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Análises irreverentes dos fatos essenciais de política e cultura no Brasil e no resto do mundo, com base na regra de Lima Barreto: "Troça e simplesmente troça, para que tudo caia pelo ridículo".
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Bolsonaro conversa e muda má impressão de estudante: “Ele está longe de ser o monstro que a mídia desenha”. Deputado federal foi o mais votado do Rio de Janeiro

Por Felipe Moura Brasil Atualizado em 31 jul 2020, 02h55 - Publicado em 6 out 2014, 20h13

Bolsonaros eleitos

Jair Bolsonaro e sua família estão em festa. A montagem ao lado, publicada no Facebook pelo deputado federal mais votado do Rio de Janeiro, mostra os números com os quais ele e seu filho Flávio se reelegeram pelo estado. Já o filho Eduardo, policial federal, foi eleito deputado federal por São Paulo. E ainda há outro, Carlos, que segue vereador no Rio.

No sábado, o patriarca – que já sinalizou que concorrerá à presidência em 2018 – estava pelas praias cariocas, em um de seus últimos atos de campanha. Como comentei no nosso hangout de domingo, recebi naquele dia a seguinte mensagem da estudante de direito Anna Paula Mesquita, que eu conheço pessoalmente:

“Felipe! Estava na praia hoje, recusei um panfleto do Bolsonaro que uma mulher veio me dar e disse que não aceitaria porque tenho amigos gays, não voto nele e considero ele homofóbico. Ele estava a poucos metros de mim e veio discutir a questão, acredita? Ficou uns quarenta minutos conversando sobre política e direitos comigo e uma amiga. Você tem algum artigo a respeito dele? Eu mudei todo o meu conceito sobre.”

Respondi: “Que bom que você se permitiu isso.” Ainda que Bolsonaro, com seu jeitão duro de se expressar, dê margem a muita confusão, só quem realmente desconhece o nível de demonização das campanhas difamatórias da militância esquerdista não enxerga uma longa distância entre o político real e a imagem que dele pintam seus inimigos. No Brasil das universidades infiltradas de professores militantes, os estudantes muitas vezes preferem ficar com a imagem fabricada por eles e seus pares, em vez de conhecer o outro lado – e mais ainda: estudar O MÍNIMO do jogo cultural e político como um todo, para dispor de todos os elementos antes de rotular ou aceitar o rótulo de alguém.

A meu pedido, Anna Paula descreveu em seguida os detalhes da conversa:

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Sobre a questão principal, ele disse que não é homofóbico e que tem um funcionário de campanha gay e uma lésbica, que a questão dele eram as cartilhas de educação sexual para as escolas.

Aproveito para lembrar aqui um dos vídeos que os esquerdistas não mostram para estudantes: o do trato afetuoso de Jair Bolsonaro com Clodovil, um homossexual que não aderia à militância gayzista, porque sabia separar sua orientação sexual dos movimentos políticos que supostamente falavam em nome dos gays.

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“Fofo”, não? Pois é. E vale lembrar que um dos tópicos da lista de Bolsonaro sobre os assuntos relevantes ausentes do debate presidencial da Globo foi este: “O plano do PT que cria cotas para professores gays no ensino fundamental, desconstrói a heteronormatividade e demoniza os cristãos”. Tudo verdade.

Mas segue Anna Paula:

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Embora eu ainda discordasse dele sobre alguns pontos, ele foi muito aberto ao debate e não pareceu radical como a imagem que a mídia transmite dele. Passei a entender as pessoas que votam nele. Até porque, de acordo com o que ele falou hoje, a declaração de que ele considera o homossexualismo uma doença não seria verdade.

Deixando a questão divergente de lado, aproveitei a ocasião para elogiar a atuação dele no congresso no que diz respeito à campanha contra o desarmamento, a qual sou completamente a favor. A partir daí, toda a conversa me surpreendeu e me cativou.

Este foi outro tópico da referida lista de Bolsonaro: “O Estatuto da aceleração da violência, conhecido como Estatuto do Desarmamento”. Para mais a respeito, ver meu post sobre o assunto – AQUI.

