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Análises irreverentes dos fatos essenciais de política e cultura no Brasil e no resto do mundo, com base na regra de Lima Barreto: "Troça e simplesmente troça, para que tudo caia pelo ridículo".
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Desespero dos poderosos torna o jogo ainda mais sujo

Manobras de Lula, Dilma, PMDB do governo, STF e Odebrecht têm de ser aplacadas

Por Felipe Moura Brasil Atualizado em 30 jul 2020, 23h10 - Publicado em 24 mar 2016, 13h51

renLula Dilma

Resumão pré-Páscoa em notas e tuitadas:

– Era uma vez um país onde supostos bandidos cobravam “legalidade” de juízes e reclamavam dos “excessos” da polícia.

– “Arbitrariedade” é roubar dinheiro público e negociar cargos e contratos públicos em troca de dinheiro de propina e reformas de imóveis.

– Não há prova maior de aparelhamento de uma Corte do que supostos bandidos e seus porta-vozes comemorarem transferência de investigações para ela.

– Sergio Moro foi considerado pela revista Fortune o 13º principal líder mundial em lista de 50 nomes que inclui também o papa Francisco (4º), a premiê alemã Angela Merkel (2ª) e o fundador da Amazon, Jeff Bezos (1º). Moro lacrou o 13.

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Lula disse a dois líderes do PMDB, segundo Noblat, que se “cair”, não cairá sozinho. Está tão desesperado que já não pede apoio: faz ameaça.

– Lula diz que não precisa ser ministro para ajudar Dilma. Lê-se: Lula só queria foro no STF e deixa discurso pronto caso a posse como ministro seja vedada.

– Lula diz que Lava Jato prejudica economia. Chefes do tráfico no morro têm a mesma opinião sobre policiais incorruptíveis.

– Lula se diz enojado e pede de sindicalistas pressão sobre a Lava Jato. Enojados estamos nós com um “chefe” que atiça a militância contra a Justiça, como fez a máfia italiana para deter a operação Mãos Limpas na década de noventa.

– Rodrigo Janot conclamou os procuradores a não se deixar contaminar pela “voz das ruas”. Contaminado pelos conchavos de gabinete e prestes a decidir se investigará Dilma Rousseff, Janot soa como um sindicalista infiltrado.

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– Se ministro da Justiça ameaça trocar equipe da PF por “cheiro de vazamento”, não se pode descartar hipótese de comparsas vazarem lista da Odebrecht (com valores associados a mais de 200 políticos) para justificá-lo.

Como diria Aloizio Mercadante: “Em política, pode tudo”.

– Não se sabe ainda se – e quais – valores da lista se referem a doações legais ou ilegais, nem se – e quais – foram efetuadas ou não. Mas o PT explora a citação a 24 partidos, na ânsia de mostrar que todos cometem crimes também. É típico.

– Folha: “Lava Jato teme que delação da Odebrecht una partidos contra avanço da operação”. Não se pode descartar hipótese de blefe de Emilio Odebrecht sobre delação, na esperança de alcançar este objetivo.

– Tampouco se pode descartar hipótese de blefe da empreiteira associado ao vazamento da lista. O jogo fica mais sujo neste país quanto maior é o desespero dos poderosos.

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– Para MPF, simples intenção de firmar acordo não descaracteriza “a contínua ação do Grupo Odebrecht em obstruir as investigações em andamento”, tentando inclusive destruir sistema de controle informatizado de pagamento de propina.

O PT faz escola.

– Repito, porém: nota do MPF negando delações nada significa, já que, por lei, acordo tem de ser sigiloso. Odebrecht ainda havia falado em “colaboração definitiva”, não em delação, possivelmente para não se expor ao risco de infringir a regra.

– A decisão de Marcelo Odebrecht de delatar pode nada ter a ver com isso. Ela foi noticiada pelo Radar de VEJA e não há evidências do contrário. Se o MP aceitará ou não os termos da delação, são outros quinhentos. Marcelo tem de falar tudo.

Ainda que lhe seja duro entregar o pai.

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VEJA: Desemprego avança mais uma vez e atinge 9,5% no trimestre encerrado em janeiro. Resultado é o maior da série histórica da Pnad Contínua, do IBGE, iniciada em 2012. Parabéns, Dilma sapiens.

– Folha: “Renda cai e desigualdade aumenta no país pela primeira vez desde 1992″, como “efeito da recessão e das crises política e fiscal”. Parabéns de novo, Dilma sapiens. Nem a propaganda petista contra a desigualdade se sustenta mais.

– Preocupação com “desigualdade social” geralmente é coisa de esquerdista invejoso dos ricos e de esquerdista rico querendo insuflar a inveja nos pobres. Gente decente se preocupa é com a pobreza.

– Quem rouba os pobres não são os ricos trabalhadores. São os bandidos burocratas que assaltam o Estado em nome dos pobres e os bandidos comuns que atuam no ambiente de impunidade e insegurança criado pelos bandidos burocratas.

