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Por João Batista Oliveira
O que as evidências mostram sobre o que funciona de fato na área de Educação? O autor conta com a participação dos leitores para enriquecer esse debate.
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Existe uma idade certa para alfabetizar?

Esta pergunta é importante, comporta poucas respostas e apenas uma é correta. Não vale a resposta “depende”.

Por João Batista Oliveira 14 mar 2017, 14h56

Quem coloca seus filhos na escola privada faz a pergunta antes de matriculá-los – e só os matricula se a resposta for satisfatória.  Os que matriculam seus filhos na escola pública estão condenados a receber qualquer resposta, e, pelo que vemos nos resultados, condenados a se alfabetizar por ensaio e erro, por conta própria.

Antes de dizer qual é a resposta certa é preciso definir o que é alfabetizar. Essa definição existe há cerca de 3.000 anos, mas foi obliterada pelas discussões pedagógicas iniciadas a partir dos anos 70 no Brasil.  Em Seminário promovido no INSPER  pelo Núcleo Ciência pela Educação, no último dia 7 de março, reiterou as conclusões apresentadas em dois relatórios anteriores da Câmara dos Deputados e da Academia Brasileira de Ciências (clique aqui).

Alfabetizar significa compreender o funcionamento do Código Alfabético. Esse código refere-se à correspondência entre as letras do alfabeto (grafemas) e os fonemas da língua que eles representam.  Dominar o código significa ser capaz de identificar o som da palavra, e, a partir daí, o seu sentido (leitura). Ou reproduzir o som ouvido por escrito. Uma pessoa alfabetizada é capaz de ler e escrever qualquer palavra que seja escrita na sua língua – mesmo que não conheça o seu sentido ou que a palavra ainda não tenha sido inventada.  Lembra-se de que só na Copa do Mundo da África do Sul ouvimos a palavra ‘vuvuzela” pela primeira vez?  Mas ninguém que foi alfabetizado teve dificuldade de lê-la ou escrevê-la.

Poucas crianças são capazes de descobrir os segredos do código alfabético por  conta própria.  Para essas não se aplica a pergunta – elas se alfabetizam sozinhas ou com algum incentivo e ajuda dos pais.  A maioria esmagadora das crianças não descobre isso sozinho, precisa ser alfabetizada.  Esse processo deve se dar no 1o ano escolar – que em alguns países ocorre aos 5, em outros aos 6 e em alguns aos 7 anos.  Na maioria dos países a criança leva alguns meses para ser alfabetizada, no máximo um ano.  Portanto, temos a resposta:  a criança deve ser alfabetizada no primeiro ano da escolaridade formal.  No Brasil isso ocorre aos 6 anos.

Cabe examinar a pergunta dos ansiosos: faz mal alfabetizar antes? Há vantagens?  Mal não faz, se for feito de maneira adequada.  Mas há outras coisas muito mais importantes que a criança deve fazer antes de entrar para a escola.  Os benefícios não compensam o custo a ser pago.  E também cabe examinar a pergunta que nunca se faz: faz mal alfabetizar depois: sim, e muito. A criança alfabetizada vai se tornando um leitor autônomo.  A outra não tem autonomia, é dependente, e isso só piora ao longo do período escolar.

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