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Valentina de Botas: Constituição é para os fracos; e outras notas

A Constituição é referência opcional para procuradores do MPF que cometem textos na redessociolândia pertinentes apenas ao universo de analistas políticos

Por Augusto Nunes Atualizado em 13 jul 2017, 09h56 - Publicado em 13 jul 2017, 09h56

Se a Constituição está morta, então tudo é permitido

As vossas excelências senadoras da chinelagem que tentaram impedir a votação da reforma trabalhista sabem mastigar de boca fechada e usar talheres ou o primitivismo não é só político? Talvez pensem que empoderaram (termo detestável) as trabalhadoras. Como trabalhadora e cidadã, prefiro a civilização, dispenso a truculência de gênero e repudio tais agressões à democracia. Mas por que as fiandeiras xexelentas de um destino arcaico para o país agiriam de outro modo? Se a Constituição é referência opcional para procuradores do MPF que, desrespeitando os limites institucionais de suas funções no estado de direito democrático, cometem textos na redessociolândia e na imprensa pertinentes apenas ao universo de analistas políticos; para o procurador-parcial da república que denuncia o presidente sem provas; para MPF/PGR que se valem de ilegalidades deixando os esleys impunes e mais ricos como terapêutica para a náusea súbita de Janot; e se todos que alertam que a desfiguração da lei cultiva o populismo e o autoritarismo (desgraças que se interseccionam) são acusados de defender bandidos, chamados de lacaios e outros “argumentos”, não há nenhuma razão para que PCdoB, PT e assemelhados mudem o modo de fazer oposição – truculento, desonesto e contrário aos interesses do país.

 

Toda lucidez é castigada

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Desde a notícia da gravação ilegal da conversa imprópria entre Temer e Joesley, Alessandro Molon (Rede-RJ) integra espiritualmente a bancada do Jornal Nacional e Randolfe Rodrigues (Rede-AP) agora falar grosso e foi elevado, pelo Pravda Global expandido, a reserva moral da república em que a lucidez, mal se restabeleceu com o impeachment de Dilma Rousseff, é castigada até que só reste para governá-la aquele que triunfa quando a lucidez definha. Renascido pelas mãos de Janoesley, permitindo ao ex-presidente se lavar na sujeira alheia, Lula não precisa fazer muito: refestelado na antessala da desgraça do país, com um copo de single malt na mão e uma ideia fixa na cabeça, só aguarda que aliados, objetivos ou não, terminem as degolas. Receio que ele saberá explorar a condenação determinada pelo juiz Sérgio Moro e que pode recrudescer a campanha para derrubar Temer, pois as diretas têm de acontecer antes que o TRF da 4ª Região confirme a sentença e torne inelegível o caudilho. Lula ou quem ele quiser tem todas as chances de suceder Temer caso o presidente seja derrubado, tanto porque as forças derrotadas no impeachment permaneceram coesas como porque aquelas vencedoras se perderam numa insensatez convicta.

 

Almoço na calada do dia

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Para depor Temer ilegalmente, Rodrigo Maia, domingo passado, almoçou na calada do dia na casa de Paulo Tonet, o vice-presidente de relações institucionais do Grupo Globo. Está certo: melhor receber diretamente de quem manda instruções para o desmantelamento do país. No seu oportunismo patético e de pateta, Maia talvez que o eventual acordo feito com as esquerdas e congêneres não inclui a cabeça dele. Comemoram essa aberração os que sabem e os que não sabem que derrubar Temer e fazer Maia o próximo a ser derrubado agrava a crise.

