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Moreira Franco, o genro do genro, agora também é doutor em vigarice estatística

PUBLICADO EM 3 DE JUNHO DE 2012 Com a entrada em cena de Wellington Moreira Franco, o interminável espetáculo do cinismo descambou para o terreno da galhofa. Único integrante do primeiro escalão que jamais conseguiu uma conversa a dois com Dilma Rousseff, o (segundo o cartão de visitas) Ministro-Chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos da […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 08h42 - Publicado em 3 jun 2012, 21h10

PUBLICADO EM 3 DE JUNHO DE 2012

Com a entrada em cena de Wellington Moreira Franco, o interminável espetáculo do cinismo descambou para o terreno da galhofa. Único integrante do primeiro escalão que jamais conseguiu uma conversa a dois com Dilma Rousseff, o (segundo o cartão de visitas) Ministro-Chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República resolveu chamar a atenção da chefe com uma vigarice estatística de deixar ruborizado até dono de instituto de pesquisa. Graças ao ministro do Nada, foram extintos os pobres que restavam no Brasil Maravilha.

Neste 29 de maio, Moreira Franco revelou que, a partir de agora, pertencem à classe média todos os brasileiros cujos rendimentos individuais alcancem de R$ 250 a R$ 850. São 48% ─ quase metade ─ da população. Como explicar a proeza assombrosa? O ministro se dispôs a decifrar o enigma em dilmês castiço: “A classe média foi delimitada ainda de acordo com o grau de vulnerabilidade, ou seja, a probabilidade de retorno à condição de pobreza, definido como o percentual de pessoas que vivem em locais cuja renda per capita caiu abaixo da linha de pobreza em algum momento em cinco anos”, complicou Moreira Franco.

Em 2007, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada pareceu ter alcançado o limite da audácia malandra ao descobrir como se faz para mudar de categoria sócio-econômica sem sair do lugar. De um dia para outro, as famílias cuja renda mensal superava a marca dos R.063 souberam que haviam sido transferidas para a classe média. O mundo deve ao governo Lula, portanto, a invenção do pobre que sobe na vida sem deixar a pobreza.

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Ainda mais ousado que os alquimistas do IPEA, Moreira Franco também prometeu criar um “instrumento de pesquisa” chamado Vozes da Classe Média.  “Queremos saber quais são as aspirações e os desejos desse novo universo”, explicou o milagreiro de araque. A pesquisa é dispensável: 100% dos entrevistados dirão que tudo o que querem é viver como vive gente da classe média de verdade.

Estudos recentes atestam que os mendigos que esmolam nas esquinas de São Paulo ganham, em oito horas de expediente, entre R$35 e R$40 . Em 25 dias, embolsam de R$875 a R$1.000. Os pedintes das ruas, portanto, não têm nada a pedir ao governo Dilma Rousseff. Ganham mais que a classe média do Brasil Maravilha. São mendigos ricos, embora nem tanto quanto Moreira Franco, que começou a subir na vida quando se casou com Celina Vargas do Amaral Peixoto.

Celina era filha de Alzirinha Vargas e de Hernani do Amaral Peixoto, um almirante que virou chefão do PSD e governador do Rio depois de casar-se com a caçula de Getúlio. Apesar do talento político, Amaral Peixoto não escapou da ironia dos adversários: acusado de exercer o ofício de genro, ganhou o apelido de “Alzirão”. Moreira Franco superou o sogro. Foi ele quem inventou a profissão de genro do genro.

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