudação de fim de ano das Farc aos povos do mundo“, que comentei aqui na ocasião. A FDN deseja um Feliz 2017 também.

– Dilma integrou grupos terroristas na luta armada brasileira e chegou à presidência. Lula, na prática, sugeriu às Farc que fizessem o mesmo.

– Em 12 de novembro de 2010, as Farc divulgaram a seguinte nota oficial (que comentei aqui, na ocasião) pela Agência de Notícias Nova Colômbia (ANNCOL):

As Farc saúdam a eleição de Dilma para a Presidência do Brasil

Compatriota Dilma Rousseff, presidente eleita do Brasil,

Daqui, das montanhas da Colômbia, nossa cordial saudação, bolivariana, com o anseio de Pátria Grande.

Permita-nos aderir à justificada alegria do grande povo de Luís Carlos Prestes pelo feito relevante de ter, pela primeira vez na história do Brasil, uma presidenta, uma mulher ligada desde sempre à luta por justiça.

Presidenta Dilma, para você, nosso aplauso e reconhecimento.

Sua ascensão à Presidência da República Federativa, somada à sua pública convicção da necessidade de uma saída política para o conflito interno da Colômbia, centuplicou nossa esperança na possibilidade de alcançar a paz pela via do diálogo e da justiça social.

Estamos certos de que a nova Presidência do Brasil terá papel determinante na construção da paz regional e na fraternidade dos povos do continente.

Atenciosamente,
Secretariado do Estado Maior das Farc

Fofo, não?

– PT ficou 14 anos no governo, contingenciou gastos com presídios, abandonou vigilância das fronteiras, ignorou os 60 mil assassinatos por ano e quer que atual governo – que havia liberado verba do Funpen para presídios na semana anterior – leve mesmo grau de culpa por guerra de facções. Dã.

– Em 2011, lembra Bruno Góes no Globo, Cardozo prometeu “gestão forte” ao lançar programa penitenciário que previa investimento de R$ 1 bilhão. Eis o vídeo no exato ponto de suas promessas jamais cumpridas, transcritas abaixo:

“Esse programa será um programa de forte gestão. Ele vai sair do papel. Ele vai ser executado. Nós não vamos deixar esse dinheiro em momento algum parado, porque o Brasil precisa disso.”

O Brasil precisava mesmo era se livrar das mentiras do PT.

– A propósito: quando você mostra parcela de culpa de um partido em alguma coisa, o militante desafia você a provar culpa do partido noutra parcela ou noutra coisa.

– Carlos Andreazza me cita em seu comentário para a rádio Jovem Pan, baseado nas análises deste blog (em prosa e vídeo). Sempre uma honra.

Comento abaixo algumas tuitadas de militantes:

Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

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