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Ethevaldo Siqueira: “O jornalismo impresso vai acabar”

Na entrevista, foram abordados temas como inteligência artificial, internet das coisas, realidade virtual e o fim do jornalismo impresso

Por Augusto Nunes Atualizado em 30 jul 2020, 20h58 - Publicado em 4 abr 2017, 15h02

O convidado do Roda Viva desta segunda-feira foi o jornalista Ethevaldo Siqueira. Nascido em Monte Alto, no interior de São Paulo, ele se tornou um jornalista especializado em tecnologia digital muito antes que as tecnologias digitais fossem incorporadas ao cotidiano das redações. Contemplado com o Prêmio Esso de Jornalismo em 1968 e 1978, cobriu, entre outros assuntos, o desenvolvimento dos programas espaciais dos Estados Unidos e da extinta União Soviética, a chegada do homem à Lua, as revolucionárias mudanças tecnológicas no Brasil e no mundo e o surgimento da Internet das Coisas. Confira trechos da entrevista:

“O jornalismo impresso como informação diária já acabou. Nova York, que tinha 10 jornais, hoje tem dois. Não dá para disputar com a instantaneamente da internet sendo que um jornal diário leva 9, 10 horas para ser impresso”.

“O New York Times não será publicado em papel a partir de 2020. Ele já tem 5 milhões de leitores a mais pela internet”.

“Mais de 90% dos acidentes de carro são causados pelo ser humano. Quando andei num carro elétrico pela primeira vez, perguntaram se eu tinha medo, mas eu sabia que tinha 93% a menos de chances de sofrer um acidente”.

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“Se não fosse o golpe militar de 1964, eu seria bancário. Devo tudo a isso. Com a prisão e os processos, eles abriram o mundo para mim. Fui demitido do Banco do Brasil porque alfabetizava camponeses pelo método do Paulo Freire. Ensinei mais de 200 a ler e isso foi considerado crime”.

“A humanidade inteira vai passar por mudanças tão profundas nos próximos 50 anos que não podemos nem imaginar. Hoje, existem objetos que se comunicam como se fossem pessoas, máquinas conversando com máquinas. Essa é a chamada internet das coisas. O risco é grande, mas ao mesmo tempo é fascinante a possibilidade de podermos fazer coisas até então impensáveis”.

“O conhecimento vai se tornar muito mais atraente a cada ano com todas as possibilidades que a tecnologia permite. Pouca gente imaginava que seria possível fazer um curso à distância, conversando com os professores. Os jovens desta geração são um pouco dispersivos e não conseguem construir alicerces, mas isso também será ensinado pelas máquinas”.

“Hoje, 100 milhões de brasileiros têm acesso à internet graças ao celular e isso só foi possível por causa da privatização. O que o Brasil não tem é gestão pública estratégica nessa área, assim como nunca teve na educação. Não falta ao país infraestrutura, falta gestão. Os políticos têm visão curta, interesses imediatista. Só conseguem pensar na próxima eleição”.

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“Nas eleições, o Brasil usa uma urna eletrônica que é vulnerável. Os EUA, por exemplo, se recusaram a usar essa máquina. Mesmo não tendo nenhuma fraude comprovada, ela é facilmente violável. Precisávamos ter pelo menos um sistema com dupla checagem”.

“Os pais são absolutamente incautos e não têm ideia do perigo que a internet pode ser para uma criança. Enquanto o filho não tem discernimento, eles precisam isolá-los de terminados conteúdos. Depois, é importante vigiar, ter uma atenção permanente”.

A bancada de entrevistadores reuniu Margarida Krohling Kunsch (professora titular da Escola de Comunicações e Artes da USP), Fabio Gandour (cientista-chefe da IBM Brasil), José Luiz Schiavoni (jornalista), Marcelo Zuffo (professor do Departamento de Engenharia de Sistemas Eletrônicos da Escola Politécnica da USP) e Renato Cruz (editor do Inova.jor). Com desenhos em tempo real do cartunista Paulo Caruso, o programa foi transmitido ao vivo pela TV Cultura.

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