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“Mudando sem mudar” e outras sete notas de Carlos Brickmann

Há um ano tínhamos Temer, Renan, Eunício, processos da Lava Jato encalhados no Supremo

Por Augusto Nunes Atualizado em 30 jul 2020, 20h58 - Publicado em 5 abr 2017, 07h33

Publicado na coluna de Carlos Brickmann

Há um ano, tínhamos Dilma, Eduardo Cunha, Nova Matriz Econômica, PT, Haddad e Dunga. Hoje temos Temer, Rodrigo Maia, política econômica ortodoxa, PT destroçado nas eleições, João Doria e Tite.

A inflação, que ameaçava ultrapassar os 10%, contentou-se com 4%; os juros básicos, ainda altíssimos, que eram de mais de 13%, devem chegar em 8,75% ao fim do ano. A balança comercial está bem positiva: US$ 7,1 bilhões de superávit em março, o melhor resultado desde março de 1989. E não é pela queda das importações, apesar da recessão: o país importou 7% a mais do que em março do ano passado. E o principal problema econômico do Brasil, os estonteantes 13,5 milhões de desempregados, pode começar a ser revertido: o Produto Interno Bruto, soma de tudo que é produzido no país, incluindo serviços, deve crescer 0,47% neste ano; e, em 2018, prevê-se 2,5%. É pouco. Mas para uma economia que há três anos só apresentava números negativos, é um sinal de que podemos ter esperanças.

Mas, com esses sinais, como explicar o baixíssimo índice de aprovação a Temer? Primeiro, pela própria política econômica: combater a inflação, reduzir privilégios e reformar instituições (mesmo falidas) é sempre impopular. E, lembremos, há um ano tínhamos Temer, Renan, Eunício, processos da Lava Jato encalhados no Supremo. Isso hoje mudou: os processos da Lava Jato encalhados no Supremo ficaram mais empoeirados.

 

O tempo passa…

O Tribunal Superior Eleitoral deveria ter começado ontem a julgar o processo, contra Dilma e Temer, por abuso de poder econômico nas eleições de 2014. Caso houvesse condenação, o registro da chapa seria cancelado; e, portanto, Michel Temer perderia o mandato. Caberia ao Congresso eleger indiretamente seu substituto até 31 de dezembro de 2018.

Temer se defende juridicamente alegando que toda a parte financeira da campanha coube ao PT – como se ele não tivesse nada a ver com sua companheira de chapa. Mas sua defesa real é outra: lutar para que o julgamento demore o suficiente para que ele termine o mandato em paz.

 

…o tempo voa

A Justiça contribui para que a defesa real de Temer funcione. Ontem, os advogados de Dilma pediram mais cinco dias para apresentar a defesa. Foram atendidos. Dia 4, mais cinco dias, dá 9 de abril, certo? Errado: como se sabe, a Páscoa cai no dia 16 de abril. E o julgamento, portanto, deve começar na última semana do mês. Provavelmente, no dia 27. Talvez.

 

Réus sim, e daí?

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Os Estados e o Distrito Federal têm, no total, 28 governadores. Destes, 12 foram denunciados, ou estão sendo investigados. E dois foram cassados: Simão Jatene, do Pará (PSDB), e Pezão, do Rio (PMDB). Mas tudo bem: nem os cassados perderam os cargos, nem os demais correm grande risco de perdê-lo, graças à lentidão dos processos no foro privilegiado.

 

O doente…

A Rede Globo acaba de apresentar o caso do remédio L-asparaginase, usado no tratamento da Leucemia Linfoblástica Aguda, câncer no sangue. Quem levantou o caso, bem no início do ano, em seu blog Ucho.Info, foi o bem-informado repórter Ucho Haddad. Ucho não vacila: a compra do remédio (fabricado na China e comprado pelo Ministério da Saúde de um laboratório uruguaio) foi um escândalo. No mundo inteiro, a L-asparaginase é biológica. O Brasil foi o primeiro país a comprar a L-asparaginase chinesa, mais barata, mas sem certificado de origem biológica, sem comprovação de eficácia. O laboratório uruguaio dá um endereço no Uruguai onde não há laboratório nenhum; e seu endereço no Brasil está num escritório de contabilidade.

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…que se vire

O ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP do Paraná), não quis dar entrevistas sobre o caso do remédio chinês nem a Ucho nem à Globo.

Ucho se espanta: “E o ministro da Saúde continua no cargo!”

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Sabe o seu bolso?

O Fundo Partidário, dinheiro público entregue aos partidos políticos para sua manutenção, era de R$ 313,5 milhões até 2014. De lá para cá, multiplicou-se: já está em R$ 811 milhões. E, já que os doadores estão assustados com a Lava Jato, junto com a tal “reforma política” deve oscilar em torno de R$ 4 bilhões por ano. Hoje, da verba partidária, 10% são gastos em jatinhos e despesas suntuárias. E ainda se pergunta por que há tantos partidos no Brasil. Se dá grana, qual esperto perderá a oportunidade?

 

Lágrimas sentidas

Andréa, irmã do senador Aécio Neves (PSDB – Minas), chorou ao ler trechos de uma delação premiada em que ela e o irmão são acusados de receber propinas. Não se deve acusar Aécio nem Andréa, senão ela chora.

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