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Análises irreverentes dos fatos essenciais de política e cultura no Brasil e no resto do mundo, com base na regra de Lima Barreto: "Troça e simplesmente troça, para que tudo caia pelo ridículo".
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Bem, amigos “pacíficos” da Rede Globo…

Lá se vão 3 anos de Passe Livre para a delinquência

Por Felipe Moura Brasil Atualizado em 30 jul 2020, 23h39 - Publicado em 25 jan 2016, 14h42
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MPL, 2016

Até para um colunista folião como eu, é duro assistir calado – neste período pré-carnavalesco em que o blog diminui o ritmo de publicações – a um monte de gente repetir o que escrevi quase três anos atrás, como no caso do post anterior.

Então venho aqui, muito preguiçosamente, repetir a mim mesmo… de novo.

O título do meu primeiro artigo, publicado em junho de 2013, sobre os atos de terror do Movimento Passe Livre disfarçados de manifestação popular foi “Passe Livre para a delinquência“, trocadilho até hoje repetido por críticos do MPL com suas variações para “terrorismo”, “vandalismo” etc.

Naquela ocasião, a transformação da violência em poesia (esses jovens “incomodam muito mais porque nos obrigam a olhar para dentro das nossas próprias vidas e, nessa hora, descobrimos que desaprendemos a sonhar”) ainda estava restrita aos blogs petistas, embora a TV e a imprensa tenham logo embarcado na ficção da “manifestação pacífica infiltrada por uma minoria de vândalos” (que petistas como Tarso Genro descreviam como de “extrema-direita”).

Agora a “poesia” chegou ao Fantástico, que acompanhou “durante três semanas as meninas que são a nova cara das manifestações de rua de São Paulo”, mas não informou quem determinou que elas são a nova cara, nem quem era a velha.

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Tadeu Schmidt narrou a seguinte introdução:

“Em todos os protestos, para onde você olhasse, era fácil encontrar um pessoal bem jovem, adolescentes antenados, que não são de partidos políticos nem de movimentos organizados, não são black blocs e não depredam nada. Apenas vão para a rua dizer em alto e bom som o que consideram justo. Quem são esses estudantes, a nova cara dos protestos de São Paulo”?

Um dos meus vários textos de três anos atrás, “A tarifa da ignorância“, talvez responda:

“A horda de jovens que aderem real ou virtualmente às ‘manifestações’ organizadas pelos partidos comunistas brasileiros, sob o pretexto de combater o aumento do preço da tarifa de ônibus, imagina-se lutando em favor dos pobres, quando está apenas sendo usada por manipuladores profissionais e propagandistas partidários em busca do mesmo poder político que, onde quer que tenha sido alcançado por seus similares, só fez piorar a vida dos pobres.

O terrorismo — defendido abertamente por Marx — não é o lado lamentável de uma ‘manifestação’ pacífica, como a grande mídia quer fazer crer. Ele é a essência e a razão de ser do ato, legitimado pela presença numerosa de desavisados (os ‘idiotas úteis’, diria Lenin) mais ou menos pacíficos.

Acatar suas reivindicações, ou mesmo dialogar com seus líderes a respeito, como faz o prefeito Fernando Haddad, é ensinar à população que o terror compensa — o que é muito mais grave do que o aumento de 20 centavos na tarifa de um serviço pelo qual a população vai pagar de qualquer jeito, seja como ‘consumidora’, seja como ‘contribuinte’, sendo que, neste caso, sem saber quanto está pagando e muito mais sujeita ao esquema de compadrio empresarial e falta de transparência do Estado no trato das verbas públicas.

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Os jovens da horda, no entanto, meninos mimados acostumados à ideia de ter todos os direitos (inclusive o de exigir todos os direitos para si ou para os outros) e nenhuma obrigação, não querem saber disso, é claro, nem da inflação de alimentos que vem afetando o bolso dos pobres muito mais do que qualquer outra coisa. Aprenderam desde cedo a colaborar cegamente com o crime e não vai ser agora que vão se informar antes, para não fazê-lo.

Se nunca estudaram a obra de Marx, Lenin, Marcuse, Gramsci e demais intelectuais comunistas que inventaram o Brasil de hoje — do qual Lula ainda é o maior líder —, que dirá a crítica de seus legados, incluindo como chegamos ao estado de calamidade e abuso geral, contra o qual imaginam se revoltar dessa maneira estupidamente alienada. Naturalmente, pouco lhes importa ainda se, passada a semana inicial de terrorismo, o PT e o PCdoB, para evitar danos à imagem de Haddad, tenham decidido assumir o comando do movimento e mudar sutilmente o sentido dos ‘protestos’, cujos alvos passam a ser a Polícia Militar e o governador Geraldo Alckmin, a verdadeira liderança indesejável que se quer odiosamente destruir.

Os jovens ativistas amam tanto os ‘oprimidos’ quanto odeiam todo tipo de conhecimento necessário para ajudá-los. E preferem ser (cúmplices de) bandidos a reconhecer — antes tarde do que nunca — a própria ignorância.

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MPL, 2013

Relembro abaixo outros trechos e notas dos meus artigos de 2013 que se mantêm atualíssimos:

1) VOCÊS QUEREM TUDO DO ESTADO?

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JOVENS BRASILEIROS: Sim, nós queremos!

FIDEL CASTRO: Eu dou!

ADOLF HITLER: Eu também!

JOSEF STALIN: Eu dou melhor!

MAO TSÉ-TUNG: É meu! É meu!

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LUÍS XIV: Alguém me chamou?…

2) Diz o repórter da Globo na manifestação em Brasília: “Amanhã todo mundo vai poder dizer com muito orgulho nas redes sociais: ‘Eu fui!’”. Pergunto: não teria sido esta a frase perfeita para milhões de pessoas que foram atrás de líderes comunistas no século passado usarem como epitáfio?

Se a turma do MPL conquistar seus próximos objetivos (“Reforma agrária, reforma urbana, contra o latifúndio agrário, contra o latifúndio urbano”, “vindo a se somar a movimentos revolucionários que contestam a ordem vigente”), e atingir assim os ideais socialistas do Foro de São Paulo, os ativistas juvenis ao menos já sabem o que escrever no túmulo:

“Eu fui! Pode ver lá no meu face!”

3) Assistindo à grande mídia, não tenho mais dúvidas: finalmente, chegaremos ao “comunismo pacífico”. Nunca antes na história desse país… Quer dizer: da história universal.

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4) Durante as duas grandes Guerras Mundiais, o mundo – como faria supor a cobertura da Globo e da Globo News – vivia uma época perfeitamente “pacífica”, atrapalhada apenas por uma “minoria” de exércitos que, obviamente, não representavam ninguém.

5) Estou começando a achar que o nazismo não foi tão ruim assim. O problema era aquela “minoria” do Hitler, pô. O comunismo também: tirando aqueles “pequenos grupos de manifestantes mais radicais” de Mao, Stalin, Fidel, Pol-Pot, só tinha gente boa!

E Saddam Hussein? Ah, mandava matar uns 30 iraquianos por dia, mas na maior parte do tempo era um sujeito tranquilo…

Sem falar nos terroristas de Boston: dois irmãos pacíficos, até que…

6) William Bonner, no encerramento do Jornal Nacional: “Que os que se aproveitam desse momento histórico para tumultuar e agredir fiquem isolados.” Pergunto: se foram justamente aqueles que tumultuam e agridem os que CRIARAM este momento histórico (ou os que destes estão a serviço), meu senhor, será que eu já posso isolar os jornalistas da Globo por tumultuarem a cabeça do público e agredirem a verdade dos fatos?

Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

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