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Por que argentinos e chilenos se odeiam?

Chamar alguém de "chileno" na Argentina pode querer dizer "traidor"

Por Duda Teixeira Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
18 nov 2017, 19h35

Na Argentina, a expressão “chileno” muitas vezes é usada como sinônimo de traidor. Em geral, a provocação se refere à ajuda que o ditador Augusto Pinochet deu à Inglaterra durante a Guerra das Malvinas, em 1982.

No conflito, os militares do Chile instalaram um radar de longo alcance perto da base aérea argentina de Comodoro Rivadavia e com isso avisavam os ingleses sempre que jatos partiam na direção da ilha. A força britânica só foi pega de surpresa quando o radar parou de funcionar para uma manutenção, em 8 de junho de 1982. Neste dia, dois navios, o Sir Galahad e o Sir Tristam foram afundados.

Os chilenos, por sua vez, reclamam que, quando estavam preocupados com a Bolívia e o Peru na Guerra do Pacífico (1879-1883), a Argentina aproveitou que tinha um exército eficiente e delimitou as fronteiras com o Chile, que até então estavam assentadas em uma vaga noção de “fronteira natural”. Para os chilenos, os argentinos “tomaram a Patagônia” deles. Mapas do país, em geral, desenham a fronteira com linhas pontilhadas.

No livro La Argentina en la escuela (Siglo Ventiuno), coordenado pelo historiador argentino Luis Alberto Romero, um grupo de pesquisadores analisou os livros dados pelos professores para tentar encontrar a raiz desses preconceitos do lado argentino. Mas eles não encontraram nada que induzisse este tipo de sentimento contra os vizinhos. “Constatamos que nos livros argentinos não existe preocupação específica e negativa pelo Chile, que neste plano nunca deixa de ser um país amigo”, diz o texto.

O que eles descobriram, sim, foi que grupos sociais que viviam na zona de fronteira tinham uma posição pouco amistosa com os chilenos, ainda que isso não chegasse a construir um estereótipo negativo. Entre as reclamações, um tanto absurdas, estava a de que Chile avançava o território argentino com ondas de rádio.

“Isso de considerar outros países como inimigos é parte do nacionalismo, que aflora com mais força de vez em quando. Em geral, os argentinos tendem a escolher o Chile, a Inglaterra ou o Brasil como seus rivais”, diz Romero, da Universidade de Buenos Aires.

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Sempre que um governante usa o sentimento nacionalista para ganhar popularidade e poder, as rixas contra os vizinhos voltam a aparecer.

 

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