 

Constituição é para os fracos

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O impeachment tem nos âmbitos político e jurídico suporte duplo. Portanto, é legítima a abordagem política de Sergio Zveiter (PMDB-RJ) no relatório contra Temer a ser apreciado pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. Essa legitimidade não confere coerência ao relatório nem dispensa a observância a aspectos técnicos, determinando que a denúncia em que se baseia os forneça. A denúncia deve ser essencialmente jurídica, só assim será legítima. E o suporte se faz. Quem leu a denúncia de Janot constata o próprio afirmar a ausência de provas. Ora, para que provas se há bambu? Partindo de uma denúncia juridicamente inepta e politicamente motivada, Zveiter só poderia se valer da legitimidade política para um relatório consistente se este recomendasse o arquivamento da denúncia. Mas há o fator o bambu? Assim, o deputado perpetrou um relatório medíocre para, em 15 minutos claramente gozosos de fama, invocar a lei pela metade (falou da jurisprudência que aceita prova ilícita, omitindo que apenas para a defesa, não para acusação) e confirmar que todo poder emana do bambu e em nome dele será exercido.

 

Povo gosta de artista artístico

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Paula Lavigne está num grupo de artistas pelo golpe contra Temer. A maioria deles não se mobilizou pela deposição legal de Dilma Rousseff cujo crime de responsabilidade, se não de fácil compreensão para a população em geral, era de uma clareza solar para grupo tão seleto. OK, ninguém é obrigado a marchar contra aquilo de que gosta ou se calar diante do que repudia. Ela declarou que “a gente tira o Temer e depois a gente vê”. Não sei quem é “a gente”, talvez aquela habitante de um mundo dourado da zona sul carioca ao Projac, com trabalho bacana, renda alta e que não vê 14 milhões de desempregados produzidos pelo regime petista sempre apoiado pela “gente”. Paula diz que a coisa é independente. Ou não: o site do movimento é ligado à Mídia Ninja que é ligada à CUT que é ligada ao PT que inventou Joesley que é ligado à Dilma e ao Lula que é ligado a ele mesmo de quem a maioria dos artistas é fã. Um dos problemas de ir às ruas pela saída de Temer é topar com “a gente” e sua independência estampada em bandeiras vermelhas, nos bonés do MST e na pança de uns sem-noção com camisetas apertadas do Che Guevara. O vídeo do grupo é um porre, as atrizes sem maquiagem revelam sinais perturbadores de preenchimento labial, as roupas são feias, a produção clean-pobre fake parece descuidada, as falas sonso-espertalhonas concentram o mal do país no governo atual. Se pretendia influenciar o impreciso ente chamado povo, sei não: essa coisa blasé-simplesinha atrai intelectual; o povo prefere ver os artistas de um jeito em que estes não tentem se parecer com ele; se parecer, resultará falso, frustrante e manipulador. No fundo, “a gente” fala mesmo para seu mundinho bacana e não vê o próprio público.

 

PSDB: se a delação de Janoesley vale para Temer, também vale para Aécio

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Insistindo em sair da base do governo, os maricas do partido enfraquecem o que deveriam sustentar. É apenas o colapso da lógica dizer que defenderão as reformas do governo mesmo o abandonando porque, abandonado, o governo se enfraquece politicamente para conduzi-las. Justificar a bundamolice na delação de Joesley exige a expulsão de Aécio Neves do partido, pois o delator de Temer é o mesmo do senador. Ou, como Janoesley, o PSDB escolherá a narrativa que lhe convier?

 

Lá vem flecha

A aprovação da reforma trabalhista foi uma vitória do país e do governo, embora as manchetes do Pravda Global cassem o mérito de Temer tentando garantir o terror para que o bem não fique impune. Negam-lhe a vitória, mas, se a reforma não passasse, os headlines em caixa alta anunciariam a derrota do governo. O país não tem pão? Ora, que coma manchetes.

 

A mais bela imagem do ano

Leopoldo López, preso por se opor ao regime assassino do tosco Nicolás Maduro, foi solto no fim da semana passada depois de três anos e apareceu numa foto abraçado aos filhos pequenos: os encantadores Manuela Rafaela de 6 anos e Leopoldo Santiago de 4.

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