Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Felipe Moura Brasil Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Blog
Análises irreverentes dos fatos essenciais de política e cultura no Brasil e no resto do mundo, com base na regra de Lima Barreto: "Troça e simplesmente troça, para que tudo caia pelo ridículo".
Continua após publicidade

É preciso lavar a jato o STF e a cobertura da mídia sobre Trump

Blog comenta disputa pela vaga de Teori e troca de jornalismo por demonização

Por Felipe Moura Brasil Atualizado em 24 jan 2017, 22h48 - Publicado em 24 jan 2017, 14h29

Cobertura internacional e nacional recente em tuitadas:

Mundo

– Se um presidente divide sociedade para falar em defesa de grupos, é querido pela mídia. Se fala em defesa do povo inteiro, é estigmatizado.

Capas sobre posses de Obama e Trump evidenciam disparidade de tratamento pela imprensa
Capas sobre posses de Obama e Trump evidenciam disparidade de tratamento pela imprensa (Montagem de FMB com imagens de Globo, Folha e Estadão/Reprodução)

– Populista, na imprensa, não é quem promete transferência de renda para obter votos, mas quem fala com simplicidade em defesa do povo.

– Populista, na imprensa, não é um conceito aplicado a qualquer um que nele se encaixe. É apenas rótulo aplicado contra políticos adversários.

– Presidente do Brasil que tomar posse em 2019 criticando classe política de hoje será aplaudido. Mas Trump fazendo isso causa indignação geral.

– Fazer alusão a Hitler com rosto de Trump em capa de revista, inserindo título em lugar do bigode: Isto Não É Jornalismo; Isto É O Cúmulo da Demonização. Até mesmo porque Trump defende os judeus.

Continua após a publicidade
capa-da-istoe-donald-trump
(IstoÉ/Reprodução)

– Para saber de onde imprensa brasileira tira demonização de Trump como Hitler, veja exemplos da imprensa americana aos 7seg deste vídeo:

– Trump disse no discurso de posse que americanos querem emprego e segurança. “Nós defendemos fronteiras de outras nações e não defendemos as nossas próprias.” O Brasil, como se sabe, não defende uma coisa, nem outra.

– Tyler Bower: “Eles anunciaram Bill e Hillary na cerimônia de posse e a multidão começou a gritar: prendam-na!”

– “Não está chovendo”, disse Rush Limbaugh. “São as lágrimas de Hillary Clinton.”

Continua após a publicidade

– “Trump é uma pessoa encantadoramente complexa com ideias simples para a América”, diz Kellyanne Conway. “Muitos políticos são o contrário.”

– Relembrando a posse de Ronald Reagan: “Nós somos uma nação que tem um governo, não o contrário.”

– Trump retirou os EUA do Acordo de Associação Transpacífico (TPP, na sigla em inglês) e foi criticado como “protecionista” pelos “especialistas” que julgam o TPP o suprassumo do livre comércio, ignorando que ele ampliou o poder regulatório dos governos com seu próprio protecionismo.

Continua após a publicidade

– Relembro vídeo de setembro, ainda durante a campanha, quando Wilbur Ross, potencial secretário de Comércio do governo Trump, disse à Fox News: “Livre comércio é um slogan, não uma realidade.”

– “Especialistas”, especialmente economistas, têm listinha de nomes de medidas de que gostam e não gostam; e analisam com base nisso, não na realidade objetiva.

– O “especialista” doutrinário é aquele que, ao ver um empurrão, diz que “é errado”, independentemente se vinha um trem atropelar o empurrado.

– A propósito: Não dá para atribuir “demonização de minorias” a Trump e depois lamentar quem se deixa levar por slogans. É acusar os outros daquilo que faz.

Continua após a publicidade

– Recordar (o que escrevi durante as primárias republicanas) é viver:

– Recordar (o que escrevi durante a campanha presidencial dos EUA) é viver:

– Chamar só “de mulheres” a marcha de organizações de esquerda ligadas a George Soros é como chamar marcha da CUT de marcha dos trabalhadores.

Continua após a publicidade

– Velha imprensa não distingue autodescrição marqueteira e descrição informativa. Satisfeita com a primeira, exime-se do esforço pela segunda.

