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Fernão Lara Mesquita: Por um fio

Se o governo mostrar o custo dos privilégios, a pelegada vai ver o que é manifestação de massa

Por Augusto Nunes Atualizado em 30 jul 2020, 20h55 - Publicado em 4 Maio 2017, 08h03

Publicado no Vespeiro

A era das manifestações sem povo e contra o povo vai chegando melancolicamente ao fim.

Só em Brasilia, onde o “marajalato” ameaçado de desmame não tem contra quem impor-se à força foram dispensadas as barricadas que, no resto do país, ilustraram com perfeição a nossa “luta de classes” pré-Queda do Muro: “contribuídos” x contribuintes; aposentados integrais x aposentados pela metade; barrantes x barrados; “sindicalistas” x trabalhadores. Foi uma desolação a tal “greve geral”. O dinheiro do imposto sindical ainda compra sindicalistas mas, definitivamente, não compra mais a massa dos compulsoriamente “sindicalizados”.

É uma situação única na História essa nossa. A “jabuticaba” das “jabuticabas”. Um lado ainda tenta mas já não cola. O outro lado só não cola porque não tenta.

Até o Congresso Nacional, que abriga os mais sensíveis narizes da raça às mais leves oscilações do vento, registrou oficialmente “a virada” nas votações da noite de 27/4. Falta ainda a confirmação por três votações do Senado e da Câmara neste país em que nem o passado é estável, é verdade, mas a “virada moral”, a rendição argumentativa, já foi votada e assinada. É um golpe de morte na essência da “privilegiatura” a queda do foro especial para 35 mil dos “pares da corte” pouco mais de um ano depois de ter sido o nosso “rei” oficialmente declarado submetido “a deus”, significando a prevalência dos fatos sobre as suas olímpicas “narrativas”, e “à lei” pela Operação Lava Jato e pelo STF.  Isso e mais uma reforma trabalhista que avançou muito além do cosmético de sempre e, ainda, o “desdentamento” da Lei de Abuso de Autoridade literalmente imposto pela opinião pública à “cafajestocracia” que começa a ingressar no território do passado, definitivamente não é pouca coisa para um país indigente de comemorações como este andava.

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A alegoria reacionária encenada no plenário pelos beneficiários diretos do “peleguismo” e do “trabalhismo” achacador afastados das tetas quase centenárias não deixou dúvida quanto à certeza deles próprios de estarem sendo empurrados para fora da História do Brasil. Foi a primeira brecha no dique do “amestramento” pelo estado das instâncias básicas de representação da sociedade que, começando com o “imposto sindical” de Getúlio Vargas, “petrificou-se” com o Fundo Partidário da Constituição de 88 e chegou ao paroxismo com o “financiamento publico” de Organizações Não Governamentais Organizadas pelo Governo do “lulismo” que fechou o país à “democracia representativa”, fez explodir a corrupção e pôs o trabalho em vias de extinção em todo o território nacional.

Não existe força no mundo que possa constranger uma Câmara de Deputados, um Senado da República e um Supremo Tribunal Federal com o retrospecto e o “pedigree” dos nossos a fazerem o que o povo realmente não quisesse que eles fizessem só porque assim lhes tivesse determinado um governo provisório desprovido de qualquer sombra de charme e sem a chancela das urnas, como querem nos fazer crer alguns dos mais notórios falsários do “horário gratuito”. Por mais que soneguem à massa as informações que realmente importam, o repudio ao “marajalato” esta posto. Só falta quem, no governo ou fora dele, nos três ou no 4º Poder, se disponha a “puxar a fila” indicando ao Brasil um caminho prático que lhe permita dar o chacoalhão que o país está louco para dar na árvore da qual pende essa fruta podre. O inimigo já reconhece na pessoa de Temer, aliás, a mão que quer arranca-lo da teta. É a unica glória do presidente interino e ele já esta pagando o preço de te-la. Mas o outro lado das barricadas não o enxerga como o instrumento da “virada”, muito mais que pelo seu passado, por este presente no qual ele hesita em se lhe oferecer como tal.

A “falha de comunicação” do governo esta em dirigir-se à “2ª classe” que não recusa, ainda que não aplauda, as reformas que sabe necessárias, para repetir-lhe o que ela já está doloridíssima de saber: que se elas não forem feitas o futuro é o presente; viramos todos um imenso Rio de Janeiro. Como também não é absolutamente o caso de “explicar” à “privilegiatura” como ela está matando o Brasil porque ela sabe exatamente o peso que tem neste desastre conforme fica diariamente demonstrado pelo fato de seus próceres não perderem tempo argumentando suas “razões”, tratam somente de criar miragens para desviar a atenção dos fatos, o que o governo tem de fazer é expor à minúcia o que eles tentam esconder, qual seja, a relação direta de causa e efeito entre esses privilégios e a miséria que custa sustentá-los.

Se exibir exaustivamente o gráfico e os personagens arquetípicos da “distribuição da renda” no universo da previdência comparando a 1ª com a 2ª classe e, dentro da 1ª classe, os “barnabés” com os “marajás”, o “sistema” já cai de podre. Mas se, junto com isso, mostrar com os respectivos custos os jatinhos e os carros de luxo ao lado dos trens de subúrbio; as mordomias ao lado dos barracos; as escolas na Inglaterra pagas aos filhos dos “marajás” pelos pais das escolas das balas perdidas; os “auxílios” mil isentos com o imposto sem correção sobre os salários quase mínimos; os planos de saúde eternos ao lado dos “hospitais” do horror; se expuser tudo isso ao lado das falcatruas em série tipo “bolsa pesca” em Brasilia, os milhões de Benefícios de Progressão Continuada pagos a gente na flor da idade dispensada de exame médico; os 9 milhões de aposentadorias do setor rural quando só ha 6 milhões de pessoas em idade de se aposentar no campo segundo o censo nacional; se o “dream team” mostrar, enfim, na ponta do lápis, que diferença tudo isso faria descontado do sacrifício extra que está pedindo aos aposentados de R$ 1,6 reais, aí sim a “pelegada” toda ia ficar sabendo o que é uma MANIFESTAÇÃO DE MASSA e não demorava nem cinco minutos para que uma verdadeira reforma do Brasil, com a da Previdência dentro, fosse aprovada por unanimidade no Congresso Nacional.

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