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Por Leandro Narloch
Uma visão politicamente incorreta da história, ciência e economia
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Deixem Luciano Huck em paz

O apresentador conquistou seu dinheiro de forma justa e não prejudicaria ninguém se gastasse fortunas no cartão de crédito

Por Leandro Narloch
Atualizado em 30 jul 2020, 21h25 - Publicado em 4 nov 2016, 08h04

Muita gente se revoltou ao ver uma suposta fatura do cartão de crédito de Luciano Huck com gastos de 281 mil reais. A fatura é provavelmente uma montagem, mas qual seria o problema se fosse verdadeira?

Os programas de Luciano Huck não são a coisa mais interessante do mundo, é verdade. Mas ele não enganou nem roubou ninguém ao conquistar sua fortuna. Se foi bem pago, é porque anunciantes e redes de TV concluíram que ao investir nele atingiriam mais gente que se contratassem outros apresentadores.

Um dos negócios de Luciano Huck é o site de compras Peixe Urbano, que ajuda consumidores a gastarem menos e lojas a lucrarem mais. Luciano Huck cria riqueza, não a toma de outras pessoas.

Se Huck gastasse 281 mil reais todo mês, levaria 18 anos para gastar os 61 milhões que a Lava Jato bloqueou nas contas de Antonio Pallocci (isso sem contar os 348 milhões de dólares que, suspeita-se, o ex-ministro tenha numa conta em Miami). O engraçado é que muita gente que se revoltou com a riqueza de Huck, conquistada de forma justa, faz vista grossa para a fortuna de Pallocci, fruto provavelmente de propinas e negociatas.

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Economistas de esquerda, geralmente seguidores do Lord Keynes, defendem políticas macroeconômicas que incentivem o consumo, gerem empregos e aumentem a arrecadação. Pois não é exatamente o que Huck faria ao gastar um pequeno apartamento por mês no cartão de crédito? Melhor ainda, sua ação não resultaria em bolhas de consumo que as políticas keynesianas costumam criar.

Alguém poderia argumentar que Huck deveria doar aos pobres todo aquele dinheiro. Não sabemos quanto ele doa – aposto que é um valor espantoso. Mas não há problema em torrar no consumo. Ao gastar seu dinheiro, Huck premia o trabalho e a criatividade. Distribui a fortuna entre empreendedores que se arriscam e se esforçam para satisfazer desejos e resolver necessidades dos outros. Dá força ao círculo virtuoso da economia.

Se deixasse o dinheiro no banco, Huck também faria muito bem ao país. Um dos problemas do Brasil é justamente o baixo nível de poupança. Fortunas não ficam “paradas no banco”, como dizia o ex-presidente Lula. Servem como garantia para empréstimos. Em relação ao PIB, há pouco dinheiro guardado no Brasil, por isso nos falta crédito para investimentos de longo prazo. Se houvesse no país mais fortunas como a de Huck, poderíamos construir estradas melhores ou trens de alta velocidade entra a casa de empregadas domésticas e a de seus patrões.

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Luciano Huck costuma me irritar nos sábados em que ligo a TV na Globo. Mas ele não coagiu ninguém ao conquistar sua fortuna. E não prejudica ninguém ao gastá-la.

@lnarloch

 

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