– Asra Q. Nomani, uma ex-repórter do Wall Street Journal, conseguiu emplacar até no New York Times o texto “Bilionário George Soros tem vínculos com mais de 50 ‘parceiros’ da marcha das mulheres”. Mas é o típico caso de exceção que, mesmo no Times, os jornais brasileiros não traduzem.

– Até analista da CNN admite que marcha “das mulheres” é sobre esquerdismo, não mulheres. Mas no Brasil traduziriam errado para “liberalismo”.

– No Brasil, é como se livros da autora conservadora Ann Coulter, como “How to talk to a liberal” ou “Never trust a liberal”, todos de desmascaramento da esquerda americana defensora do Estado inchado, significassem “Como falar com um liberal” e “Nunca confie em um liberal”.

– Repito: melhor aula sobre origens, mutações e conceitos do termo “liberal”, usado de modo oposto nos EUA e no Brasil, é um artigo de 2006 de Olavo de Carvalho que pode ser lido: AQUI.

– Ou se explica de que tipo de “liberalism/liberal” se está falando, ou se traduz diretamente para esquerdismo/esquerdista. O que não dá é a tradução direta, como de um falso cognato.

– Organizadora da suposta “marcha das mulheres”, Linda Sarsour tem contatos no Hamas e defende a lei da sharia, o exato oposto de direitos para mulheres.

– O vandalismo de ‘black blocs’ da esquerda americana apenas confirma as razões da vitória de Trump. Imagine o escândalo se fosse o contrário.

– Apoiador de Trump apaga fogo, pede paz, mas é agredido por vândalos anti-Trump: os “manifestantes”, segundo a velha imprensa.

– Eis mais um exemplo de “manifestantes” anti-Trump:

– Imprensa anti-Trump naturalmente coloca na conta dele o vandalismo movido pelo ódio que ela estimulou.

– Não é que o clima era mais festivo quando Obama assumiu. É que os adversários sabiam perder sem estimular nem recorrer ao vandalismo.

– Não há surpresa alguma em atos de vandalismo nos EUA no dia da posse de Trump. É o que a esquerda sempre faz quando perde.

– Polícia disparou spray de pimenta nos black blocks da esquerda americana. Levem os “Boulos” deles presos, senhores.

– Secretário de Imprensa da Casa Branca de Trump, Sean Spicer listou o que julgou serem mentiras da mídia e prometeu responsabilizá-la sempre que for assim. Boa.

– Nancy Sinatra desmentiu CNN sobre não estar feliz com uso de música de seu pai, Frank Sinatra, na posse de Trump: “Por que você mente, CNN?”

captura-de-tela-2017-01-24-as-12-17-34
(Twitter/Reprodução)

– John Conyers, líder dos míseros 12 deputados americanos pró-Lula e anti-Moro, também pedia a Bush proteção ao ditador Hugo Chávez. Típico.

– Acusando interesses em reaproximação com a Fifa, o ex-goleiro Chilavert ironizou Maradona: “Ele segue sendo socialista e apoiou Fidel Castro, Chávez e Maduro, mas mora nos Emirados Árabes”, no luxo de Dubai. Assim é mole, né?

– Cúmulo do provincianismo é clamor para falar do Brasil quando falamos de temas internacionais que… afetam e expõem deficiências do Brasil.

– Cobrar “respeito” a uma opinião, em vez de defendê-la com argumentos diante do contraditório, é apenas prova de que ela não merece respeito.

– No Brasil, ainda se confunde liberdade de opinião com qualidade da opinião. Respeito a primeira, não a segunda se for errada ou provinciana.

Brasil

– Folha: “Em áudio, piloto que levava Teori menciona chuva e não relata falhas”. O Globo: “Análise preliminar não aponta ‘anormalidade’ em voo de Teori, diz FAB”. Ganha força, portanto, hipótese de piloto ter feito curva acentuada com visibilidade ruim e, estando mais perto do mar que julgava, bateu asa na água e capotou.

– Quanto mais ganha força hipótese de erro (ou até mal súbito) do piloto, mais ganha na internet a de que estão tentando jogar nas costas dele a culpa de um acidente provocado para melar a Lava Jato – especialmente após o anúncio de que a investigação é sigilosa.

