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Dilma é atingida em cheio com prisão de João Santana

Repasses a marqueteiro no exterior se estenderam ao período da campanha presidencial

Por Felipe Moura Brasil Atualizado em 30 jul 2020, 23h29 - Publicado em 22 fev 2016, 11h31

joao santana e dilma

A decretação de prisão de João Santana atinge em cheio Dilma Rousseff.

Os processos de impeachment no Congresso e de cassação do mandato no Tribunal Superior Eleitoral ganharam um reforço de peso.

Dos cerca de 7,5 milhões de dólares repassados ao marqueteiro no exterior, os pagamentos mais recentes, segundo os investigadores da Lava Jato, ocorreram no final de 2014, época em que o publicitário atuava ativamente na campanha à reeleição de Dilma.

Dias após o fim do segundo turno, o lobista Zwi Skornicki repassou dinheiro a offshore panamenha Shellbill Finance SA, de João Santana e sua mulher e sócio, Mônica Moura, cuja prisão também foi decretada.

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Foram nove transações, totalizando ao menos 4,5 milhões de dólares. A Shellbill Finance SA não foi declarada às autoridades brasileiras.

A Lava Jato acredita que os pagamentos têm origem no esquema de corrupção da Petrobras e são referentes a “serviços eleitorais prestados para campanha de partidos políticos”. Ou seja: não é caixa 2, é propina.

A operação chegou ao marqueteiro por meio de anotações encontradas no aparelho celular de Marcelo Odebrecht, que alertara em mensagem a um executivo da empresa: “Dizer do risco cta suíça chegar na campanha dela”. Parece que o dinheiro da conta chegou à “campanha dela” – Dilma Rousseff.

“Liberar p/ Feira pois meu pessoal não fica sabendo” era outra anotação de Marcelo associada pela Lava Jato a João Santana, já que o pseudônimo “Feira” remete à Feira de Santana. Parece que Marcelo liberou para Feira e agora se complicou ainda mais na prisão.

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Feira conta campanha

VEJA informa que outros 3 milhões de dólares pagos ao marqueteiro pelo Grupo Odebrecht em 2012 e 2013 partiram de contas ocultas no exterior em nome das offshores Klienfeld e Innovation, que já são alvo da Lava Jato por terem sido usadas para abastecer com propina os ex-diretores da Petrobras Renato Duque, Paulo Roberto Costa, Jorge Zelada e Nestor Cerveró.

Em novembro, a revista revelou ainda que o senador petista Delcídio do Amaral (solto nesta semana pelo ministro do STF que disse poder influenciar) avisou Dilma sobre o pagamento:

“Terminada uma reunião no gabinete de Dilma Rousseff, em junho passado, Delcídio chamou-a de lado e disse a seguinte frase: ‘Presidente, a prisão (de Marcelo Odebrecht) também é um problema seu, porque a Odebrecht pagou no exterior pelos serviços prestados por João Santana à sua campanha“. Delcídio contrariou o diagnóstico de Aloizio Mercadante, que ainda chefiava a Casa Civil, segundo quem a prisão de Marcelo Odebrecht ‘era problema do Lula’.”

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A prisão do empreiteiro, no fim das contas, é problema para todos eles, como escrevi aqui.

Mentiras do PT
A campanha de Dilma foi marcada por uma sucessão de mentiras em cadeia de rádio e TV – incluindo ataques a Marina Silva e Aécio Neves -, praticamente todas elas assinadas por Santana e repetidas por Dilma, Lula e todo o PT sob a orientação do marqueteiro.

Dilma prometeu, por exemplo, não alterar os direitos trabalhistas “nem que a vaca tussa”, mas depois de reeleita determinou que seus ministros anunciassem o endurecimento de regras para a concessão de benefícios como o seguro-desemprego e a pensão por morte. A vaca tossiu e ficou engasgada de vez.

Santana, que também já atuou para Lula, é o alvo preferencial da 23ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada na manhã desta segunda-feira e batizada de Acarajé, termo que alguns investigados usavam para designar dinheiro em espécie, assim como o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto usava “pixuleco”.

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Chamado de “ministro da propaganda” nos bastidores do governo, o marqueteiro e conselheiro informal de Dilma só não foi preso ainda porque está no exterior, onde trabalha na campanha à reeleição do presidente da República Dominicana, Danilo Medina; mas sua mulher disse à Globonews que “é só chegar algo oficial até nossos advogados” que o casal voltará ao Brasil para se entregar.

Caso contrário, a Polícia Federal vai incluir o nome dos dois no alerta de captura internacional da Interpol.

Detalhe 1: Santana e Moura debocharam das investigações quando VEJA revelou que ele era alvo da Lava Jato. O marqueteiro disse que a notícia era “furada”; a mulher, que só se incomodou com a reportagem porque a revista publicou uma foto horrenda de outra mulher.

Veremos se continuarão debochando na cadeia.

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Detalhe 2: No mensalão, o STF absolveu o então marqueteiro de Lula, Duda Mendonça, que havia recebido milhões no exterior da campanha do PT. Agora, a PF, os procuradores e o juiz Sérgio Moro colhem provas suficientes para impedir o STF petista de deixar impune o seu sucessor.

A Lava Jato, ao contrário do Supremo petista, não varre a sujeira para debaixo do tapete, mas sim para a lata de lixo da história brasileira.

Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

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