Falamos sobre cotas, vasectomia e ligação de trompas nos hospitais públicos, bolsa família, a campanha marxista do PT e toda a campanha dele condizia com meu pensamento de estudante de direito.

Mudei meu voto radicalmente, já que, de plano, era do Chico Alencar (de quem também gosto muito). Mas, ironicamente, também tinha tido a oportunidade de falar com o Chico no centro da cidade na semana passada e falamos sobre amenidades, sem nada direcionado às suas propostas e ideais de campanha.

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Eita, que mudança! De um socialista do PSOL – que apoia ditaduras como a de Nicolás Maduro na Venezuela – para Bolsonaro!

Chico Alencar é aquele que, somente DEPOIS da morte do cinegrafista da Band, Santiago Andrade, escreveu: “Nunca dialogamos ou fizemos acordo com grupo minoritário e de orientação anarquista como os Black Blocs. Discordamos da tática e desconhecemos a estratégia. Temos que demarcar com mais nitidez essas posições diferenciadas.”

Acontece que, na prática, a posição do PSOL incluía a aliança com os Black Blocs na greve dos professores do Rio, além da convivência respeitosa com sua tática sem o menor sinal de condenação explícita, conforme o próprio militante do partido Cid Benjamin confessou em seu Facebook. Marcelo Freixo chegara até a declarar: “Eu não sou juiz para ficar avaliando os métodos em si.” Sem contar que um artigo de Edilson Silva pregando o diálogo e a aliança do PSOL com os Black Blocs como estratégia política foi retirado do site do partido – conforme denunciei aqui e aqui – no dia seguinte à morte de Santiago.

Ademais, vale a pena ver o vídeo abaixo, no qual o professor e candidato pela primeira vez a deputado federal pelo PSDB Rodrigo Mezzomo, que não foi eleito mas teve quase 11 mil votos e fez uma campanha importante pregando “a liberdade individual e econômica, a propriedade privada, a meritocracia e o livre mercado, bem como a liberdade de imprensa”, desmascara muito bem Chico Alencar e Alessandro Molon (PT) nos pilotis da PUC-Rio.

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Voltando a Anna Paula sobre Bolsonaro:

Fui surpreendida por um candidato com ideais claros, objetivos e com muita vontade de atuar em prol do povo. Claro, de uma maneira geral e sem considerar a orientação sexual do eleitor, eu acredito que muitos homossexuais votem nele. Afinal, ele está longe de ser o monstro que a mídia desenha.

Me arrependi de não ter tirado foto para ilustrar a situação (mas tenho foto com o Chico), mas achei contraditório pedir depois da forma com que começamos a conversar.

Além de um político coerente, ele foi muito humilde de parar na praia para conversar sobre política com duas meras estudantes de direito. Além da simpatia e de ter transmitido muito conhecimento (como ele é inteligente!), se despediu pedindo licença para ir porque só tem até às 22 de hoje para fazer campanha, agradecendo a atenção e dizendo que foi um prazer conversar conosco, independente do nosso voto.

Estou muito feliz por, como você mesmo me disse, ter me permitido esse diálogo.

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Que bom. Ninguém precisa concordar integralmente com alguém para notar que este alguém “está longe de ser o monstro que a mídia desenha”.

Felipe Moura Brasil ⎯ https://www.veja.com/felipemourabrasil

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* Veja também a matéria do G1: ‘Não tento agradar’, diz Bolsonaro, o deputado federal mais votado no RJ;

E o próximo post: Travesti manda recado para público LGBT: “A criminalidade está à solta para todos. Não é só para LGBT não”. Verdade! Vamos analisar os embustes da militância.

PS: AVISO QUE QUALQUER COMENTÁRIO EM ATAQUE À ESTUDANTE NÃO SERÁ APROVADO, ASSIM COMO OS XINGAMENTOS DA MILITÂNCIA A BOLSONARO. PASSAR BEM.

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