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O senador imagina que o chefe da seita dos pecadores aprecia a ideia de excomungar alguns cardeais sem chances no Juízo Final

Escolhido para substituir Romero Jucá, inventor da profissão de líder de qualquer governo no Senado, o amazonense Eduardo Braga jura que Lula o transformou em testemunha solitária da mais assombrosa guinada da metamorfose ambulante. Durante a visita de Braga ao escritório político montado no Hospital Sírio-Libanês, o chefe da seita infestada de pecadores teria comunicado […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 09h17 - Publicado em 21 mar 2012, 00h36

Escolhido para substituir Romero Jucá, inventor da profissão de líder de qualquer governo no Senado, o amazonense Eduardo Braga jura que Lula o transformou em testemunha solitária da mais assombrosa guinada da metamorfose ambulante. Durante a visita de Braga ao escritório político montado no Hospital Sírio-Libanês, o chefe da seita infestada de pecadores teria comunicado que apoia a excomunhão dos cardeais sem chances no Dia do Juízo Final. Trata-se da mais recente cruzada imaginária atribuída a Dilma Rousseff por jornalistas federais.

Segundo o visitante, o padrinho gostou de saber que a afilhada quer deixar de ser refém de gente como José Sarney e Renan Calheiros, e também está decidida a livrar-se das algemas impostas por contratos de aluguel.  “Vale a pena essa luta, porque é uma boa luta”, Braga diz que Lula disse. O que deu na cabeça do chefe supremo para decidir que Dilma deve fazer o contrário do que ele faz desde 1° de janeiro de 2003? “O momento é de transformação”, Braga diz que Lula disse. “O país vive uma nova realidade econômica e social, por isso é fundamental a renovação e a instituição de novos métodos e práticas políticas”.

Na forma, o palavrório não tem parentesco com a retórica tosca do palanqueiro. E o conteúdo não rima com a folha corrida de quem ensinou que Jesus Cristo, se ressuscitar no Brasil, teria de fechar imediatamente um acordo com Judas Iscariotes. Eduardo Braga acredita ter presenciado um milagre. É só a vítima mais recente de um defeito de fabricação do ex-presidente: como não tem compromisso com o que diz, sempre diz o que o interlocutor gostaria de ouvir. E faz o que quer.

Antes que os jornalistas federais apressem o processo de canonização do candidato a santo iluminado pela descoberta de que é mortal, convém revisitar o discurso de posse pronunciado no Congresso pelo sucessor de Fernando Henrique. Os três minutos documentados no vídeo abaixo bastam para reafirmar que Lula merece tanta confiança quanto um álibi recitado por Fernando Pimentel. Transcrevo em itálico cinco trechos, escoltados por curtas constatações entre parênteses:

“Constituí o meu ministério com alguns dos melhores líderes de cada segmento econômico e social brasileiro. E vamos trabalhar em equipe, sem personalismo, pelo bem do Brasil. E vamos adotar um novo estilo de governo, com absoluta transparência e permanente estímulo à participação popular”

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(Antonio Palocci era o craque do time liderado pelo capitão José Dirceu. Foi o pior ministério da história até o advento do primeiro escalão nomeado por Dilma Rousseff)

“O combate à corrupção e a defesa da ética no trato da coisa pública serão objetivos centrais e permanentes do meu governo”

(Lula absolveu liminarmente todos os companheiros culpados e virou coiteiro de candidatos à cadeia)

“É preciso enfrentar com determinação e derrotar a verdadeira cultura da impunidade, que prevalece em certos setores da vida brasileira”

(Lula continua a dizer que o mensalão não existiu e foi testemunha de defesa de José Dirceu)

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“Não permitiremos que a corrupção, a sonegação e o desperdício continuem privando a população de recursos que são seus”

(Lula institucionalizou a corrupção impune. Como a quadrilha do mensalão foi desbaratada, valeu-se de contratos de aluguel para preservar a aliança governista)

“Faremos a reforma da Previdência, a reforma tributária, a reforma política e a reforma da legislação trabalhista, além da reforma agrária”.

(Não fez nenhuma)

Eduardo Braga está no segundo ano do primeiro mandato. É pouco tempo, mas já deve saber quem manda na Casa do Espanto. Substituiu Jucá há uma semana. Logo saberá o que é a vida de um líder do governo monitorado por Ideli Salvatti e Gilberto Carvalho, e permanentemente exposto a pitos e surtos de cólera da chefe. Ele acredita no que Lula diz. Deveria saber há muito tempo que a palavra do mestre tem tanto valor quanto uma cédula de três reais, é tão consistente quanto o Brasil Maravilha registrado em cartório. Uma conversa a sós com Lula tem a mesma relevância de qualquer conversa sobre futebol com a turma do botequim da esquina.

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