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Análises irreverentes dos fatos essenciais de política e cultura no Brasil e no resto do mundo, com base na regra de Lima Barreto: "Troça e simplesmente troça, para que tudo caia pelo ridículo".
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Deu na Folha: Conhecer o Foro de São Paulo é o mínimo para não ser um idiota

Por Felipe Moura Brasil Atualizado em 31 jul 2020, 02h36 - Publicado em 21 nov 2014, 00h14

Acredite se quiser: ao menos lá no site da Folha de S. Paulo, na seção da Livraria da Folha, saiu na quarta-feira, 19 de novembro, um contundente texto de apresentação do best seller de Olavo de Carvalho, idealizado e organizado por mim, O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota. Embora o livro tenha capítulos temáticos para muito além da política, como ‘Juventude’, ‘Conhecimento’, ‘Vocação’, ‘Cultura’ e ‘Pobreza’, o foco do texto é a entidade que eu chamei no resumão aqui do blog de maior inimiga do Brasil. Diz o título, bastante ousado para os padrões da Folha: “Conhecer o Foro de São Paulo é o mínimo para não ser um idiota”, coisa de que os manifestantes anti-PT do último sábado, 15 de novembro, já sabem muito bem.

Dia 15 Fora Fora Olavo tem razão montagem

Dia 15 mínimo

Quatro dias após eles saírem às ruas com cartazes de repúdio ao Foro e exaltação a Olavo – como “nunca antes na história dêsti paíf” um movimento de massa fez com um escritor vivo -, o mínimo que a Folha pode fazer, ainda que na seção de vendas (e dando um belo desconto), é contar a história que os jornais brasileiros esconderam por quase vinte anos.

Que o texto abaixo – lamentavelmente anônimo – chegue logo à versão impressa também.

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Oficialmente, o Foro de São Paulo nunca foi secreto, mas, até pouco tempo atrás, quase ninguém sabia de sua existência. Para quem tinha ouvido falar, salvo raras exceções, a organização política internacional fundada em 1990 por Lula e Fidel Castro não era mais do que um “Rotary Club bolivariano”, na qual antigos revolucionários se juntavam para conversar e tomar chá.

MínimoEm setembro de 1997, o advogado José Carlos Graça Wagner acusou o Foro de ser uma organização internacional que visava dominar politicamente os países latino-americanos, união que incluía partidos ilegais e grupos terroristas ligados ao trafico internacional de drogas.

Na época, mesmo com a divulgação das atas, a denúncia foi recebida como a mais nova teoria da conspiração. Afinal, o fim do século 20 sepultou para sempre as ideias comunistas.

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No decorrer dos anos, o único que parecia insistir nessa história era Olavo de Carvalho. Até que, em 2005, Lula fez um pronunciamento para a celebração dos 15 anos do Foro e reconheceu a ação conjunta de lideranças de esquerda, a natureza secreta da entidade e que a relação permitiu, por exemplo, “a consolidação do que aconteceu na Venezuela”.

“É a confissão explícita de uma conspiração contra a soberania nacional, crime mais grave do que todos os delitos de corrupção praticados e acobertados pelo atual governo; crime que, por si, justificaria não só o impeachment como também a prisão do seu autor”, escreveu Carvalho no artigo “Lula, Réu Confesso”, publicado no “Diário do Comércio” de 26 de setembro de 2005 e parte da coletânea O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota.

“Nunca um presidente eleito de qualquer país civilizado mostrou um desprezo tão completo à Constituição, às leis, às instituições e ao eleitorado inteiro, ao mesmo tempo que concedia toda confiança e toda a autoridade a uma assembleia clandestina repleta de criminosos, para que decidisse, longe dos olhos do povo, os destinos da nação e suas relações com os vizinhos”.

Entre outras críticas ao governo do PT e à esquerda internacional, Carvalho acusa Luiz Inácio Lula da Silva de assinar “um pacto de solidariedade com a narcoguerrilha colombiana”.

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“Não há no jornalismo ou nos debates em geral, atitude mais indigna, mais abjeta e, no fundo, mais ridícula, do que tentar impugnar uma denúncia sob o pretexto de que ela é ‘teoria da conspiração’”, escreveu em “Falsos Segredos”, publicado em 14 de janeiro de 2010, no “Diário do Comércio”.

Yo no creo en las brujas

Soterrado pelo Muro de Berlim, o comunismo recebeu o atestado de óbito oficial com o fim da União Soviética. No século 21, imaginar a possibilidade de outro modo de produção que não seja o capitalista soa anacrônico ou ilusório. Por enquanto, a existência real do socialismo ou de algo semelhante não tem muita importância.

Um dos motivos para deixar a questão de lado é a transformação da ideia de comunismo. Foram tantas alterações e adaptações que esse emaranhado se tornou uma verdadeira charada teórica. A tarefa de decifrar esse enigma ideológico fica para o historiador David Priestland em seu livro “A Bandeira Vermelha”, que ultrapassa 700 páginas.

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Para ilustrar a gravidade da questão levantada por Olavo de Carvalho, darei um exemplo grosseiro. Pense em uma seita esotérica hipotética. Os membros desse culto acreditam que é possível se comunicar com seres invisíveis. Para que isso aconteça, deve-se reunir uma série de pedras. Ao tentar juntar esses elementos, o sujeito se vale de ações ilícitas, como roubo e extorsão.

A existência ou não dos seres invisíveis ou a possibilidade de manter uma conversa com eles não o isenta dos crimes que praticou. Ademais, mesmo que o ritual não funcione como planejado, a mente humana é dotada de mecanismos de autoengano capazes de criar desculpas pelo fracasso –”a pedra não era suficientemente boa”– ou até mesmo alterar a lembrança de um resultado negativo.

Negar a possibilidade do comunismo não revoga os crimes cometidos em seu nome.

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O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota, organizado por Felipe Moura Brasil, é uma coletânea de 193 textos escritos por Olavo de Carvalho. Os artigos foram publicados entre 1997 e 2013 em diversos jornais e revistas.

AUTOR Olavo de Carvalho
ORGANIZADOR Felipe Moura Brasil
EDITORA Record
QUANTO R$ 53,90 (preço promocional*)

* Atenção: Preço válido por tempo limitado ou enquanto durarem os estoques.

Felipe Moura Brasil ⎯ https://www.veja.com/felipemourabrasil

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PS: Para entender melhor esta noção de comunismo, veja o artigo “O comunismo real“. Para o resumão do Foro, veja: Conheça o Foro de São Paulo, o maior inimigo do Brasil.

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