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Gravações flagram ministro da Educação (!!!) tentando subornar Delcídio para evitar delação premiada

Aloizio Mercadante citou Dilma Rousseff, Renan Calheiros, Ricardo Lewandowski...

Por Felipe Moura Brasil Atualizado em 30 jul 2020, 23h16 - Publicado em 15 mar 2016, 13h25

Dilma e Mercadante em maio- ABR (1)

O site de VEJA revela, com exclusividade, a bomba do dia.

O governo de Dilma Rousseff tentou comprar o silêncio de Delcídio do Amaral.

Melhor ainda: está tudo gravado.

O ministro petista da Educação (ou da Educação petista), Aloyzio Mercadante, um dos mais próximos de Dilma, ofereceu ajuda financeira, política e jurídica a Delcídio em conversas com um assessor da estrita confiança do senador, José Eduardo Marzagão.

“Os dois se reuniram duas vezes no gabinete de Mercadante no ministério. As conversas foram gravadas por Marzagão e entregues à Procuradoria-Geral da República por Delcídio, que, em depoimento formal, disse que o ministro agira a mando de Dilma.

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Com essa observação, acusou o ministro e a presidente de tentar comprar o silêncio de uma testemunha, obstruindo o trabalho da Justiça. Era o acerto de contas de Delcídio com os senhores que lhes viraram as costas. ‘Me senti pressionado pelo governo’, disse ele aos procuradores.

Nos diálogos, aos quais VEJA teve acesso, Mercadante oferece ajuda financeira à família de Delcídio e promete usar a influência política do governo junto ao Senado e ao Supremo Tribunal Federal para tentar evitar a cassação do senador e conseguir sua libertação.”

O blog selecionou os melhores momentos e aguarda ansiosamente a prisão do ministro, à moda Delcídio.

Dilma já está atônita.

Mercadante propõe bico fechado:

“Eu acho que ele devia esperar, não fazer nenhum movimento precipitado, ele já fez um movimento errado, deixar baixar a poeira, ele vai sair, a confusão é muito grande. Aí… entendeu?

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Mercadante faz ameaça velada:

“Pra ele não ser um agente que desestabilize tudo. Porque senão vai sobrar uma responsabilidade pra ele monumental, entendeu?

Mercadante cita Renan Calheiros

O ministro promete procurar o presidente do Senado para armar um plano de modo a fazer com que o Senado voltasse atrás na decisão, tomada em plenário, ratificando a ordem de prisão de Delcídio expedida pelo Supremo.

“Porque eu posso tentar ajudar nisso aí no Senado. Vou tentar conversar com o Renan e ponderar a ele de construir uma, entendeu, uma moção…”

Mercadante diz que “Renan está acuado”

“Como é que o Renan vai se mexer… Eu sei que ele tá acuado porque o outro vai… Entendeu? Como é que o governo se mexe, porque parece que tem alguma coisa que ele (Delcídio) sabe do rabo de alguém. Então, eu acho que tem que tirar isso (delação) da pauta nesse momento.”

Mercadante cita Ricardo Lewandowski, dando a entender que o tem em suas mãos

O ministro diz que o presidente do STF poderia libertar Delcídio por meio de liminar, durante o recesso de fim de ano do Judiciário.

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“Não, não, mas o presidente vai ficar no exercício… também precisa conversar com o Lewandowsky. Eu posso falar com ele pra ver se a gente encontra uma saída. Mas eu vou falar com o ministro no Supremo também.”

O plano com Lewandwski não deu certo, porque a informação de que a defesa de Delcídio aguardava seu plantão vazou.

Mercadante tenta acalmar mulher e filhas de Delcídio, principais incentivadoras da delação.

“Eu tô te chamando aqui para dizer o seguinte: eu serei solidário ao Delcídio. Eu gosto do Delcidio, eu acho ele um cara muito competente, muito habilidoso, foi fundamental para o governo (…) Eu vi o que estão fazendo com as filhas dele. Uma canalhice monumental. Imagino o desespero dele. Então você veja o que ele precisa que eu posso ajudar.”

Mercadante se dispõe a forjar agenda oficial de ministro para visitar família de Delcídio no Mato Grosso do Sul:

“É o seguinte, eu me disponho, já te falei isso reservadamente, eu faço uma agenda no Mato Grosso do Sul, eu tenho que ir visitar uma universidade, um instituto… eu falo Maika, eu quero passar aí …da outra vez ela fez um jantar pra mim… quando eu fui lá fazer uma agenda e ela fez um jantar na casa. Então, ó eu gostaria de passar aí, lhe dar um abraço e tal, se tiver espaço.”

Mercadante oferece ajuda financeira quando é informado da falta de dinheiro da família:

“Isso aí também a gente pode ver no que é que a gente pode ajudar, na coisa de advogado, essa coisa. Não sei. Pô, Marzagão, você tem que dizer no que é que eu possa ajudar. Eu só to aqui pra ajudar. Veja o que que eu posso ajudar.”

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Mercadante cita Bruno Dantas

Diz que advogados de confiança, como o ministro do TCU Bruno Dantas, ex-advogado-geral do Senado, ajudariam a elaborar uma tese jurídica que permitisse à Casa defender o senador no STF.

“O cara, pô, fodido, acuado, arrebentado, sangrando… eu vou fazer o seguinte: eu vou conversar com alguns advogados que eu confio. Acho que vou chamar o Bruno Dantas pra conversar, que foi advogado-geral da União muito tempo… do Senado, ou algum consultor do Senado que pense juridicamente se o Senado tem alguma providência pra interferir. Inclusive alegar o seguinte: nós queremos que ele se defenda, de um processo aqui pi, pi, pi…”

Mercadante implora para “esfriar o assunto”, porque “vai vir merda pra caralho toda hora”

“Sim… mas tem um lado e tem que pensar o seguinte… eu acho que precisa esfriar o assunto dele. Vão vir outros. Vai vir Andrade Gutierrez, não sei quem, não sei quem, o Zelada, o caralho, vai vir merda pra caralho toda hora. Aí vai diminuindo. Precisa esfriar o caso dele. Segundo: ele tando lá, não tem inquérito no Senado. Não tem como cassar um senador preso.”

Mercadante garante que ajuda se dará “dentro do governo”

“Foi um absurdo. Eu dentro, vou tentar ajudar no que eu posso. Dentro do governo, dentro do partido menos, porque eu não tenho muitas relações hoje. Mas vou tentar porque achei um absurdo. (…) Você veja lá o que você acha que ajuda e me passa que eu vejo a providência que a gente pode tomar.”

Mercadante ressalta sua relação de lealdade com – a mandante? – Dilma

“Eu sou um cara leal. A Dilma sabe que se não tiver uma pessoa para descer aquela rampa, eu vou com ela até o final. Eu gosto do Delcídio, eu acho ele um cara muito competente, muito habilidoso, foi fundamental para o governo, um monte de virtudes, muito mais jeitoso, ia atrás, se empenhava, fazia… você não pode pegar uma biografia como essa, uma história como essa, porque o cara tropeçou numa pedra, numa situação de desespero, tentando encontrar uma saída”.

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Mercadante faz outra ameaça velada (ou mostra que petistas podem queimar o arquivo):

“Eu imagino que ele está completamente sozinho, fica ruim para a segurança dele.”

Margazão diz que Renan e José Sarney xingaram Dilma ao telefone:

“O senhor [Mercadante] é a terceira pessoa [que presta solidariedade]. No dia do acontecido, ligou o Renan e o Sarney para a Maika. Mais nada. E disseram barbaridades, chamaram a presidente de filha da puta.”

Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

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