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Os apagões advertem: Dilma pode presidir a escuridão que Lula fingiu ter revogado

Nomeado ministro de Minas e Energia em janeiro de 2008, Edison Lobão mostrou já no primeiro apagão que o padrinho José Sarney indicara o homem errado para o cargo errado: em vez de anunciar o que faria para tirar da UTI o sistema de distribuição de energia, o agregado da Famiglia rebaixou o que ocorrera […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 07h33 - Publicado em 26 out 2012, 17h59

Nomeado ministro de Minas e Energia em janeiro de 2008, Edison Lobão mostrou já no primeiro apagão que o padrinho José Sarney indicara o homem errado para o cargo errado: em vez de anunciar o que faria para tirar da UTI o sistema de distribuição de energia, o agregado da Famiglia rebaixou o que ocorrera a “interrupção no abastecimento de eletricidade”. Há um mês e meio, quando mais uma pane escureceu as regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste, foi a vez de Hermes Chipp, diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico, recorrer a malandragens semânticas para desdenhar do perigo.

“O que aconteceu foi um ‘apaguinho’ e não um apagão, como o de 2001″, fantasiou Chipp. “Esse durou pouco tempo”. Por tal critério, tampouco fora apenas um “apaguinho” o blecaute que, dois meses antes, afetara a região Nordeste. Por ordem de Lula, não existe apagão no Brasil Maravilha que o chefe pariu e Dilma Rousseff amamenta. Esse tipo de escuridão foi inventado por Fernando Henrique Cardoso e revogado em 2003 pelo maior dos governantes desde Tomé de Souza.

Alguém esqueceu de avisar o ministro interino Márcio Zimmermann, surpreendido na madrugada desta sexta-feira pelo sumiço da energia elétrica em todos os nove Estados do Nordeste e parte da região Norte. O substituto de Lobão, convém ressalvar, evitou disciplinadamente a palavra proibida: nas entrevistas que concedeu, apagão virou “evento”. Mas pelo menos não fez de conta que a situação é tão boa que, se melhorar, estraga. Já é alguma coisa.

“Há uma diminuição de confiabilidade no sistema elétrico brasileiro”, reconheceu Zimmermann. “O quadro não é normal”. O que o interino qualifica de anormal pode ser a antessala do colapso. Ministra de Minas e Energia entre 2003 e 2007, Dilma Rousseff nunca foi além de remendos. A troca de Dilma por Edison Lobão serviu apenas para reafirmar que, no Brasil, o que está péssimo sempre pode piorar.

Em 2001, Fernando Henrique Cardoso admitiu a existência de carências graves e enfrentou a crise sem malandragens de palanqueiro. Lula e Dilma preferiram varrer o problema para baixo do tapete. Junto com milhões de brasileiros que seguem dormindo o sono dos crédulos profissionais. Dilma pode acordar no meio da escuridão que, embora revogada por Lula, não terá prazo para terminar.

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“Um apagão é um problemaço”, escreveu em sua coluna o jornalista Carlos Brickmann. “Três apagões em 34 dias são mais do que três problemaços: são uma indicação de que o sistema brasileiro de energia enfrenta problemas. Pior: o  governo sabe dos problemas, tanto que teme falta de luz quando acaba uma novela; e continua brincando de explicar. A última: “não é apagão, é apaguinho”.

Brickmann endossa o alerta do especialista Ildo Sauer, professor da USP: “Uma parte do sistema é cinquentão e deveria ter passado por um processo de manutenção e substituição. A indicação mais óbvia de que isso não ocorreu são os apagões”. E encerra a nota com a localização do paradeiro de Edison Lobão: “O ministro das Minas e Energia está hospitalizado em São Paulo. Ele sabe o que faz: no Hospital Albert Einstein, há ótimos geradores”.

É isso.

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