Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Augusto Nunes Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Coluna
Com palavras e imagens, esta página tenta apressar a chegada do futuro que o Brasil espera deitado em berço esplêndido. E lembrar aos sem-memória o que não pode ser esquecido. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

José Nêumanne: Dublê de repórter e empresário

Desde muito cedo, Walter chefiou equipes, o mais evidente de seus muitos talentos na gestão de empresas e redações jornalísticas

Por Augusto Nunes Atualizado em 30 jul 2020, 20h50 - Publicado em 6 jul 2017, 14h29

Publicado no Blog do Nêumanne

Com a morte de Walter Fontoura em São Paulo, na madrugada desta terça-feira, 4 de julho, saiu de cena mais um representante de uma geração de jornalistas que tinham ao mesmo tempo faro de notícia, vocação de chefiar equipes e visão de mercado. Há 15 anos, morreu o carioca (como ele) Evandro Carlos de Andrade. Em fevereiro deste ano, foi a vez de Mauro Guimarães, com os mesmos 80 anos de Walter, seu maior amigo. Outro expoente, Oliveiros S. Ferreira, está aposentado, aos 89 anos. Mauro e Walter tiveram importância capital no apanágio jornalístico e empresarial do Jornal do Brasil, hoje limitado à edição virtual. E Walter também participou, como Evandro, do crescimento das Organizações Globo. Oliveiros, celebrado professor da Universidade de São Paulo (USP), teve atuação decisiva na consolidação do Estado de S. Paulo.

Filho de um oficial da Aeronáutica, Walter passou a infância em Natal, capital do Rio Grande do Norte, cidade e Estado aos quais sempre dedicou carinho filial. Mas sua ligação com o Rio de Janeiro foi muito mais intensa e significativa. Foi redator da primeira coluna política importante na imprensa brasileira contemporânea: o Informe JB, inspiração da Coluna do Estadão, do Painel da Folha de S.Paulo, de Swann, Ancelmo Góes e Jorge Moreno, no Globo. A prioridade da informação na coluna, cuja marca registrada era o anonimato do autor, contaminou outras tidas como sociais, deixando suas marcas em Zózimo Barroso do Amaral, que foi seu subordinado no Caderno B, Direto da Fonte, no Caderno 2, e Mônica Bergamo, na Folha Ilustrada.

Desde muito cedo, Walter chefiou equipes, o mais evidente de seus muitos talentos na gestão de empresas e redações jornalísticas. Fidalgo, com talento de diplomata, empregado na direção do escritório do Instituto Brasileiro do Café em Nova York, ele sempre cultivou fontes e foi, enquanto trabalhou cotidianamente, um feroz caçador de “barrigas”. Graças às fontes que consultava, usou o poder da chefia, por exemplo, para impedir que saísse a nota de uma coluna que desinformava sobre a preferência do presidente Geisel para suceder-lhe pelo general Hugo Abreu, no dia em que João Figueiredo seria anunciado. À época dirigia o “jornal da condessa”, em que trabalhou 18 anos como repórter, redator, editorialista, diretor da sucursal de São Paulo, redator-chefe e vice-presidente da empresa. Nele comandou, nos anos 70, uma equipe de destacados jornalistas, como Carlos Castelo Branco e Villas-Bôas Corrêa. De 1985 a 1997, dirigiu a sucursal paulista do então maior concorrente do JB, O Globo.

Continua após a publicidade

Fora do jornalismo, empregou o talento de executivo no Conselho Consultivo do Banco Mercantil de São Paulo, para o qual foi convidado por seu amigo, Gastão Vidigal, que ele considerava o banqueiro-síntese do Brasil. Sobre o Mercantil escreveu o livro O Banco, São Paulo e o Brasil. Foi também diretor da Associação Comercial do Rio de Janeiro, vice-presidente da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro, membro do Conselho de Orientação Superior da Fiesp, da Editora Páginas Amarelas e do Masp.

Em 2000, Walter Fontoura juntou-se aos amigos publicitários Luiz Sales, Alex Periscinoto e Sergio Guerreiro para fundar a SPGA Consultoria de Comunicação e prestou serviço a presidentes de empresas como Vale, Santos Brasil, Votorantim, Basf e Bradesco.

Por todos esses lugares compartilhou competência, simpatia, elegância e cavalheirismo. Deixa viúva Arlete, com quem teve três filhos, Walter (morto na juventude), Cláudia e Ana, além de cinco netos.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.