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Eva Wilma: “Os jovens precisam parar de atuar só para a câmera”

O programa será transmitido ao vivo pela TV Cultura a partir das 22h

Por Augusto Nunes Atualizado em 21 fev 2017, 21h26 - Publicado em 20 fev 2017, 17h13

A convidada do Roda Viva desta segunda-feira foi Eva Wilma, uma das mais luminosas estrelas do teatro, do cinema e da televisão. Paulista da capital, ela começou a carreira artística aos 19 anos, depois de selecionada para integrar o balé do IV Centenário de São Paulo. Passados menos de três meses, convidada a trabalhar no Teatro de Arena, a atriz tomou para sempre o lugar da bailarina. Desde 15 de fevereiro, quando o espetáculo voltou a ser encenado em São Paulo, Eva Wilma pode ser vista de perto, ao lado de Nicette Bruno, na peça “O Que Terá Acontecido a Baby Jane?”. Confira alguns trechos da entrevista:

“O que me interessou no papel da Baby Jane foi principalmente o humor. Quando lia a peça, ao mesmo tempo em que ficava inconformada com tamanha maldade, também percebia o humor que havia por trás da personagem”.

“Quando você mergulha num texto, precisa perceber o que está escrito nas entrelinhas, o que ele quer dizer, não o que ele diz. O tempo do humor, da comédia, é muito preciso. Ele pertence mais à inteligência do que à emoção”.

“Quanto maior a popularidade, maior a responsabilidade. Por isso lutei pela preservação do quarteirão da cultura, no Itaim, bairro onde moro há mais de 30 anos. Ele tem uma biblioteca, um teatro, duas escolas, uma creche e o maior posto de saúde São Paulo. Tudo isso estava ameaçado de ser destruído por causa do dinheiro. Diziam que éramos um monte de granfinos que não queriam perder a vista, mas meu apartamento nem dá vista para este quarteirão. Saímos para a rua de apito e abraçamos o quarteirão. Conseguimos que o teatro e a biblioteca fossem tombados. No que depender de mim, sigo nessa luta”.

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“O cinema é a arte do diretor. A TV pertence ao Ibope, ao grande público. É uma janela para o mundo que não pode ser ignorada. Mas o teatro é ao vivo, de corpo inteiro. Essa é a grande escola do ator. De tempos em tempos preciso voltar para esse espaço cênico livre para me reciclar”.

“É muito bom saber envelhecer. Os jovens facilmente caem na armadilha de prestar mais atenção à própria imagem do que à cena. Muitos param de contracenar com o outro e passam a atuar só para a câmera”.

“Na televisão se dá muita importância para a imagem. Mas o importante é representar de dentro para fora e contracenar, saber ouvir”.

“Existem momentos que são divisores de água na minha vida. Mulheres de Areia e A Indomada são dois exemplos. Mas montar Esperando Godot só com mulheres foi um divisor de oceanos”.

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“A situação nas artes está caótica por vários motivos. A Lei Rouanet teria que ser muito mais criteriosa. Hoje, é impossível um espetáculo se sustentar só com a bilheteria. Antes, com este dinheiro conseguíamos pagar os empréstimos que tínhamos pego para montar a peça e ainda vivíamos relativamente bem. As apresentações aconteciam de terça a domingo”.

“A TV ao vivo sempre foi mais artesanal. Hoje, existe uma abundância de tecnologia, de efeitos especiais. É preciso usar essas técnicas, preservando o lado artístico e criativo”.

“Tive três grandes homens na minha vida: meu pai, John Herbert, meu primeiro marido e pai dos meus filhos, e Carlos Zara. Quando me separei foi um escândalo, mas conseguimos uma vitória muito bonita, que foi preservar a amizade e o respeito que sempre tivemos um pelo outro. Mesmo correndo o risco de ser desmoralizada, é preciso encontrar a verdade dentro de si e ter coragem de segui-la”.

A bancada de entrevistadores reuniu Maria Eugênia de Menezes (crítica de teatro), Mauro Alencar (consultor e pesquisador de teledramaturgia), Oswaldo Mendes (ator e escritor) e os jornalistas Dirceu Alves Jr. e Regina Helena Paiva Ramos. O programa foi transmitido ao vivo pela TV Cultura.

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