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“Vote em ─ em quem mesmo?” e outras 6 notas de Carlos Brickmann

Lula, segundo pesquisa do Ipsos, tem 29% de intenções de voto. Um bom número – mas é o quarto entre os nomes pesquisados

Por Augusto Nunes Atualizado em 30 jul 2020, 20h48 - Publicado em 27 jul 2017, 13h06

Publicado na Coluna de Carlos Brickmann

Lula candidato? Difícil: pode cair na Lei da Ficha Limpa, caso seja condenado em segunda instância. Mas também pode cair por outro motivo: foi condenado em primeira instância e é réu em outras ações. Da mesma maneira que Renan Calheiros foi mantido na presidência do Senado, mas proibido de assumir a Presidência da República (é o segundo da fila) por ser réu, Lula não poderia ser candidato. Marco Aurélio, ministro do STF, diz que não é bem assim: o presidente não pode ser processado por fatos ocorridos fora de seu mandato. Mas a disputa judicial será longa. E envolve também Jair Bolsonaro, réu no Supremo. A lei é a mesma para ambos.

Lula, segundo pesquisa do Ipsos, tem 29% de intenções de voto. Um bom número – mas é o quarto entre os nomes pesquisados. Antes dele vêm Sergio Moro (64%), Luciano Huck (45%), Joaquim Barbosa (44%). E a presidente do STF, Cármen Lúcia, está em seus calcanhares (28%). Só que nenhum destes nomes mais populares admite ser candidato.

Michel Temer? Política é como nuvem, muda de forma. Mas é difícil reverter sua rejeição recorde de 94%; e 95% dos pesquisados acham que o Brasil está no rumo errado. O PMDB é o maior partido do país, mas não tem candidato viável. O PSDB pode desistir de Aécio (rejeição de 90%), Serra(de 75%) e Alckmin (67%). Bolsonaro, fora eventuais problemas judiciais, tem rejeição de 53%. É hora de renovação: quem se apresenta?

 

O candidato

Lula se apresenta e no PT não tem contestação. Se não puder sair, seu candidato à Presidência  é Fernando Haddad, mal avaliado como prefeito de São Paulo e derrotado no primeiro turno ao tentar a reeleição.

 

Frase notável 1

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De Lula: “Sou o maior interessado na verdade”. Um estadista que sabia das coisas, Churchill, líder inglês na guerra ao nazismo, disse que a verdade é tão preciosa que deve ser protegida por uma muralha de mentiras.

 

Frase notável 2

Lula disse – disse mesmo, está gravado – que “a palavra propina foi inventada pelos empresários para tentar culpar os políticos – ou pelo Ministério Público (…) agora transformaram as doações em propina, então ficou tudo criminoso”. Parece incrível, mas Lula não deixa de ter razão.

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Quando era sindicalista e denunciava essas coisas que na época só os outros faziam, não lhes dava o nome de propinas. Eram maracutaias.

 

A posição dos procuradores

Os jovens, bem preparados e corajosos procuradores estão preocupados: na reunião do Conselho Nacional do Ministério Público, no início desta semana, dedicaram boa parte do tempo à discussão de maneiras de evitar as restrições orçamentárias e conceder-se um sólido aumento de 16,7% (que naturalmente não se chamará “aumento”, mas “reajuste”). A reivindicação está para ser votada no Congresso.

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O problema é que, com o aumento – quer dizer, reajuste – os procuradores podem ganhar mais que os ministros do Supremo, que por lei têm os vencimentos mais altos dos servidores públicos. Outro problema: o aumento (desculpe, reajuste) não está previsto na proposta de orçamento para 2018. E vem mais: a subprocuradora-geral Maria Hilda diz que o aumento (a palavra escapou: é REAJUSTE) já está defasado, porque cobre perdas de 2014 a 2015. Falta reajustar dois anos.

 

Um empresário…

O empresário Domingo Alzugaray, 84 anos, proprietário da Editora Três e da revista IstoÉ, morreu nesta segunda-feira. Seu corpo foi cremado na terça. Alzugaray, modelo fotográfico na Argentina, mudou-se para o Brasil na década de 1950, a convite da Editora Abril, para trabalhar nas então populares revistas de fotonovelas. Cresceu dentro da Editora, da qual se tornou diretor. Mais tarde, em companhia de um notável jornalista, Luís Carta, e do empresário Fabrizio Fasano, montou a Editora Três.

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…que faz falta

Montar uma editora de revistas para concorrer com Abril e Rio Gráfica (hoje Globo) demonstra ousadia; sobreviver à disputa, a competência. Este colunista se tornou seu admirador incondicional por um episódio que nada tem a ver com ousadia e competência, mas com caráter. Durante o regime militar, na mesma operação que prendeu o jornalista Vladimir Herzog, que seria assassinado, policiais foram à Editora Três para prender um de seus funcionários, Fernando Morais – hoje escritor de sucesso. Domingo Alzugaray e Luís Carta informaram aos policiais que o jornalista ainda não tinha chegado, e os levaram à sala da diretoria, com cafezinho, água gelada, uma bela recepção. A horas tantas, um dos dois saiu para ir ao banheiro e foi à mesa de Fernando Morais: “Cai fora que a polícia está atrás de você”.

Morais saiu, escondeu-se e sobreviveu. Carta e Alzugaray se arriscaram para salvá-lo, quando salvar alguém era perigoso. Devemos isso a eles.

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