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Jorge Forbes: “Freud criou um software que durou 100 anos”

Entre outros assuntos, foram abordados temas como educação, amor, trabalho, engenharia genética, expectativa de vida e morte na pós-modernidade

Por Augusto Nunes Atualizado em 10 Maio 2017, 18h38 - Publicado em 8 Maio 2017, 18h07

O convidado do Roda Viva desta segunda-feira foi o psicanalista Jorge Forbes. Um dos mais importantes especialistas em Jacques Lacan do Brasil, ele nasceu em Santos, no litoral paulista, em 13 de junho de 1951. Presidente do Instituto da Psicanálise Lacaniana, ajudou a fundar a Escola Brasileira de Psicanálise, da qual foi o primeiro diretor-geral. Em parceria com a atriz Maria Fernanda Cândido, ele criou a série Terradois, para a TV Cultura, que trata da vida na pós-modernidade, abordando temas como educação, amor, trabalho, engenharia genética, expectativa de vida e morte. Confira trechos da entrevista:

“Terra dois é uma maneira intuitiva de chamar a pós-modernidade. Estamos vivendo uma revolução na forma de viver do homem nos último 30 anos que é mais significativa que a dos últimos três mil anos. Como achei um pouco acadêmico demais falar em pós-modernidade, pensei que poderíamos fazer um programa para alertar as pessoas que vivemos em outro planeta, a terra dois. Ele é muito semelhante ao que vivemos, mas a forma de conviver, de namorar, de trabalhar e de viver é diferente”.

“É claríssimo que as pessoas estão desbussoladas. O filho não entende o pai, o professor não entende o aluno. Temos que perceber o mais rápido possível as novas formas de viver e legitimá-las. Vamos habitar este planeta e não ficar com saudade do passado ou na esperança do futuro”.

“Estamos muito melhor do que há 50, 100 anos. As conquistas das mulheres, dos homens, da medicina, da família. No início do século, as pessoas imaginavam viver 35 anos. Agora, a expectativa de vida ultrapassou 85 anos”.

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“Homem adora se vestir como outro homem. As mulheres, ao contrário, detestam se vestir da mesma maneira. A mulher se faz uma a uma, enquanto o homem é grupalizado. A grosso modo, o homem vivia mais facilmente em terra um, porque ele é mais vertical. Esse tsunami de possibilidades que existe em terra dois é muito mais propício para o feminino”.

“’Autoridade’ e ‘pai’ são palavras que não se juntam há um bom tempo, pelo menos no sentido tradicional da palavra”.

“Os filhos esperam o pai provedor, tanto de dinheiro quanto de ideias. E o pai também se vê como provedor. O filho pode estar no melhor emprego do mundo, mas a pizza de domingo quem vai pagar é o pai”.

“Freud foi genial. Criou um software que durou 100 anos. Ele inventou o complexo de Édipo como uma forma de você acessar esse software. Isso é coerente com uma sociedade vertical, onde os papéis da mãe e do pai estão definidos. Só que de repente começaram a surgir sintomas que não conseguiam ser lidos pela psicanálise da forma como estávamos acostumados”.

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“Hoje em dia é normal a pessoa chegar cheia de angústias ao consultório porque precisa fazer uma escolha. Quando se tem 10 opções e é preciso escolher uma, a única certeza é que você perdeu nove”.

“De dois sexos fizemos inúmeros gêneros. Há uma insegurança brutal das pessoas frente a várias possibilidades. Se responsabilizar pela sua singularidade é um risco que muitas pessoas não querem correr”.

“Do ponto de vista da humanidade não vamos ser substituídos pelas máquinas, mas haverá uma reinvenção das profissões. Toda revolução industrial teve uma modificação nos trabalhos e isso acontecerá também desta vez, tanto nos trabalhos menos quanto nos mais qualificados”.

A bancada de entrevistadores reuniu Bruno Meier (editor da Coluna Gente de VEJA), Gabriel Perline (colunista de TV do Estadão), Gisele Vitória (jornalista), Leda Tenório da Motta (professora do programa de Comunicação e Semiótica da PUC e crítica literária) e Mika Lins (atriz e diretora do programa Terradois). Com desenhos em tempo real do cartunista Paulo Caruso, o programa foi transmitido pela TV Cultura.

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