– Governo cogitar decreto de “Estado de Defesa” para lançar cortina de fumaça contra investigações é a versão brasileira de House of Cards 4.

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– Após a revista britânica The Economist pedir sua renúncia, Dilma resolveu dar entrevistas a uma porção de veículos estrangeiros para dizer que ela vai re… renun… resi… re-rre… não… qué dizê… No.

Dilma Economist time to go

– Editorial do Estadão resume a “democracia” à moda Dilma Rousseff:

a) “Para Dilma, defender a democracia é agir para blindar Lula das investigações sobre corrupção”;

b) “É achar normal que Lula proponha a Jaques Wagner convencer a chefe do governo a pressionar a ministra Rosa Weber para defendê-lo no STF”;

c) “É não sair em defesa do Poder Judiciário quando Lula acusa os tribunais superiores de estarem ‘totalmente acovardados’.”

d) “É acusar o juiz Sergio Moro, sem ter coragem de citá-lo nominalmente, de defender interesses políticos no exercício de sua função de magistrado, ignorando o fato de que, com raras exceções, suas decisões têm sido ratificadas pelos tribunais superiores”;

e) “É afirmar, em julgamento que não lhe cabe fazer, que ‘um executor da Justiça não pode assumir como meta condenar adversários ao invés de fazer Justiça’;

f) “É posar de vítima de ‘grampo ilegal’ e de ‘vazamento seletivo’ quando sabe que, em sua comprometedora conversa telefônica com Lula, o grampeado com autorização da Justiça não era ela, mas ele, e que a conversa não foi ‘vazada’, mas liberada pelo juiz”;

g) “Para Dilma, enfim, defender a democracia é ‘partir para cima’ de tudo e de todos que representem ameaça a um mandato presidencial que foi deslegitimado tanto pelas mentiras que contou para se eleger como pelos crimes que o bando palaciano cometeu estando no poder”.

Em suma: Dilma é golpista.

– Michel Temer manteve para terça-feira (29) reunião do PMDB sobre rompimento com governo, mas ala governista do partido não larga o osso e marcou reunião para segunda para articular um modo de sabotar a principal. É o golpe interno.

– Slogan dos peemedebistas chapa-branca, segundo o Radar de VEJA: se Temer não consegue unificar o PMDB, como conseguirá unificar o país? Simples: unificando o país contra os “mamadores” e defensores de um governo corrupto.

– Carlos Ayres Britto é um dos nomes cotados por Temer para o ministério da Justiça de seu governo. O ex-presidente do STF defendeu e a Lava Jato em entrevista à Folha de S. Paulo. É assim que se unifica o país.

– Se as declarações de Britto reproduzidas abaixo constassem no Enem, este blog marcaria a opção “todas as alternativas estão corretas”. E tiraria zero, claro, no exame tradicionalmente petista.

a) “Toda previsão constitucional pré-exclui a possibilidade de golpe. Golpe é fratura da Constituição, é querer empurrar uma solução goela abaixo da população”;

b) “A democracia brasileira não conhece o recall, que é o arrependimento eficaz do eleitor, também não temos o parlamentarismo, que permite a substituição de governo, então é preciso prever casos de destituição do chefe de Estado”;

c) A presidente pode perder o cargo, por exemplo, em processo de impeachment, em ação penal comum, em ação de improbidade administrativa. Nada disso é golpe”;

d) “Segundo a Constituição, a legitimidade de um presidente depende de dois fatores: da sua investidura e do exercício do cargo”;

e) A investidura é a voz das urnas, mas ela não é suficiente. Há também o exercício, a presidente tem que se legitimar o tempo todo. Se se deslegitima, perde o cargo, nos casos dos artigos 85 e 86 da Constituição”;

f) “Pode ser que, em um processo [da Lava Jato], [o juiz Sergio] Moro haja incorrido em alguma inobservância de garantia constitucional, é possível. O conjunto da obra, porém, objetivamente, continua íntegro, hígido”;

g) “Segundo me consta, 96% dos recursos atacando suas decisões foram mantidos pelos tribunais superiores. Esse altíssimo percentual confere integridade ao todo”.

– Cármen Lúcia, do STF, também negou abusos na Lava Jato: “Estão sendo observadas rigorosamente a Constituição e as leis”. E, assim como Dias Toffoli, defendeu a legalidade do impeachment: “é um instituto previsto constitucionalmente”.

Reprovados no Enem.

– Teori Zavascki pelo menos respondeu a Ricardo Lewandowski que relatoria de ação contra posse de Lula tem de permanecer com Gilmar Mendes. É o mínimo, Teori.

– Teori tem obrigação moral e legal de devolver Lula a Moro após analisar autos dos processos e explicações sobre retirada do sigilo de áudios com gente de foro privilegiado, como Dilma. De golpe supremo, já bastou rito de impeachment.

– A dita presidente é flagrada tentando obstruir a Justiça e quem tem de dar explicações é o juiz que revelou o flagrante à nação. País tosco.

– Como comentei antes da manobra de Teori:

stf renan tuite

Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

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