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Silvio Navarro: A solidão de Lula

Se constassem da agenda oficial, seria possível contabilizar com precisão o espantoso número de voos feitos pela presidente Dilma Rousseff na rota Brasília-São Paulo, em busca de algum conselho mágico de Luiz Inácio Lula da Silva para sobreviver à tormenta na qual o criador lançou a criatura.

Por Augusto Nunes Atualizado em 30 jul 2020, 23h32 - Publicado em 15 fev 2016, 16h58

Se constassem da agenda oficial, seria possível contabilizar com precisão o espantoso número de voos feitos pela presidente Dilma Rousseff na rota Brasília-São Paulo, em busca de algum conselho mágico de Luiz Inácio Lula da Silva para sobreviver à tormenta na qual o criador lançou a criatura.O trajeto foi repetido na última sexta-feira pela senhora dos dias mais tristes da história democrática do Brasil. Mas a motivação da viagem foi inédita. A Dilma que embarcou a jato para o encontro com Lula não procurava ajuda. Pela primeira vez, a aprendiz tentaria consolar o feiticeiro.

O homem que sempre se imaginou ungido pelos deuses para mandar no mundo não tem nada mais a tirar da cartola. E está só. Nos últimos anos, seus melhores escudeiros passaram (alguns ainda estão passando e passarão) dias difíceis dividindo a latrina da cadeia. Companheiros de rapinagem, como José Dirceu, Delúbio Soares e João Vaccari Neto, além dos crupiês que cuidavam das cartas marcadas do petrolão, encontraram pela frente uma Justiça implacável. Tiveram o mesmo destino lobistas, doleiros e office-boys de luxo da distribuição de propinas em malas e cuecas.

Sem o véu da impunidade, Lula sequer pode aparecer nas do ABC paulista. Nem mesmo desfrutar do frango com polenta: seu restaurante favorito fechou as portas no começo do ano por causa da crise econômica. Tampouco pode fazer confidências sobre os dias ruins a Rosemary Noronha, a chefe do gabinete semiclandestino da presidência da República afastada de cena pela descoberta de coisas impróprias nas gavetas numa das tantas operações da Polícia Federal.

É difícil não poder telefonar para o melhor amigo e convidar para um churrasco no sítio em Atibaia. O pecuarista José Carlos Bumlai, dono do crachá mais VIP da República e especialista em empréstimos suspeitos, também foi parar na gaiola. Lula está impedido até de frequentar o sítio, já que teria de explicar por que nunca declarou que aquele ‘puxadinho’ foi erguido e decorado pela ex-primeira-dama Marisa Letícia.

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Uma saída seria um fim de semana à beira-mar, assando um peixe na churrasqueira do triplex no Guarujá. Mas neste verão também não vai dar: os amigos Leo Pinheiro e Marcelo Odebrecht estão presos, e o ex-presidente não pode ir para lá só com a família: afinal, o mega-apartamento também não faz parte do patrimônio oficial dos Lula da Silva.

Sem opções, Lula tem gastado tardes degustando chá de camomila e água com gás nas conversas enfadonhas com Rui Falcão, a companhia menos desejada da política brasileira, que até pouco tempo atrás nunca havia sido convidado sequer para almoços de rotina.

Sempre existirá o “Japonês”, é verdade. Ainda que Paulo Okamotto seja um samurai às avessas no quesito princípios, é dotado de lealdade canina. Foi o que sobrou. Por enquanto, porque ninguém sabe o que acontecerá nas próximas fases da Lava Jato.

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