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Cuidado, você está na Barra! É tanto assalto na Av. das Américas que até ‘flagra’ virou moda. Onde está Beltrame?

Por Felipe Moura Brasil Atualizado em 31 jul 2020, 02h25 - Publicado em 23 dez 2014, 04h04
Flagra assalto Américas

Alô, Beltrame! Anota essa aí.

A famosa placa de boas-vindas “Sorria, você está na Barra” já podia ter virado há muito tempo um aviso de “Cuidado”.

Os assaltos se tornaram tão frequentes no bairro da Zona Oeste do Rio de Janeiro, especialmente em suas vias expressas, que até os flagrantes fotográficos feitos por motoristas que testemunham os crimes já viraram moda. Este da imagem acima, feito na Avenida das Américas na tarde desta segunda-feira (22), é mais um entre tantos registrados em 2014. Com uma peculiaridade, porém: quando um dos dois bandidos de moto que aparecem abordando um veículo parado no trânsito viu que estava sendo flagrado, ele desceu da moto e andou em direção ao carro da testemunha, que logo arrancou batendo em outros carros. O assaltante então deu um tiro na porta, mas a bala, por sorte, não ultrapassou completamente a lataria.

Bala carro

Placa Barra* O registro da placa (aparente) da moto é, na verdade, de um carro Hyundai.

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** Já quando se troca a letra “E” pela letra “L”, utilizada nas placas do Rio de Janeiro, verifica-se que a placa é de uma moto Honda preta, como revelou o Extra dez horas depois deste artigo. O veículo possui três multas nos últimos dois meses: uma por excesso de velocidade e duas por avançar o sinal vermelho. Todas na Avenida das Américas.

Em maio deste ano, um vídeo também exibido neste blog já mostrava o flagrante de um assalto igualzinho, na mesma Av. das Américas, próximo aos shoppings Cittá e Downtown.

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No fim de novembro, outro vídeo mostrou o mesmo tipo de crime em plena luz do dia na Av. das Américas, no sentido São Conrado, em frente ao número 3.333, perto de um retorno muito usado por motoristas que saem do shopping Village Mall.

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No dia 3 de dezembro, a atriz Isis Valverde também sofreu um assalto semelhante na Av. das Américas: um homem armado em uma moto parou ao lado de sua Range Rover por volta das 21h, bateu na janela e exigiu a bolsa.

Pelo menos dois conhecidos deste colunista foram vítimas do mesmo golpe na avenida nas últimas semanas.

No dia 11, mais este flagra foi feito:

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Flagra dia 11 Barra

E não é só nos semáforos que os assaltos de moto acontecem. Em vídeo gravado no fim de novembro pelas câmeras de segurança de uma churrascaria, um motoqueiro aponta uma arma para um motorista, recolhe o seu relógio e o de outra pessoa, depois vai embora.

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Aos 83 anos, o tetracampeão mundial Mário Jorge Lobo Zagallo passou pelo mesmo susto no dia 25 de novembro. Um bandido em uma moto roubou o relógio do filho do ex-técnico após abordá-los com uma arma. “É muita audácia, a todo momento está acontecendo isto”, desabafou Zagallo na ocasião.

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Uma gangue especializada em relógios de luxo atua na Barra da Tijuca, com direito a olheiros nas saídas de shoppings e restaurantes avisando a comparsas quem atacar nas vias expressas. Enquanto os bandidos fazem isso de moto, a polícia militar – quando muito – corre atrás deles de carro, obviamente em desvantagem no trânsito.

Após o aumento das taxas de crimes no primeiro semestre, o 31º BPM (Barra) passou a contar com 120 policiais a mais, totalizando 420 homens, mas, pelo menos até o começo deste mês, eles dispunham de apenas 8 (oito!) motos para patrulhar o bairro, uma piada que só perde mesmo para a da estrutura das UPPs nas favelas.

Se “tem sido possível realizar blitzes para flagrar criminosos que usam motos para praticar assaltos em dupla” (O Globo), não há dúvidas de que as blitzes são no mínimo insuficientes. Onde está o secretário de Segurança (há oito anos!), José Mariano Beltrame, para resolver o problema?

A Polícia Civil, aliás, também tem de estar atenta à receptação da mercadoria roubada.

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“Alguém que compra um relógio de 30 a 40 mil reais pagando 5 ou 6 mil sabe que não está fazendo uma ação de boa fé. Sabe que está praticando um crime. Então a Polícia Civil tem que prender quem está comprando esse relógio. Tem que ser indiciado, tem que ser denunciado pelo Ministério Público. Mas infelizmente receptação no Brasil também não dá cadeia. Então a sociedade tem que repensar as suas leis”, disse o especialista Rodrigo Pimentel em edição recente do RJTV.

Além da existência de pontos críticos na Barra, como o sinal da Av. Luís Carlos Prestes apontado pelo programa da Globo em outubro, a sensação de medo por parte dos motoristas parece aumentar nas avenidas das Américas, Ayrton Senna, Lúcio Costa, Sernambetiba e Abelardo Bueno, todas elas ainda mal patrulhadas pela polícia.

Mas é assim mesmo: se ficar, o bandido rouba; se avançar, o radar multa.

Cuidado, você está na Barra!

Felipe Moura Brasil ⎯ https://www.veja.com/felipemourabrasil

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