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Valentina de Botas: “Será arte?” e outras notas

Sempre pegam Jesus pra cristo. Virou clichê. Que tal pegar pra cristo um orixá, Che Guevara ou Maomé só para diversificar a diversidade? 

Por Augusto Nunes Atualizado em 30 jul 2020, 20h45 - Publicado em 15 set 2017, 07h22

Não sei, frequentemente sei o que não é. Mas, da última vez que fui à Bienal em São Paulo, fiquei sem saber se um pequeno canteiro de obras em que operários trocavam parte do piso era uma “instalação” ou um pequeno canteiro de obras em que operários trocavam parte do piso. A arte ultrapassa questões do mau e do bom gosto e à estética é inerente transgredir a ética e a moral. Mas à arte não é permitido transgredir a lei, e apologia à pedofilia é questão legal. Em razão de protestos, o Santander Cultural encerrou a exposição Queer Museu, em Porto Alegre. Figuras sensualizadas de crianças e representações em que homens penetram animais foram interpretadas por quem protestou como apologia à pedofilia e zoofilia, e havia também trabalhos indignos com a imagem de Jesus Cristo.

Como mãe apreciadora de arte “artística”, não iria a uma exposição que mostra obras com legendas como “Criança Viada, Travesti da Balada” e cuja fruição estética é, vejamos… nenhuma. Como cristã, preferiria que não houvesse uma exposição dessas, mas, já que sou livre para não a visitar, que seja livre para ir quem quiser visitá-la; e respeito a liberdade de expressão tão pobre de artistas que só conseguem ser artistas se pegar Jesus pra cristo. Contudo, me intriga que os promotores da diversidade – companheiros que defendem a exposição em nome da liberdade de expressão, mas que pretenderam censurar Monteiro Lobato – achem que é apenas a mera e saudável diversidade misturar zoofilia, pedofilia e Cristianismo: a primeira é o que é e a segunda antagoniza com a civilização que tem na terceira um de seus fundamentos. E é na civilização que a diversidade se dá. Mas a diversidade dos grupos de esquerda+GLBT que defenderam a exposição é uma diversidade que nunca diversifica: sempre pegam Jesus pra cristo. Virou clichê, e clichê é tudo o que a arte não é. Que tal pegar pra cristo um orixá, Che Guevara ou Maomé só para diversificar a diversidade? 

 

Figura jurídica: salvar a própria pele

Rodrigo Janot precisava atualizar Pierpaolo Bottini, o advogado de Cafajoesley, sobre o mandado de busca e apreensão e outras amenidades. Resolveram se encontrar num boteco pé-sujo. Dois homens ricos e poderosos que não queriam ser vistos juntos porque o povo malda. Sempre com astúcia e picardia, o arqueiro-parcial da república usou óculos escuros que, sabemos, deixam o portador irreconhecível. Sujoesley ficaria na mesma cela com Saud (que país é este?) e, 72 horas depois da prisão, a PGR apresentaria nova proposta de delação (sério, que país é este?) a quem mente, manipula, deforma, rouba, suborna. 

O encontro foi no fim da manhã de sábado, dia anterior à prisão de Nojoesley vazada na quarta para ser efetivada somente no domingo, seguida de um mandado de busca e apreensão só cumprido na segunda-feira de manhã, dando (mais) tempo para limpar a cena do crime. Qual o problema? Era Gilmar Mendes? Era o advogado de, sei lá, Aécio ou Temer? Janot mandou flores a Bottini ou este a Janot? O fim da manhã foi na-calada-da-noite? Também nada de se indignar com o fato de Marcelo Miller, o ex-procurador, ter almoçado na casa de Joesley ainda funcionário do MPF/Janot. Gilmar estava lá? Os comensais almoçaram na garagem do Jaburu? O almoço foi na-calada-da-noite?

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Como a resposta é “não” para esse roteiro que atende ao “foragilmarmendismo” elevado à categoria de pensamento que o MPF/PGR usava como biombo para vilipendiar a lei e promover a demonização do ministro Gilmar Mendes que alertava para tal marcha da insanidade, Fachin+Janot convida a nação em permanente perplexidade a continuar se entretendo com o fora-temer e elogiar a coragem de Janot para rebaixar a PGR a seus caprichos pessoais-ideológicos e a lisura de Fachin ausente no ministro que foi para o STF com a ajuda da JBS.

Assim, ambos continuam simulando o “as instituições funcionando”, mandam recados para a limpeza da cena do crime e se valem da figura jurídica que acusam nos outros – salvar a própria pele. Já basta disso. Fachin nunca poderia ser o juiz do caso envolvendo a JBS e Janot deveria ter se demitido há uma semana; mas, não tendo nenhum dos dois isso aqui ó de lucidez e vergonha, o STF precisa afastá-los imediatamente deste caso e investigá-los para a saúde das instituições e do país.

 

Simbolismo

Joesley e Ricardo Saud saíram do porre para descobrir que gravador de bêbado não tem dono e foram para a cadeia temporária de onde chantageiam a Justiça: só entregam outros áudios se continuarem sendo mimados pelo MPF/PGR. Talvez nem Lula seja tão abusado na autoconfiança para escarnecer da lei. Não deve ser à toa. Miller continua solto apesar de ter montado a delação e o acordo de leniência ainda quando trabalhava com Janot. É que se Janoesley – a aberração jurídica parida da cópula entre Joesley, o MPF/PGR e Fachin – está morrendo pelas malformações congênitas, Fachin e Janot farão tudo para evitar a autópsia, preservando janoeslyces. 

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Ou seja, depois de usar recursos legais como a delação premiada (válida quando usada por agentes públicos decentes) para burlar a própria lei e selecionar alvos, continuam se valendo de prestidigitações legais para esconder como engendraram a farsa que tentou derrubar o presidente da república, proteger determinados bandidos e sedimentar um projeto pessoal-ideológico. Se Temer tiver de ser deposto, que o seja num processo limpo, seguindo a lei, como se fez com Dilma, cujo impeachment só teve ilegalidades para favorecê-la (não é, Barroso e Lewandowski?). Joesley, Janot, Miller e Fachin simbolizam a era petista: o primeiro é símbolo da roubalheira; os outros, da desinstitucionalização, outra forma de roubo talvez ainda mais perversa.

 

Chiclete e lágrimas

Detestável a arrogância explícita do chiclete de Mônica Moura quando foi presa, mas tenho até algum respeito por essa canalhice meio blasé, meio apavorada, com certa altivez na ruminação neurótica. Já a canalhice de vigaristas que choram ao serem presos, como fizeram Geddel e Joesley, tem todo o meu desprezo. Esses maricas desmoralizam até o próprio instituto da vigarice.

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