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Por João Batista Oliveira
O que as evidências mostram sobre o que funciona de fato na área de Educação? O autor conta com a participação dos leitores para enriquecer esse debate.
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Vem aí o PISA 2015

Se não há perspectivas positivas para o Brasil, por que a divulgação do PISA suscita tanto interesse no mundo inteiro?

Por Da Redação Atualizado em 30 jul 2020, 21h12 - Publicado em 1 dez 2016, 13h08

No próximo dia 06, a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE divulga os dados do PISA 2015. Como sempre serão apresentados os resultados das provas de Língua Portuguesa, Matemática e Ciências. Neste ano, em especial, a ênfase será na prova de Ciências. Esta divulgação se torna ainda mais interessante dado que estamos em tempos de ENEM, acabamos de receber os dados da Prova Brasil e iniciando um processo de reforma do ensino médio. Quais serão as surpresas? Mais uma crônica de morte anunciada? A que devemos estar atentos?

O PISA é uma espécie de passaporte para a cidadania na sociedade do século XXI. O teste ao mesmo tempo sinaliza e atesta o nível de conhecimento e  capacidade dos jovens de 15 anos para lidar com temas do cotidiano – no universo social, de trabalho e escola.

Três importantes informações são fundamentais para avaliação do Pisa

  1. Idade dos alunos. O Programa é aplicado a alunos de 15 anos de idade, na maioria dos países esses jovens possuem cerca de 9 anos de escolaridade e estão iniciando o ensino médio.
  1. Na maioria dos países europeus e asiáticos, os alunos de ensino médio que fazem o PISA frequentam cursos médios técnicos, portanto a média desses países inclui os alunos do ensino médio acadêmico e técnico.
  1. O PISA não avalia conteúdos escolares com base nos currículos dos países, mas sim parte de uma matriz de conhecimentos e habilidades que os especialistas julgam que todo jovem precisa saber para sobreviver e agir produtivamente no mundo contemporâneo.

Ressalto a importância dessas informações tendo em vista a avaliação dos dados que estão por vir.

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O Brasil participa do Programa desde sua primeira aplicação, em 2000. Nossos resultados têm sido bastante estáveis, as mudanças para melhor são poucas e, conforme já foi extensivamente analisado, derivam mais de fatores estruturais e extraescolares. Os dados mais recentes do ENEM e da Prova Brasil sugerem que não há razões para esperar mudanças bruscas ou grandes surpresas nos resultados dos alunos brasileiros.

Se não há perspectivas positivas para o Brasil, por que a divulgação do PISA suscita tanto interesse no mundo inteiro?

Alguns países vêm se dedicando com afinco à melhoria de sua educação e ficam de olho no Programa verificando se suas reformas estão realmente gerando resultados. A Finlândia é um desses países – que vem promovendo reformas muito ambiciosas e pouco ortodoxas – o que chama a atenção do mundo sobre os acontecimentos de tal país. Os países asiáticos são outro grupo que vem competindo com afinco para se manter nas primeiras posições e aumentar cada vez mais o contingente de alunos de alto desempenho.  A crise econômica que assolou os países da Europa e o elevado nível de desemprego entre os jovens pode ter contribuído para reduzir a expectativa sobre as vantagens de investir em educação – e será interessante observar se isso se reflete no Pisa. Ainda existem países que recentemente ingressaram na corrida por uma educação de qualidade – Polônia, por exemplo – e que ainda esperam avanços significativos.

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A ênfase do teste de 2015 em Ciências será sempre um motivo importante para avaliar o nível de preparo dos jovens na compreensão do mundo contemporâneo, ajudando no avanço às fronteiras do conhecimento em que uma sociedade onde a ciência e a tecnologia transformam não apenas o trabalho, mas as profissões e suas condições em que são exercidas. Este é um bom momento para rediscutir esses temas e pensar com mais afinco a respeito dos currículos escolares.

Por fim, o PISA tem procurado inovar ao tentar avaliar habilidades e competências que tradicionalmente ficavam fora do escopo de testes educacionais. São tentativas ainda embrionárias – mas que são instigantes e podem provocar boas reflexões não apenas sobre o que se deve ensinar, mas sobre as formas de ensino que melhor preparam os jovens para os desafios do futuro.

Quanto ao Brasil – vamos aguardar os dados – no dia 06 voltaremos para comentar os resultados.

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Até lá!

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