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Por João Batista Oliveira
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Ser alfabetizado em duas línguas – o que aprender primeiro?

No caso do Português e Inglês, é mais fácil para uma criança bilíngue se alfabetizar primeiro em Português e depois aprender as diferenças na outra língua.

Por João Batista Oliveira 22 set 2017, 09h17

A alfabetização em duas línguas é um desafio para crianças e famílias que, no mundo globalizado, vivem em ambientes cada vez mais multiculturais: famílias com pais de países diferentes, crianças que se encontram em outro país na idade da alfabetização ou filhos de pais monolíngues que estão aprendendo uma segunda língua. Curiosamente, o problema não é diferente de um indígena que mal fala português e é alfabetizado em nossa língua.

O tema é interessante, e a resposta, relativamente simples. É interessante porque tem a ver com o conceito de alfabetização: o que a criança tem que aprender para ser alfabetizada é um código – a língua escrita. As situações são as mais variadas possíveis. Estamos falando aqui apenas de línguas alfabéticas – existem outros sistemas de escrita, como os sistemas silábicos, por exemplo, aos quais isso não se aplica.

Agora vamos à resposta: é melhor para a criança se alfabetizar primeiro na língua dominante. Este é o caminho recomendado para quem pode fazer isso antes de se alfabetizar na segunda língua. A alfabetização em uma segunda língua será muito mais fácil, mesmo que a criança não seja proficiente nela. Isso porque ela já conhece o princípio alfabético e já sabe como estabelecer as regras de correspondência. Restará apenas aprender o que é diferente. Tipicamente, há menos variação nas consoantes. O desafio estará sempre nas vogais.

No caso do Português e Inglês, é muito mais fácil para uma criança bilíngue se alfabetizar primeiro em Português e depois aprender apenas as diferenças na outra língua. Mas obviamente, quem já se alfabetizou em uma língua como o Inglês terá facilidade ainda maior para se alfabetizar em Português. Alfabetizar ao mesmo tempo em duas línguas cria uma demanda cognitiva desnecessariamente elevada para a criança, e pode criar interferências indesejáveis. De toda maneira, restará sempre o desafio de aprender a ortografia. No Português, há poucas irregularidades, mas há muitas regras. No Inglês é pior – há muitas irregularidades, e as regras ajudam relativamente pouco.

Vale um aviso: a criança nunca vai perder o que aprendeu na alfabetização. Mas para ser um leitor em cada língua, ela precisa ler em ambas – para desenvolver o vocabulário e adquirir as nuanças próprias de cada uma delas.

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