– Dúvida sobre acidente ou acidente provocado é legítima. Mas para derrubar avião nos minutos finais de uma viagem sem estar no voo, seria preciso atingi-lo, persegui-lo, desnortear o piloto, ter um detonador ou ser um gênio da sabotagem (mesmo que do sistema de pouso), não?

– É mais fácil sabotar sorteio de ministro relator no STF que avião. Todo cuidado é pouco em se tratando do futuro da Lava Jato.

– Quando anos atrás dei ao ministro do Supremo o apelido de Teori “Da Conspiração” Zavascki, nunca imaginei que sua morte fosse lhe fazer jus.

– Lutos à parte, o fato de que dono do avião e amigo de Teori era sócio do banqueiro André Esteves, solto por Teori, vai ficar por isso mesmo?

– André Esteves, do BTG Pactual, que havia comprado (e depois vendeu) o banco suíço BSI, é aquele amigão de muito peixe grande, sabe?…

– Renan Calheiros, claro, diz não fazer lobby para vaga de Teori. Seu preferido, Bruno Dantas, claro, diz não ter posição sobre prisão após 2ª instância.

– O que já tem de candidato resguardando opiniões para não dar na vista que seriam indicados com o objetivo de proteger políticos não é brincadeira.

– Apoiado pelos senadores do PMDB, Bruno Dantas, do TCU, diz apoiar o trabalho da PF e do MPF, mas ser contra o que chama (como os investigados) de “espetacularização” da Lava Jato. Deu para entender o apoio? Ok.

Alexandre de Moraes não tem apoio do PMDB do Senado. O atual ministro da Justiça é a favor da prisão após condenação em 2ª instância, de acordo com o próprio livro dele sobre “Direitos Humanos Fundamentais”.

– Segundo Andréia Sadi, Moraes tem apoio no DEM (como o de Agripino) e no PSDB, tendo conseguido unir até a trinca Aécio, Alckmin e Serra pelo seu nome. Não se sabe se eles leram o livro do ministro.

– Outro cotado, o advogado tributarista Heleno Torres disse sobre a prisão após condenação em 2ª instância que “quem assumir, sobre esta questão, precisa assumir compromisso de que manterá decisão do ministro Teori” (a favor). É natural que PMDB do Senado prefira Dantas.

– Lembrando: em outubro de 2016, o STF decidiu por 6 votos a 5 manter entendimento definido pela própria Corte em fevereiro que permitiu a possibilidade de prisão após uma condenação por colegiado de 2ª instância. Manter essa decisão é o que poderá fazer Lula, por exemplo, ir direto para a cadeia, em vez de lhe dar mais tempo de liberdade com a demora e a complacência de seus esbirros do STF, a última instância.

– Lauro Jardim noticia que, neste momento, o favorito para ocupar a vaga de Teori é o filho de Ives Gandra Martins, Ives Gandra Filho, ministro do TST “que, em questões comportamentais, seria um legítimo representante do século XIX no Supremo”. Se isto é ser contra o Supremo legislar em favor da legalização do aborto e das drogas, viva o século XIX. Tragam-me de volta um Flaubert também.

– STF é uma Corte de ministros tão politizados que Edson Fachin, mesmo tendo declarado voto em Dilma Rousseff em 2010, talvez seja hoje, pelas suas decisões recentes, a opção menos comprometedora para a Lava Jato entre as possíveis.

– Temer, espertamente, disse que vai esperar definição sobre relatoria da Lava Jato para indicar ministro para vaga de Teori no STF. Se fosse o PT, já teria indicado um novo ‘Lewandowski’ para tudo.

– Cármen Lúcia autorizou que os juízes auxiliares do gabinete de Teori prossigam os trabalhos nas delações premiadas de executivos e ex-executivos da Odebrecht na Lava Jato. É o mínimo, Cármen.

– Um dos promotores que escreveram no jornal sobre população carcerária gentilmente me escreveu para confirmar que minhas análises foram essenciais ao texto dele. A mídia impressa, o rádio e a TV ainda não me abriram espaço, mas faz tempo que meu trabalho aparece por lá, com atraso, na voz dos outros.

Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

Siga no Twitter, no Facebook e na Fan Page.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.