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Por Duda Teixeira
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Como os quenianos fazem transferência sem banco?

Além de serem os campeões nas maratonas, eles são feras em façanhas tecnológicas

Por Duda Teixeira Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 28 set 2018, 16h25 - Publicado em 9 jan 2017, 16h19

Um queniano consegue receber o salário, mandar uma parte dele para os familiares que vivem no campo e ainda pagar a escola dos filhos sem pegar em uma nota de dinheiro ou ter de abrir uma conta no banco.

O que está por trás disso é uma das histórias mais espetaculares sobre como a tecnologia pode revolucionar a vida de milhões de pessoas.

O Quênia tem 44 milhões de habitantes. Há dez anos, quatro de cada cinco não tinha acesso aos bancos. Para muitas instituições financeiras não fazia sentido econômico levar agências para povoados distantes, sem eletricidade e sem asfalto. O Quênia, além de ter 42% vivendo em situação de pobreza, é essencialmente rural, com 75% da população se dedicando ao campo.

Basicamente, todo o dinheiro se movimentava fisicamente, em notas. Para poupar, eles precisavam esconder notas em casa, debaixo de colchões, em buracos no chão, dentro de bambus. Muitos pagavam para terceiros guardar os volumes. Esses profissionais cobravam, por ano, uma taxa de até 30% do valor armazenado.

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Se um morador da capital Nairóbi quisesse enviar ajuda financeira para um familiar em uma vila distante, ele precisava viajar horas ou até dias de ônibus, correndo o risco de ser assaltado em alguma parte do percurso. Outra opção era mandar o dinheiro pelo correio, o que podia durar uma semana.

Em 2007, a empresa de telecomunicações Safaricomm iniciou um serviço que permitia enviar dinheiro pelo celular. O nome era M-Pesa, sendo M de “mobile” e “pesa” a palavra na língua swahili para dinheiro. Com o M-Pesa, o cliente carregava seus créditos como em uma linha pré-paga normal. Depois, podia enviar esses créditos para qualquer pessoa.

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Além de carregar os créditos em vários lugares credenciados, ele ainda poderia sacar dinheiro.

A adoção foi instantânea. Empresas de vários setores passaram a pagar os funcionários dessa maneira, sem notas de dinheiro. A Mumias Sugar Company, por exemplo, remunera 13000 cortadores de cana dessa forma.

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Escolas também começaram a receber a mensalidade assim. Na Bridge, desde 2009, as taxas mensais são pagas pelos pais via M-Pesa. Além disso, os professores e os funcionários são pagos assim.

Nos comerciais da Safaricomm, eles mostram até apostas na mesa de sinuca de um de bar sendo pagas pelo celular.

 

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O país hoje tem 30 000 lugares credenciados para esse tipo de serviço. É muito mais do que as 1045 agências bancárias ou do que os 1500 caixas automáticos funcionando no Quênia.

Hoje, 25 milhões de habitantes, mais da metade do total, usa algum serviço de envio de dinheiro pelo celular, seja da Safaricomm ou de suas concorrentes.

De cada duas pessoas que manda dinheiro pelo celular no mundo inteiro, uma é queniana.

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