Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Augusto Nunes Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Coluna
Com palavras e imagens, esta página tenta apressar a chegada do futuro que o Brasil espera deitado em berço esplêndido. E lembrar aos sem-memória o que não pode ser esquecido. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Os filhos de Lula, Erenice e Nascimento ensinam como fazer para virar milionário usando apenas a carteira de identidade

Aiuri Rebello e Bruno Abbud O Ronaldinho da informática Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, tinha 27 anos em 2003, quando decidiu montar uma produtora de conteúdo digital em parceria com os amigos de infância Fernando e Kalil Bittar, filhos de Jacó Bittar, ex-prefeito de Campinas, conselheiro da Fundação Petrobras de Seguridade Social (Petros) […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 11h22 - Publicado em 13 jul 2011, 19h18

Aiuri Rebello e Bruno Abbud

O Ronaldinho da informática

Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, tinha 27 anos em 2003, quando decidiu montar uma produtora de conteúdo digital em parceria com os amigos de infância Fernando e Kalil Bittar, filhos de Jacó Bittar, ex-prefeito de Campinas, conselheiro da Fundação Petrobras de Seguridade Social (Petros) e íntimo de Lula desde a década de 70. No ano seguinte, a Gamecorp foi pinçada do semianonimato e do raquitismo financeiro por uma proposta surpreendente: a Telemar ofereceu R$ 5 milhões para tornar-se sócia minoritária dos três jovens empresários. Com a mediação da consultoria de Antoninho Trevisan, outro velho amigo de Lula, o negócio foi consumado em 2005. A direção da Telemar informou que resolvera investir no diminuto empreendimento baseada em projeções econômicas que não divulgou. E garantiu que só soube que se associara a um filho do então presidente depois de consumado o acerto.

Antes de virar empresário, Lulinha, formado em Ciências Biológicas pela Universidade Paulista (UNIP), ganhava  R$ 600 por mês como monitor do Jardim Zoológico de São Paulo. Em outubro de 2006, numa entrevista concedida à Folha, o pai foi confrontado com a carta de um leitor interessado em saber por que seus filhos, com formação escolar mais sofisticada, não eram tão bem sucedidos quanto o integrante da Primeira Família. “Porque deve haver um milhão de pais reclamando: por que meu filho não é o Ronaldinho? Porque não pode todo mundo ser o Ronaldinho”, comparou Lula. “Eles fizeram um negócio que deu certo. Deu tão certo que até muita gente ficou com inveja”. Na mesma semana, no programa Roda Viva,  o presidente voltou ao tema. “Não posso impedir que ele trabalhe”, defendeu-se. “Vale para o meu filho o que vale para os 190 milhões de brasileiros. Se têm alguma dúvida, acionem ele”.

Continua após a publicidade

A Câmara Municipal de Belém, no Pará, já atendera à sugestão do presidente em fevereiro de 2006, quando solicitou à Procuradoria-Geral da República que investigasse Lulinha por suspeita de tráfico de influência. Como a sede da Telemar fica no Rio, a Procuradoria repassou o caso aos procuradores baseados em território fluminense. Em outubro de 2006, o Ministério Público Federal do Rio de Janeiro pediu a abertura de inquérito à Polícia Federal. Em junho de 2007, contudo, resolveu transferir a missão para o Ministério Público Federal de São Paulo, que abriga a sede da Gamecorp. Em outubro de 2009, os procuradores  paulistas entenderam que cabia ao Superior Tribunal de Justiça decidir quem deve cuidar do assunto.  Em 12 de fevereiro deste ano, a Folha informou que STJ resolvera a pendência: cumpre à 10ª Vara Criminal Federal de São Paulo apurar se Lulinha subiu na vida porque é um Ronaldinho da informática ou porque foi içado pelo sobrenome.

O filho da Casa Civil

A edição de VEJA de 11 de setembro de 2010 revelou que Israel Guerra, 32 anos, filho da ministra Erenice Guerra, amparava-se na influência da chefe da Casa Civil para extorquir propinas de empresários interessados em fechar negócios com o governo. As maracutaias ganharam velocidade em julho de 2009, quando Israel montou com dois sócios a Capital Assessoria e Consultoria, nome oficial da quadrilha formada por parentes e agregados da melhor amiga de Dilma Rousseff. Em abril de 2010, Fábio Baracat, dono de uma empresa de transporte aéreo, pousou em  Brasília para ouvir a proposta do filho da Casa Civil: para contar com a boa vontade da mãe, Baracat teria de pagar R$ 25 mil por mês pela consultoria, mais uma taxa de sucesso de 6% do valor do contrato com o governo.

Continua após a publicidade

Baracat conseguiu no mesmo ano um contrato de R$ 84 milhões com os Correios. Só com a taxa de sucesso, Israel embolsou R$ 5 milhões. É uma bolada e tanto, sobretudo para quem tivera de sobreviver com o salário de funcionário público. Em 16 de setembro de 2010, dois dias depois da demissão de Erenice, uma sindicância interna foi instalada na Casa Civil para apurar o escândalo.  As apurações foram concluídas quase quatro meses depois, em 2 de janeiro de 2011. Como não se descobriu nada de errado, ninguém foi punido. Um inquérito aberto pela Polícia Federal ouviu cerca de 60 pessoas. Não tem prazo para terminar.

O Palocci amazonense

O arquiteto Gustavo Morais Pereira, filho do ex-ministro Alfredo Nascimento, tinha 21 anos em 2005, quando se juntou a dois sócios para abrir a construtora Forma Construções, com capital inicial de R$ 60 mil. Em 2006, a empresa declarou R$ 17,7 milhões à Receita Federal. Em 2007, a fortuna cresceu para R$ 52,3 milhões. O aumento de 86.500 % em dois anos, revelado pelo Globo há 10 dias, transformou em coisa de amador o milagre da multiplicação do patrimônio operado por Antonio Palocci.

Desde o nascimento, a empresa construiu um conjunto de 86 casas de alto padrão e um prédio comercial de 20 andares num bairro nobre de Manaus. O Ministério Público Federal investiga desde o ano passado as proezas financeiras de Gustavo. Entrou na alça de mira dos promotores por ter declarado renda incompatível com os ganhos da Forma Construções. Que, por sinal,  também é alvo de investigações, concentradas nos negócios feitos com uma empresa frequentemente irrigada por recursos do Ministério dos Transportes, comandado por Alfredo Nascimento. O pai de Gustavo, demitido por corrupção, ainda não recebeu nenhuma intimação judicial.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.