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Juiz de Mato Grosso ganhou em um mês o valor de 7 casas populares

O valor é R$ 467.228,79 superior ao teto constitucional de R$ 36.700 determinado pela remuneração dos ministros do Supremo Tribunal Federal

Por Branca Nunes Atualizado em 16 ago 2017, 16h33 - Publicado em 16 ago 2017, 16h32

Enquanto o salário médio do trabalhador brasileiro não chega a R$ 2 mil mensais, um único juiz de Direito recebeu em julho R$ 503.928,79. O ganhador da bolada foi Mirko Vincenzo Giannotte, titular da 6ª Vara de Sinop (MT), cidade localizada a 477 quilômetros de Cuiabá. O valor é R$ 467.228,79 superior ao teto constitucional de R$ 36.700 determinado pela remuneração dos ministros do Supremo Tribunal Federal.

Em vez de desculpar-se pelo equívoco, a Associação Mato-grossense de Magistrados (Amam) justificou este e outros super-salários recebidos no estado, como informou o site O Livre. Segundo a associação, o montante se refere a direitos trabalhistas acumulados há 13 anos por “diferenças de entrância”: “Durante um longo período de tempo foram designados pela Administração da Justiça para trabalharem em comarcas de classificação superior à sua na carreira da magistratura”, explicou a nota enviada pela Amam.

No caso de Giannotte, o rendimento inclui remuneração de R$ 300.200,27, indenização de R$ 137.522,61, mais R$ 40.342,96 a título de ‘vantagens eventuais’ e R$ 25.779 em gratificações. Descontados R$ 88.235,77 da Previdência e do imposto de renda, a remuneração líquida foi de R$ 415.693,02.

De acordo com a Amam, 84 magistrados mato-grossenses embolsaram pagamentos relativos a “diferenças de entrância” em julho. Só com o dinheiro recebido por Giannotte, equivalente a mais de 530 salários mínimos, seria possível comprar 6.300 cestas básicas, 100.600 pães na chapa — acompanhados de cafezinho — na padaria da esquina, mais de 132 mil passagens de ônibus em São Paulo (139 mil em Cuiabá), 167 mil iPhones de última geração ou construir quase sete casas populares.

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Questionado sobre a exorbitância do contracheque, o magistrado disse “não estar nem aí” com a polêmica. “Estou dentro da lei e estava recebendo a menos. Eu cumpro a lei e quero que cumpram comigo”, disse.

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ), entretanto, divulgou um comunicado negando que tenha autorizado o Tribunal de Justiça de Mato Grosso a pagar os “valores vultuosos” e lembrou que, em 2009, editou uma portaria suspendendo esse tipo de remuneração. “O ministro Corregedor, João Otávio de Noronha, determinou a abertura de Pedido de Providências para suspender qualquer pagamento de passivos aos magistrados até que os fatos sejam esclarecidos”, determinou o CNJ.

Enquanto isso, o governo federal anuncia um rombo de R$ 360 bilhões nas contas públicas deste e do próximo ano que terá que ser coberto por todos os brasileiros. Poderia começar acabando com as centenas de Mirkos espalhados pelo Judiciário, pelo Legislativo e pelo Executivo.

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